terça-feira, 14 de setembro de 2010

Literatura Informativa - Fonte: Helena Webdesigner

* Período Histórico
As grandes navegações trazem para o homem ibérico a expansão cultural e material. De um lado, havia a preocupação da conquista material - principalmente ouro, prata, ferro madeira - e de outro lado, a preocupação espiritual resultante da Contra-Reforma. (veja explicação histórica em Barroco)
* Período Literário
Quinhentismo é o nome dado às primeiras manifestações literárias ocorridas no Brasil durante o século XVI e à introdução da cultura européia em terras brasileiras.
É a literatura dos navegantes, dos argonautas descobridores das novas terras, um reflexo das Grandes Navegações. A Literatura Informativa, não tem grande valor literário, no entanto, os documentos que a compõem são a única fonte de informação sobre o Brasil - flora, fauna e indígenas - que os viajantes registraram em seus diários de bordo. A correspondência que trocavam entre si e os diários são de valor histórico, pois seu cunho altamente descritivo, empenha-se em fazer um levantamento da "Nova Terra" - Brasil.
A principal característica desses documentos é a exaltação à terra brasileira, resultante do assombro do europeu diante do exotismo e da exuberância tropical. O uso exagerado de adjetivos, quase sempre utilizados no modo superlativo, demonstram o encanto pela paisagem e expressam uma visão paradisíaca, associando a nova terra aos mitos edênicos (éden, paraíso) e às lendas de Eldorado.
Descrevendo a paisagem, o índio e os primeiros grupos sociais, documenta também a intenção do colonizador em conquistar, explorar, dominar e comerciar gananciosamente, sob o pretexto da difusão do Cristianismo. A "dilatação da fé e do Império" marcou-se por um clima teológico e mercantil, similar ao espírito das cruzadas, na Era Medieval.
O primeiro documento histórico-literário é a certidão de nascimento brasileira - A Carta de Achamento do Brasil - escrita por Pero Vaz de Caminha, escrivão-mor da frota de Pedro Álvares Cabral, dirigida a El Rei Dom Manuel.
A partir desse primeiro documento, encontramos na Literatura Informativa textos que nos remetem ora ao mito edênico, com descrições fervores de busca fantasiosa ao paraíso prometido, ora a visão realista das dificuldades de exploração da terra e o confronto indígena.
* Literatura Jesuítica
No mesmo período em que ocorrem as explorações à terra brasileira, logo após a vinda da frota de Pedro Álvares Cabral, a Igreja Católica começa a enviar para cá os jesuítas, principalmente os da Ordem da Cruz de Malta, conhecidos padres guerreiros, com o intuito de catequizar os índios - nova perspectiva vislumbrada pela Igreja para ampliar sua dominação.
Os textos dos jesuítas aliam poesia religiosa e preocupação com a conversão indígena, a preservação dos costumes ibéricos e o avanço dos ideais contra-reformistas.
Padre Anchieta escreveu peças teatrais religiosas, com linguagem portuguesa de fácil compreensão pelos índios. Para encená-las, utilizava os próprios índios como atores, personificando sentimentos duais como Bem x Mal, Riqueza x Pobreza, Ganância x Avareza, etc..., em clara exposição dos valores europeus e da decadência social que a sociedade ibérica atravessava. Para o índio, tudo era novidade, embora com valores culturais diferentes, gostava das quinquilharias com que era presenteado.
Padre Anchieta elaborou, também, uma gramática e um dicionário em língua tupi com o objetivo de facilitar a comunicação entre os demais sacerdotes e os indígenas.

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