segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Resumo:O Auto da Barca do Inferno.

Fonte:Por trÁs dAs LeTrAs
Auto da Barca do Inferno
(Gil Vicente )

Definição de auto: designação genérica para peças cuja finalidade é tanto divertir quanto instruir; seus temas, podendo ser religiosos ou profanos, ‘sérios ou cômicos, devem, no entanto, guardar um profundo sentido moralizador.

O teatro vicentino não foi escrito em prosa, mas em versos. Por isso é poético. Adotava, predominantemente, o verso redondilho (maior ou menor), de origem popular e medieval. Possui muitas ressonâncias no Brasil, dentre os quais se destacam as peças didáticas de José de Anchieta (segunda metade do século XVI), Morte e Vida Severina (1956), de João Cabral de Melo Neto, e o Auto da Compadecida (1959), de Ariano Suassuna.

Pequeno resumo

Auto da Barca do Inferno é um auto onde o barqueiro do inferno e o do céu esperam à margem os condenados e os agraciados. Os que morrem chegam e são acusados pelo Diabo e pelo Anjo, ma apenas o Anjo absolve.

O primeiro a chegar é um Fidalgo, a seguida um agiota, um Parvo (bobo), um sapateiro, um frade, uma cafetina, um judeu, um juiz, um promotor, um enforcado e quatro cavaleiros. Um a um eles aproximam-se do Diabo, carregando o que na vida lhes pesou. Perguntam para onde vai a barca; ao saber que vai para o inferno ficam horrorizados e se dizem merecedores do Céu. Aproximam-se então do Anjo que os condena ao inferno por seus pecados.

O Fidalgo, o Onzeneiro (agiota), o Sapateiro, o Frade (e sua amante), a Alcoviteira Brísida Vaz (cafetina e bruxa), o judeu, o Corregedor (juiz), o Procurador (promotor) e o enforcado são todos condenados ao inferno por seus pecados, que achavam pouco ou compensados por visitas a Igreja e esmolas. Apenas o Parvo é absolvido pelo Anjo. Os cavaleiros sequer são acusados, pois deram a vida pela Igreja.

O texto do Auto é escrito em versos rimados, fundindo poesia e teatro, fazendo com que o texto, cheio de ironia, trocadilhos, metáforas e ritmo, flua naturalmente. Faz parte da trilogia dos Autos da Barca (do Inferno, do Purgatório, do Céu).

Movimento literário: Humanismo (Portugal)

Características:

Estilo: obra escrita em versos heptassílabos, em tom coloquial e com intenção marcadamente doutrinária, fundindo em algumas passagens o português, o latim e o espanhol. Cada personagem apresenta, através da fala, traços que denunciam sua condição social.

Estrutura: peça teatral em um único ato, subdividido em cenas marcadas pelos diálogos que o Anjo ou o Diabo travam com os personagens.

Cenário: um ancoradouro, no qual estão atracadas duas vbarcas. Todos os mortos, necessariamente, têm de passar por esta paragem, sendo julgados e condenados ou à b arca da Glória ou à barca do Inferno.

Analisando personagens

Fidalgo: representa a nobreza, que chega com um pajem, uma roupagem exagerada e uma cadeira de espaldar, elementos característicos de seu status social. O diabo alega que o Fidalgo o acompanhará por ter tido uma vida de luxúria e de pecados. Ao Fidalgo, nada lhe valem as “compras” de indulgências, ou orações encomendadas. A crítica à nobreza é centrada nos dois principais defeitos humanos: o orgulho e a prática da tirania.

Onzeneiro: o segundo personagem a ser inquirido é o Onzeneiro, usuário que ao chegar à barca do Diabo descobre que seu rico dinheiro ficara em terra. Utilizando o pretexto de ir buscar o dinheiro, tenta convencer o Diabo a deixá-lo retornar, mas acaba cedendo às exigências do julgamento.

Parvo: um dos poucos a não ser condenado ao Inferno. O Parvo chega desprovido de tudo, é simples, sem malícia e consegue driblar o Diabo, e até injuriá-lo. Ao passar pela barca do Anjo, diz ser ninguém. Por sua humildade e por seus verdadeiros valores, é conduzido ao Paraíso.

Sapateiro: representante dos mestres de ofício, que chega à embarcação do Diabo carregando seu instrumento de trabalho, o aventar e as formas. Engana na vida e procura enganar o Diabo, que espertamente não se deixa levar por seus artifícios.

Frade: como todos os representantes do clero, focalizados por Gil Vicente, o Frade é alegre, cantante, bom dançarino e mau-caráter. Acompanhado de sua amante, o Frade acredita que por ter rezado e estar a serviço da fé, deveria ser perdoado de seus pecados mundanos, mas contra suas expectativas, é condenado ao fogo do inferno. Deve-se desar que Gil Vicente desfecha ardorosa crítica ao clero, acreditando-o incapaz de pregar as três coisas mais simples: a paz, a verdade e a fé.

Brísida Vaz: misto de alcoviteira e feiticeira. Por sua devassidão e falta de escrúpulos, é condenada. Personagem interessante que faz o público leitor conhecer a qualidade moral de outros personagens que com ela se relacionaram.

Judeu: entra acompanhado de seu bode. Deplorado por todos, até mesmo pelo Diabo que quase se recusa a levá-lo, é igualmente condenado, inclusive por não seguir os preceitos religiosos da fé cristã. Bom lembrar que, durante o reinado de D. Manuel, houve uma perseguição aos judeus visando à sua expulsão do território português; alguns se foram, carregando grandes fortunas; outros, converteram-se ao cristianismo, sendo tachados cristãos novos.

Corregedor e o Procurador: ambos representantes do judiciário. Juiz e advogado deviam ser exemplos de bom comportamento e acabam sendo condenados justamente por serem tão imorais quanto os mais imorais dos mortais, manipulando a justiça de acordo com as propinas recebidas.

Enforcado: chega ao batel, acredita ter o perdão garantido: seu julgamento terreno e posterior condenação à morte o teriam redimido de seus pecados, mas é condenado também a ir para o Inferno.

Cavaleiros: finalmente chegam à barca quatro cavaleiros cruza

dos, que lutam pelo triunfo da fé cristã e morrem em poder dos mouros. Obviamente, com uma ficha impecável, serão todos julgados e perdoados.

Cada um dos personagens focalizados adentram a morte com seus instrumentos terrenos, são venais, inconscientes e por causa de seus pecados não atingem a Glória, a salvação eterna. Destaque deve ser feito à figura do Diabo, personagem vigorosa que conhece a arte de persuadir, é ágil no ataque, zomba, retruca, argumenta e penetra nas consciências humanas. Ao Diabo cabe denunciar os vícios e as fraquezas, sendo o personagem mais importante na crítica que Gil Vicente tece de sua época.

Resumo:Os Lusíadas

Escola Secundária José Estêvão
SEUC - Nível Secundário

Unidade 8 - PORTUGUÊS


RESUMO DA NARRAÇÃO DE "OS LUSÍADAS"



CANTO I

Depois do Concílio dos Deuses, a armada de Vasco da Gama chega a Moçambique onde pára para se abastecer. Aí recebe a bordo da nau alguns Mouros da Ilha. O Régulo, isto é, o chefe da Ilha, é recebido por Vasco da Gama.

O Mouro, quando verifica que os Portugueses eram Cristãos, inspirado por Baco, resolve destruí-los. Quando Vasco da Gama desembarca na ilha‚ é atacado traiçoeiramente, mas com a ajuda dos marinheiros portugueses consegue vencer os mouros. Após o triunfo, Vasco da Gama recebe a bordo um piloto, que recebera ordens para levar os portugueses a cair numa cilada em Quíloa. Quando a armada se aproximava de Quíloa, Vénus, que descobrira a traição de Baco, afasta a armada da costa por meio de ventos contrários, anulando assim a traição. O piloto mouro tenta outras vezes aproximar a armada da costa para a destruir, mas Vénus está atenta e impede que isso aconteça. Entretanto os portugueses continuam a viagem para Norte e chegam a Mombaça, cujo rei fora avisado por Baco para receber os portugueses e os destruir .



CANTO II

O rei de Mombaça convida a armada portuguesa a entrar no porto a fim de a destruir. Vasco da Gama, por medida de segurança, manda desembarcar dois condenados portugueses, encarregados por ele de obterem informações acerca da terra. Baco disfarça-se de sacerdote cristão. Os dois portugueses são levados à casa onde ele se encontra e vêem em Baco um sacerdote cristão junto a um altar onde se representavam Cristo e os Apóstolos. Quando os portugueses regressam à armada, dão informações falsas a Vasco da Gama, convencidos de que estavam entre gente Cristã. Vasco da Gama resolve entrar com a armada no porto de Mombaça. Vénus apercebe-se do perigo e, com a ajuda das Nereides, impede os barcos de entrar no porto. Perante o espanto de todos, apesar do vento empurrar os barcos em direcção à cilada, eles não avançam. O piloto mouro e os companheiros que também tinham sido embarcados na ilha de Moçambique, pensando que os seus objectivos tinham sido descobertos, fogem precipitadamente lançando-se ao mar, perante a admiração de Vasco da Gama, que acaba por descobrir a traição que lhe estava preparada e à qual escapou milagrosamente.

Vasco da Gama agradece à Divina Guarda o milagre concedido e pede-lhe que lhe mostre a terra que procura. Vénus, ouvindo as suas palavras, fica comovida e vai ao Olimpo queixar-se a Júpiter pela falta de protecção dispensada pelos deuses aos Portugueses. Júpiter fica comovido e manda Mercúrio a terra para preparar uma recepção em Melinde aos Portugueses e inspirar a Vasco da Gama qual o caminho a seguir. A armada continua a viagem e chega a Melinde, onde é magnificamente recebida. Vasco da Gama envia um embaixador a terra e o rei acolhe-o favoravelmente.

Após várias manifestações de contentamento em terra e na armada, o rei de Melinde visita a armada portuguesa.



CANTO III

O narrador começa por invocar Calíope, musa da poesia épica, para que lhe ensine o que Vasco da Gama contou ao rei de Melinde. A partir daqui o narrador passa a ser Vasco da Gama. Segundo ele, não contará história estranha, mas irá ser obrigado a louvar os seus, o que, segundo ele, não será o mais correcto. Por outro lado, receia que o tempo de que dispõe, por mais longo que seja, se torne curto para tantos e tão grandiosos feitos. Mas obedecerá ao seu pedido, indo contra o que deve e procurando ser breve. E, para que a ordem leve e siga, irá primeiro tratar da larga terra e, em seguida, falará da sanguinosa guerra.

Após a descrição da Europa, Vasco da Gama fala das origens de Portugal, desde Luso a Viriato, indicando também a situação geográfica do seu país relativamente ao resto da Europa. A partir da estância 23, começa a narrar a História de Portugal desde o conde D. Henrique até D. Fernando, último rei da primeira dinastia.

Os principais episódios narrados dizem respeito aos reinados de D. Afonso Henriques e a D. Afonso IV.

Relativamente ao primeiro rei de Portugal, refere as diferentes lutas travadas por ele: contra sua mãe, D. Teresa, contra D. Afonso VII e contra os mouros, para alargamento das fronteiras em direcção ao sul. São de destacar os episódios referentes a Egas Moniz (estâncias 35-41) e a Batalha de Ourique (estâncias 42-54).

No reinado de D. Afonso IV, destacam-se os episódios da formosíssima Maria, em que sua filha lhe vem pedir ajuda para seu marido, rei de Castela, em virtude de o grão rei de Marrocos ter invadido a nobre Espanha para a conquistar; o episódio da batalha do Salado, em que juntos os dois Afonsos vencem o exército árabe; e, finalmente, o episódio de Inês de Castro, a mísera e mesquinha que depois de morta foi rainha.



CANTO IV

O canto IV começa por referir o interregno que se seguiu à morte de D. Fernando, entre 1383-85, e, em seguida, foca o reinado de D. João I, apresentando-nos os preparativos para a guerra com Castela, a figura de D. Nuno Alvares Pereira, o seu insurgimento contra aqueles que se colocaram ao lado de Castela, entre os quais se contam os seus próprios irmãos, e a Batalha de Aljubarrota, que opôs D. João I de Portugal a D. João I de Castela. Em seguida, é narrada a conquista de Ceuta e o martírio de D. Fernando, o Infante Santo.

São a seguir apresentados os reinados a seguir a D. João I, entre os quais os de D. Afonso V e de D. João II. No reinado de D. Manuel I, é apresentado o seu sonho profético (estâncias 67-75). D. Manuel I confia a Vasco da Gama o descobrimento do caminho marítimo para a Índia e é-nos depois apresentada a partida das naus, com os preparativos para a viagem, as despedidas na praia de Belém e, finalmente, o episódio do velho do Restelo, no qual um velho de aspecto venerando critica os descobrimentos, apontando os seus inconvenientes e criticando mesmo o próprio rei D. Manuel I, que deixava criar às portas o inimigo, no Norte de África, para ir buscar outro tão longe, despovoando-se o reino e enfranquecendo-o consequentemente.



CANTO V

Vasco da Gama, que continua a sua narração ao rei de Melinde, apresenta agora, no começo deste canto, a largada de Lisboa e o afastamento da armada até ao desaparecimento no horizonte da fresca serra de Sintra. A viagem prossegue normalmente até à passagem do Equador, momento a partir do qual Vasco da Gama refere diversos fenómenos meteorológicos, tais como súbitas e medonhas trovoadas, o fogo de Santelmo e a tromba marítima (estâncias 16-23).

Chegados à ilha de Santa Helena, os portugueses contactam com um nativo, a quem oferecem vários objectos. Crendo haver conquistado a confiança dos nativos, Fernão Veloso aventura-se a penetrar na ilha de Santa Helena. A certa altura, surge a correr a toda pressa, perseguido por vários nativos, tendo Vasco da Gama de ir em seu socorro, travando-se uma pequena luta entre eles, da qual saiu Vasco da Gama ferido numa perna.

Regressados aos barcos, os marinheiros procuram gozar com Fernão Veloso, dizendo-lhe que o outeiro fora melhor de descer do que subir. Este, sem se desconcertar, respondeu-lhes que correra à frente dos nativos por se ter lembrado que os companheiros estavam ali sem a sua ajuda (estâncias 24-36).

Junto ao Cabo das Tormentas, ocorre o episódio do Gigante Adamastor (estâncias 37-60), o qual faz diversas profecias aos portugueses e, em seguida, interpelado por Vasco da Gama, conta a sua história.

Vasco da Gama relata o resto da viagem até Melinde, tendo referido também a mais crua e feia doença jamais por ele vista: o escorbuto. O canto termina com os elogios feitos pelo Gama à tenacidade portuguesa e com a invectiva do poeta contra os portugueses seus contemporâneos por desprezarem a poesia e a técnica que lhe corresponde.



CANTO VI

Após as festas de despedida, a armada larga de Melinde para prosseguir a viagem até à Índia, levando a bordo um piloto melindano. Entretanto Baco desce ao palácio de Neptuno, a fim de incitar os deuses marinhos contra os portugueses, pois vê-os quase a atingir o império que ele tinha na Índia. Baco é recebido por Neptuno no seu palácio e explica-lhe os motivos da sua vinda.

Por ordem de Neptuno, Tritão vai convocar todos os deuses marinhos para o concílio. Assim que se encontram todos reunidos, Baco profere o seu discurso, apresentando honesta e claramente as razões da sua presença. As lágrimas interrompem-lhe a dado momento as palavras, fazendo com que de imediato todos os deuses se inflamassem tomando o seu partido. Neptuno manda a Eolo recado para que solte os ventos, gerando assim uma tempestade que destrua os portugueses (estâncias 6-37).

Sem nada pressentirem, os portugueses contam histórias para evitarem o sono, entre as quais a dos Doze de Inglaterra (estâncias 43-69). Quando se apercebem da chegada da tempestade, a fúria com que os ventos investem é tal que não lhes dá tempo de amainar as velas, rompendo-as e quebrando os mastros. É tal a fúria dos elementos que nada lhes resiste. As areias no fundo dos mares vêem-se revolvidas, as árvores arrancadas e com as raízes para o céu e os montes derribados. Na armada a situação é caótica. As gentes gritam e vêem perto a perdição, com as naus alagadas e os mastros derribados. Vendo-se perdido, Vasco da Gama pede ajuda à Divina Guarda.

Vénus apercebe-se do perigo em que os portugueses se encontram e, adivinhando que se trata de mais uma acção de Baco, manda as Ninfas amorosas abrandarem as iras dos ventos. Quando a tempestade se acalma (estâncias 70-85), amanhecia e o piloto melindano avista a costa de Calecut. O canto termina com a oração de agradecimento de Vasco da Gama e com uma reflexão do poeta acerca do verdadeiro valor da glória.



CANTO VII

Os portugueses, que tinham chegado à Índia ainda no Canto VI (estância 92), agora, na primeira estrofe do Canto VII entram na barra de Calecut. Na estrofe 2, o narrador faz o elogio do espírito de cruzada luso e exorta as outras nações europeias a seguirem o exemplo dos Portugueses na luta contra os infiéis (estâncias 2 a 15). Uma vez chegados a terra, pescadores em leves embarcações mostram aos portugueses o caminho para Calecut, onde vive o rei da Índia. Das estâncias 17 a 22, é feita a descrição da Índia e apresentados os primeiros contactos com Calecut. Vasco da Gama avisa o rei da sua chegada e manda a terra o degredado João Martins. Este mensageiro encontra o mouro Monçaide, que já estivera em Castela e sabia quem eram os portugueses, ficando muito admirado por os ver tão longe da pátria. Convida-o a ir a sua casa, onde o recebe e lhe dá de comer. Depois disto, Monçaide e o enviado regressam à nau de Vasco da Gama. Monçaide visita a frota e fornece elementos acerca da Índia. Algum tempo depois, Vasco da Gama desembarca com nobres portugueses, é recebido pelo Catual, que o leva ao palácio do Samorim. Após os discursos de apresentação, o Samorim recebe os portugueses no seu palácio. Enquanto estes aqui permanecem, o Catual procura colher informações junto de Monçaide acerca dos portugueses e, em seguida, visita a nau capitaina, onde é recebido por Paulo da Gama, a quem pergunta o significado das figuras presentes nas bandeiras de seda. Das estâncias 77 até ao fim do Canto VII, Camões invoca as ninfas do Tejo e também as do Mondego, queixando-se dos seus infortúnios.



CANTO VIII

Paulo da Gama continua a explicar o significado das figuras nas bandeiras portuguesas ao Catual, que se mostra bastante interessado, fazendo várias perguntas.

Após a visita, o Catual regressa a terra. Por ordem do rei da Índia (estâncias 45 a 46) os Arúspices fazem sacrifícios, porque adivinham eterno cativeiro e destruição da gente indiana pelos portugueses.

Entretanto, Baco resolve agir contra os portugueses. Aparece em sonhos a um sacerdote árabe (estâncias 47 a 50) incitando-o a opor-se aos portugueses. Quando acorda, o sacerdote maometano instiga os outros a revoltarem-se contra Vasco da Gama.

Vasco da Gama procura entender-se com o Samorim, que, após violenta discussão, ordena a Vasco da Gama que regresse à frota, mostrando-lhe o desejo de trocar fazendas europeias por especiarias orientais.

Subornado pelos muçulmanos, o Catual impede o cumprimento das ordens do Samorim e pede a Vasco da Gama que mande aproximar a frota para embarcar, com o intuito de a destruir. Vasco da Gama, astuto e desconfiado, não aceita a proposta, sendo preso pelo Catual.

Com o receio de ser castigado pelo Samorim, por causa da demora, o Catual apresenta nova proposta a Vasco da Gama: deixa-o embarcar, mas terá de lhe dar em troca fazendas europeias. Vasco da Gama aceita e regressa à frota, depois de ter entregue as mercadorias pedidas. O canto acaba com as reflexões do poeta acerca do poder do «metal luzente e oiro».



CANTO IX

Dois feitores portugueses são encarregados de vender as mercadorias, mas são detidos em terra, para retardar a partida da armada portuguesa, a fim de dar tempo a que uma armada muçulmana viesse de Meca para a destruir.

O Gama é informado disso pelo árabe Monçaide e, por isso, decide partir, procurando fazer com que os dois feitores portugueses regressem secretamente à armada, mas não consegue o que pretende. Como represália, impede vários mercadores da Índia de regressarem a terra e, tomando-os como reféns, ordena a partida.

Por ordem do Samorim, são restituídos a Vasco da Gama os dois feitores portugueses e as fazendas, após o que se iniciou o regresso a casa (estâncias 13 a 17).

Vénus decide preparar o repouso e prémio para os portugueses (estâncias 18 a 21). Dirige-se, com esse objectivo, a seu filho Cupido (estâncias 22 a 50), e manda reunir as Ninfas numa ilha especialmente preparada para os acolher.

A «Ilha dos Amores», cuja descrição se apresenta nas estâncias 52 a 55, era uma ilha flutuante que Vénus colocou no trajecto da armada, de modo a que esta, infalivelmente, a encontrasse.

Os portugueses desembarcaram na ilha e as Ninfas deixam-se ver, iniciando-se uma perseguição. Para aumentar o desejo dos portugueses, as Ninfas opuseram uma certa resistência, apenas se deixando apanhar ao fim de algum tempo, efectuando-se, então, o «casamento» entre elas e os marinheiros.

Tétis, a maior, e a quem todo o coro das Ninfas obedecia, apresentou-se a Vasco da Gama, recebendo-o com honesta e régia pompa. Depois de se ter apresentado e dado a entender que ali viera por alta influição do Destino, tomando o Gama pela mão, levou-o para o seu palácio, onde lhe explicou (estâncias 89 a 91) o significado alegórico da «Ilha dos Amores»: as Ninfas do Oceano, Tétis e a Ilha outra coisa não são que as deleitosas honras que a vida fazem sublimada.

O Canto IX termina com uma exortação dirigida aos que aspiram a imortalizar o seu nome.



CANTO X

Tétis e as restantes ninfas oferecem um banquete aos navegantes e durante ele uma ninfa começa a descrever os futuros feitos dos portugueses. Entretanto (estâncias 8-9) o poeta interrompe-lhe a descrição para invocar uma vez mais Calíope. Finda a invocação, a ninfa retoma o seu discurso, falando dos heróis e futuros governadores da Índia.

A partir da estância 74, onde acaba a prolepse (avanço no tempo, ou seja, previsão de factos futuros), Tétis conduz Vasco da Gama ao cimo de um monte, onde lhe mostra uma miniatura do Universo e descobre, no orbe terrestre, os lugares onde os portugueses irão praticar altos feitos. Dentro das várias profecias, Tétis narra o martírio de S. Tomé e faz referência ao naufrágio de Camões. Finalmente, Tétis despede os portugueses, que embarcam para empreenderem a viagem de regresso (estâncias 142-143), cuja viagem se efectua com vento sempre manso e favorável, chegando à foz do Tejo sem quaisquer problemas (estância 144).

Das estâncias 145 a 156 são apresentadas lamentações, exortações a D. Sebastião e vaticínios de futuras glórias.

HJCO - Aveiro, 1988

Classicismo

Fonte:Prof. Jénerson Alves
O Classicismo foi conseqüência do Renascimento, importante movimento de renovação científica e cultural ocorrido na Europa que marca o nascimento da Idade Moderna.
A base do Renascimento encontra-se no crescimento gradativo da burguesia comercial e das atividades econômicas entre as cidades européias, o que acabou estimulando a vida urbana e as manifestações artísticas, que passaram a ser patrocinadas por ricos comerciantes (mecenato). O aperfeiçoamento da imprensa possibilitou uma maior difusão de idéias novas, contribuindo para o enriquecimento do ambiente cultural. As grandes navegações alargaram a visão de mundo do europeu, que entrou em contato com culturas diferentes. A matemática se desenvolveu, bem como o estudo das línguas, surgindo as primeiras gramáticas de língua portuguesa.
Todo esse contexto fez nascer uma visão antropocêntrica de mundo. Ou seja, o homem é visto como centro do universo. O cristianismo continua imperando, mas o homem renascentista já não é tão angustiado com as questões religiosas como o era o homem medieval.
Dois movimentos religiosos que marcaram o século XVI tiveram grande repercussão social e cultural: a Reforma Protestante, liderada por Martinho Lutero (1483-1546); e a Contra-Reforma, movimento de reação da Igreja Romana
Os artistas – pintores, escultores, arquitetos – inspiravam-se nas obras dos antigos gregos e romanos, que se transformaram em modelos. Por isso mesmo, dizia-se que a gloriosa arte antiga estava renascendo.

Classicismo em Portugal

O marco inicial do Classicismo português é em 1527, quando se dá o retorno do escritor Sá de Miranda de uma viagem feita à Itália, de onde trouxe as idéias de renovação literária e as novas formas de composição poética, como o soneto. O período encerra em 1580, ano da morte de Luís Vaz de Camões e do domínio espanhol sobre Portugal.

Classicismo Literário

Os escritores classicistas retomaram a idéia de que a arte deve fundamentar-se na razão, que controla a expressão das emoções. Por isso, buscavam o equilíbrio entre os sentimentos e a razão, procurando assim alcançar uma representação universal da realidade, desprezando o que fosse puramente ocasional ou particular.
Os versos deixam de ser escritos em redondilhas (cinco ou sete sílabas poéticas) – que passa a ser chamada medida velha – e passam a ser escritos em decassílabos (dez sílabas poéticas) – que recebeu a denominação de medida nova. Introduz-se o soneto, 14 versos decassilábicos distribuídos em dois quartetos e dois tercetos.

Luís de Camões (1525?-1580): poeta soldado
Escritor de dados biográficos muito obscuros, Camões é o maior autor do período. Sabe-se que, em 1547, embarcou como soldado para a África, onde, em combate, perdeu o olho direito. Em 1553, voltou a embarcar, dessa vez para as Índias, onde participou de várias expedições militares.
Em 1572, Camões publica Os Lusíadas, poema que celebrava os recentes feitos marítimos e guerreiros de Portugal. A obra fez tanto sucesso que o escritor recebeu do rei D. Sebastião uma pensão anual – que mesmo assim não o livrou da extrema pobreza que vivia. Camões morreu no dia 10 de junho de 1580.

A Poesia Épica de Camões

Como tema para o seu poema épico, Luís de Camões escolheu a história de Portugal, intenção explicitada no título do poema: Os lusíadas. O cerne da ação desenvolve-se em torno da viagem de Vasco da Gama às Índias.

A palavra “lusíada” é um neologismo inventado por André de Resende para designar os portugueses como descendentes de Luso (filho ou companheiro do deus Baco).

A Estrutura

Os lusíadas apresenta 1102 estrofes, todas em oitava-rima (esquema ABABABCC), organizadas em dez cantos.

Divisão dos Cantos

1ª parte: Introdução
Estende-se pelas 18 estrofes do Canto I e subdivide-se em:

Ø Proposição: é a apresentação do poema, com a identificação do tema e do herói (constituem as três primeiras estrofes do canto I).
Ø Invocação: o poeta invoca as Tágides, ninfas do rio Tejo, pedindo a elas inspiração para fazer o poema.
Ø Dedicatória: o poeta dedica o poema a D. Sebastião, rei de Portugal.

2ª parte: Narração
Na narração (da estrofe 19 do Canto I até a estrofe 144 do Canto X), o poeta relata a viagem propriamente dita dos portugueses ao Oriente.

3ª parte: Epílogo
É a conclusão do poema (estrofes 145 a 156 do Canto X), em que o poeta pede às musas que o inspiraram que calem a voz de sua lira, pois está desiludido com uma pátria que já não merece as glórias do seu canto.




A Lírica Camoniana

Camões escreveu versos tanto na medida velha quanto na medida nova. Seus poemas heptassílabos geralmente são compostos por um mote e uma ou mais estrofes que constituíam glosas (ou voltas a ele).
Os sonetos, porém, são a parte mais conhecida da lírica camoniana. Com estrutura tipicamente silogística, normalmente apresentam duas premissas e uma conclusão, que costuma ser revelada no último terceto, fechando, assim, o raciocínio.
Camões demonstra, em seus sonetos, uma luta constante entre o amor material, manifestação da carnalidade e do desejo, e o amor idealizado, puro, espiritualizado, capaz de conduzir o homem à realização plena. Nessa perspectiva, o poeta concilia o amor como idéia e o amor como forma, tendo a mulher como exemplo de perfeição, ansiando pelo amor em sua integridade e universalidade.

Outros Autores

Ø Francisco de Sá de Miranda (1481-1558). Escreveu poemas na medida nova e na medida velha. Escreveu, ainda, a tragédia Cleópatra, as comédias Os Estrangeiros e Vilhalpandos.
Ø Antônio Ferreira (1528-1569). Discípulo de Sá de Miranda, escreveu Poemas Lusitanos, Castro, Bristo e Cioso.João de Barros (1496?-1570), autor de As décadas da Ásia.
Postado por Jénerson Alves às 10:47

Humanismo

O HUMANISMO NA LITERATURA PORTUGUESA
O Humanismo português vai desde a nomeação de Fernão Lopes para o cargo de cronista-mor
da Torre do Tombo, em 1434, até o retorno de Sá de Miranda da Itália, em 1527, quando começou a introduzir em Portugal a nova estética clássica.
Torre do Tombo: arquivo do Reino, onde se guardavam os documentos oficiais. A Torre do Tombo foi destruída por um terremoto em 1755, mas o arquivo conservou sempre o mesmo nome.
O termo Humanismo literário é usado comumente para designar o estudo das letras humanas em oposição à Teologia. Na Idade Média, predomina a concepção teocêntrica, em que tudo gira em torno dos valores religiosos. A partir do Humanismo desenvolve-se uma nova concepção de vida: os eruditos defendem a reforma total do homem; acentuam-se o valor do homem na terra, tudo o que possa tornar conhecido o ser humano; preocupam-se com o desenvolvimento da personalidade humana, das suas faculdades criadoras; têm como objetivo atualizar, dinamizar e dar uma nova vida aos estudos tradicionais; empenham-se em fazer a reforma educacional.
Nesse período da história literária, são cada vez mais lidos e apreciados os autores gregos e latinos. A estética medieval – rude e grosseira – é substituída pela grego-latina – harmoniosa e culta. O latim passa a ser a língua de muitos humanistas, que se deixam tomar de grande entusiasmo pelo saber, pelas artes clássicas.
A produção literária portuguesa desse período pode ser subdividida em:
_ Prosa: a) Crônicas de Fernão Lopes, b) Prosa doutrinária e c) Novela de cavalaria
_ Poesia: Poesia palaciana
_ Teatro: Obra de Gil Vicente
Prosa
Conhecido como o “Pai da Historiografia portuguesa”, Fernão Lopes foi encarregado por D. Duarte de guardar os arquivos da Torre do Tombo, onde se achavam os principais documentos sobre Portugal. Incumbido de escrever relatos sobre os acontecimentos de diversos períodos históricos (as chamadas crônicas), Fernão Lopes destacou-se como um prosador dono de um estilo rico e movimentado. Não se limitando a tecer elogios a reis, como a outros cronistas da época; fez descrições detalhadas não só do ambiente da corte, mas também das aldeias, das festas populares e, principalmente, do papel do povo nas guerras e rebeliões.
São de sua autoria:
_ A Crônica de El-Rei D. Pedro I: narrativa dos principais acontecimentos de seu reinado;
_ A Crônica de El-Rei D. Fernando: narrativa dos fatos que ocorreram desde o casamento de D. Fernando com Leonor Telles até o início da Revolução de Avis;
_ A Crônica de El-Rei D. João I: narrativa dos acontecimentos relativos a seu reinado (1385-1411), quando é assinado a paz com Castela.
Fernão Lopes é reconhecido como historiador de inegável méritos e verdadeiro narrador-artista preocupado não apenas com a verdade do conteúdo de suas narrativas, mas também com a beleza da forma. É reconhecido também pela sua capacidade de observar e analisar personagens históricas.
Fernão Lopes analisou com objetividade e justiça os documentos históricos: foi cauteloso em determinar a verdade histórica, ao confrontar textos e versões sobre um mesmo acontecimento.
Prosa Doutrinária
Estas obras destinavam-se ao aprendizado de determinadas artes, muito em moda na época:
_ Livro da montaria;
_ Livro da falcoaria;
_ Leal conselheiro (um verdadeiro guia sobre sentimentos humanos).
Novela de Cavalaria
Como já vimos no Trovadorismo, a novela de cavalaria relatava os feitos históricos de um corajoso cavaleiro, em alguma nobre missão. Neste período, é escrita a novela Amadis de Gaula, que conta a história do cavaleiro Amadis, apaixonado por Oriana, por que se lança em inúmeras aventuras.

domingo, 20 de setembro de 2009

Ortoépia e Prosódia. Vícios de Linguagem

3º Ano do Ensino Médio
Fonte:SED MS
Ortoépia e Prosódia
ORTOÉPIA
Ortoépia é a correta pronúncia dos grupos fônicos.
A ortoépia está relacionada com: a perfeita emissão das vogais, a correta articulação das consoantes e a ligação de vocábulos dentro de contextos.
Erros cometidos contra a ortoépia são chamados de cacoepia. Alguns exemplos:


a- pronunciar erradamente vogais quanto ao timbre:
pronúncia correta, timbre fechado (ê, ô): omelete, alcova, crosta...
pronúncia errada, timbre aberto (é, ó):omelete, alcova,crosta...
b- omitir fonemas: cantar/ canta, trabalhar/trabalha, amor/amo, abóbora/abóbra,prostrar/ prostar, reivindicar/revindicar...
c- acréscimo de fonemas: pneu/peneu, freada/ freiada,bandeja/ bandeija...
d- substituição de fonemas: cutia/cotia, cabeçalho/ cabeçário, bueiro/ boeiro
e- troca de posição de um ou mais fonemas: caderneta/ cardeneta, bicarbonato/ bicabornato, muçulmano/ mulçumano
f- nasalização de vogais: sobrancelha/ sombrancelha, mendigo/ mendingo, bugiganga/ bungiganga ou buginganga
g- pronunciar a crase: A aula iria acabar às cinco horas./ A aula iria acabar àas cinco horas
h- ligar as palavras na frase de forma incorreta:
correta: A aula/ iria acabar/ às cinco horas.
exemplo de ligação incorreta: A/ aula iria/ acabar/ às/ cinco horas.
PROSÓDIA
A prosódia está relacionada com a correta acentuação das palavras tomando como padrão a língua considerada culta.
Abaixo estão relacionados alguns exemplos de vocábulos que freqüentemente geram dúvidas quanto à prosódia:
1) oxítonas:
cateter, Cister, condor, hangar, mister, negus, Nobel, novel, recém, refém, ruim, sutil, ureter.
2) paroxítonas:
avaro, avito, barbárie, caracteres, cartomancia,ciclope, erudito, ibero, gratuito, ônix, poliglota, pudico, rubrica, tulipa.
3) proparoxítonas:
aeródromo, alcoólatra, álibi, âmago,antídoto, elétrodo, lêvedo, protótipo, quadrúmano, vermífugo, zéfiro.
Há algumas palavras cujo acento prosódico é incerto, oscilante, mesmo na língua culta. Exemplos:
acrobata e acróbata / crisântemo e crisantemo/ Oceânia e Oceania/ réptil e reptil/ xerox e xérox e outras.
Outras assumem significados diferentes, de acordo a acentuação:
Exemplo: valido/ válido
Vivido /Vívido
Fonte: www.portugues.com.br
ORTOÉPIA E PROSÓDIA
Ortoepia trata da correta pronúncia das palavras.
Exemplo: "advogado", e não "adevogado" (o d é mudo).
Prosódia trata da correta acentuação tônica das palavras.
Exemplo: "rubrica" (palavra paroxítona), e não "rúbrica" (palavra proparoxítona).
Dessa forma, segue abaixo uma lista das principais palavras que normalmente apresentam dúvidas quanto à sua pronúncia e tonicidade corretas.
ACRÓBATA / ACROBATA:
Esta palavra, COMO MUITAS OUTRAS DE NOSSA lÍNGUA, admite as duas pronúncias: acróbata, com ênfase na sílaba "cró", ou acrobata, com força na sílaba "ba". Também é indiferente dizer Oceânia ou Oceania, transístor ou transistor (com força na sílaba "tor", com o "ô" fechado).
ALGOZ (carrasco):
Palavra oxítona, cuja pronúncia do "o" deve ser fechada (algôz, = arroz).
AUTÓPSIA / NECROPSIA:
Apesar de autópsia ter como vogal tônica o "ó", a forma necropsia, que possui o mesmo significado, deve ser pronunciada com ênfase no "i".
AZÁLEA / AZALÉIA:
Segundo os melhores dicionários, estas duas formas são aceitáveis;
AVARO (indivíduo muito apegado ao dinheiro): deve ser pronunciada como paroxítona (acento tônico na sílaba va), e por terminar em "o", não deve ser acentuada.
BOÊMIA:
De origem francesa, relativa à cidade de Boéme, esta palavra tem sua sílaba forte no "ê", e não no "mi".
CARÁTER:
Paroxítona que apresenta o plural caracteres, tendo o acréscimo da letra "c", e o deslocamento do acento tônico da sílaba "ra" para a sílaba "te", sem o emprego de acento gráfico.
CATETER, MISTER e URETER:
Todas possuindo sua acentuação tônica na última sílaba (tér), sendo assim oxítonas.
CHICLETE / CHOPE / CLIPE / DROPE:
Quando se referindo a uma só unidade de cada um destes produtos, deve-se falar "um chiclete, um chope, um clipe, um drope", e não "um chicletes, um chopes, um clipes, um dropes". Existe, ainda, a variante "chiclé" (um chiclé, dois chiclés).
CUPIDO e CÚPIDO:
A primeira forma (paroxítona e sem acento) significa o deus alado do amor; a segunda (proparoxítona) tem o sentido de ávido de dinheiro, ambicioso, também pode ser usada como possuído de desejos amorosos.
EXTINGUIR:
A sílaba "guir" desta palavra deve ser pronunciada como nas palavras "perseguir", "seguir", "conseguir". Isso também vale para "distinguir".
FLUIDO:
Pronuncia-se como a forma verbal "cuido", verbo cuidar (com força no u). Assim também GRATUITO, CIRCUITO, INTUITO, fortuito. No entanto, o particípio do verbo fluir é "fluído", acontecendo aqui um hiato, onde a vogal tônica agora passa a ser o "í".
IBERO:
Pronuncia-se como paroxítona (ênfase na sílaba BE, IBÉRO).
INEXORÁVEL (= austero, rígido, inabalável...): esse "x" lê-se como os de exemplo, exame, exato, exercício, isto é, com o som de "z".
LÁTEX:
tendo seu acento tônico na penúltima sílaba e terminando com a letra x, é uma palavra paroxítona, e como tal deve ser pronunciada e acentuada.
MAQUINARIA:
O acento tônico deve recair na sílaba "ri", e não sobre a sílaba "na".
NÉON:
Muitos dicionários apresentam esta palavra como paroxítona, sendo acentuada por terminar em "n"; no entanto, o dicionário Michaelis Melhoramentos, recentemente editado, traz as duas grafias: néon (paroxítona) e neon (oxítona).
NOVEL e NOBEL:
Palavras oxítonas que não devem ser acentuadas.
OBESO: palavra paroxítona que deve ser pronunciada com o "e" aberto (obéso). Também são abertos o "e" de outras paroxítonas como "coeso" (coéso), "obsoleto" (obsoléto), o "o" de "dolo" (dólo), o "e" de "extra" (éxtra) e o "e" de "blefe" (bléfe). Apresentam-se, porém, fechados o "e" de "nesga" (nêsga), o de "destro" (dêstro), e o "o" "torpe" (tôrpe).
OPTAR: ao se conjugar este verbo na 1ª pessoa do singular do presente do indicativo, deve-se pronunciar "ópto", e não "opito". Assim também em relação às formas verbais "capto, adapto, rapto" - todas com força na sílaba que vem antes do "p".
PROJÉTIL / PROJETIL:
Ambas as formas têm o mesmo significado, apesar de a primeira ser paroxítona e a segunda oxítona. Plurais: PROJÉTEIS / PROJETIS.
PUDICO (aquele que tem pudor, envergonhado): palavra paroxítona (ênfase na sílaba "di").
RECORDE:
Deve ser pronunciada como paroxítona (recórde).
RÉPTIL / REPTIL:
Mesmo caso da palavra PROJÉTIL. Plurais. RÉPTEIS / REPTIS.
RUBRICA: palavra paroxítona, e não proparoxítona como se costuma pensar (ênfase na sílaba "bri").
RUIM: palavra oxítona (ruím).
RUPIA / RÚPIA:
A primeira forma se refere à moeda utilizada na Indonésia (força no "i") e a segunda é relativa a uma planta aquática (com ênfase no "ú").
SUBSÍDIOS: a pronúncia correta é com som de "ss", e não "z" (subssídios).
SUTIL e SÚTIL:
A primeira forma, sendo oxítona, significa "tênue, delicado, hábil"; a segunda, paroxítona, significa "tudo aquilo que é composto de pedaços costurados".
TÓXICO: pronuncia-se com o som de "cs" = tócsico.
Nota
Existe alguma discordância quanto ao som do "x" de "hexa-". O Dicionário Aurélio - Século XXI, o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa - da Academia Brasileira de Letras, e o dicionário de Caldas Aulete dizem que esse "x" deve ter o som de "cs", e deve ser pronunciado como o "x" de "fixo", "táxi", "tóxico", etc. Já o "Houaiss" diz que esse "x" corresponde a "z", portanto deve ser lido como o "x" de "exame", "exercício", "êxodo", etc.. Na língua falada do Brasil, nota-se interessante ambigüidade: o "x" de "hexágono" normalmente é lido como "z", mas o de "hexacampeão" costuma ser lido como "cs".
























Estrutura da Dissertação
É uma modalidade de composição que visa análisar, ou comentar expositivamente conceitos ou idéias sobre um determinado assunto. Pode apresentar-se de forma expositiva ou argumentativa. Possui uma natureza reflexiva que consiste na ordenação dessas idéias a respeito de um determinado assunto contido em um uma frase-tema, um conjunto de textos verbais, não-verbais, ou até mesmo uma mescla de textos.

Dissertar é debater. Para discutirmos questões dos variados assuntos que a sociedade nos apresenta precisamos da Dissertação. Aquele que desenvolve uma dissertação é comumente denominado de Enunciador de idéias. Como enunciadores somos nós que desenvolvemos o texto dissertativo sem usar primeira pessoa, expressando o nosso ponto de vista para desenvolvê-lo com concisão e clareza. Essas idéias fundamentam nossa posição. É por isso que toda dissertação deve ser desenvolvida em terceira pessoa. Estabelecer nos parágrafos do desenvolvimento as relações de causa e conseqüência, contribui para um texto correto e conciso. Frases curtas, linguagem direta apresenta um texto com estrutura organizada e lógicidade de idéias.

A Estrutura do texto Dissertativo
São três as partes básicas de uma redação: Introdução, Desenvolvimento e Conclusão. Isso necessariamente não quer dizer que uma dissertação tenha que ter três parágrafos. O mínimo de parágrafos lógicos seriam quatro e no máximo cinco, por se tratar de um texto para leitura rápida e concisa.
Na Introdução de texto dissertativo encontramos a delimitação de um tema, através de frases chamadas de argumentos, ou idéias secundárias, de uma idéia central que conhecemos como assunto, o assunto do tema que amarrará os parágrafos do desenvolvimento – sugestão ou duas, ou no máximo três;
No Desenvolvimento do texto dissertativo trabalharemos as frases idéias, ou argumentos observando a estrutura padrão de um parágrafo de desenvolvimento que apresentarei mais adiante, apresentando sua causa e conseqüência e exemplos sempre no fim parágrafo para mostrar harmonia;
A Conclusão no texto dissertativo também uma estrutura padrão, chega de inventar, até para finalizar um texto devemos seguir regras. Seguindo-as o resultado final da redação será primoroso.
Eis o Esquema Estrutural que poderá ajudá-lo a fazer sua dissertação:


Acima temos um modelo para uma redação com cinco parágrafos, abaixo segue o desenvolvimento de uma redação a partir do seguinte tema:
“ÁGUA, CULTURA E CIVILIZAÇÃO”
No mundo moderno, incrivelmente globalizado, ocorre uma tendência a valorização do lucro em detrimento a fatores de grande importância para a sobrevivência humana. Pois, a falta de água potável no futuro trará conseqüências hediondas. Mas, há uma cultura que pode ser formada através da educação ambiental nas escolas para as nossas crianças e, além do mais, descaso de nossos governantes aponta para uma civilização em crise e em processo de autodestruição.
Embora, o homem não tenha dado o valor devido à importância da água para sua subsistência. Estudiosos prevêem que daqui a 50 faltará água potável. Que ironia para o ser humano que vive em um planeta composto por 2/3 de água. Lembrando que 2% da água da terra é doce e o mais criminoso é que 5% dos 2% está poluída. Além da destruição de seu “habitat” natural, o aumento demográfico é absurdo, poluindo o que ainda resta, sem nenhuma ação governamental para conter esta realidade terrível e inevitável.
Ainda com a falta de políticas públicas, contribuindo para esse descaso. Sem um processo de Educação Ambiental nada pode ser feito contra essa escassez. Preparar a cultura dos herdeiros da terra para essa mudança de postura, já entranhada dentro de nossos governantes que por não terem interesses políticos nada fazem, é essencial.
Mesmo, diante dessas grandes civilizações que dominam o planeta, algumas que surgiram, ou tem como modelo, se organizarem perto dos grandes rios como vemos o Tigre, Eufrates, Amarelo, Nilo, Mississipi, Rio Grande, Amazonas e outros. Não foi mera coincidência, antes sim suas necessidades de vitalidade e de preservação de suas espécies. A água é vital para todos os seres vivos, é usada em rituais desde a antiguidade. Logo pode existir a humanidade sem seu líquido precioso que é a água.
Assim, esse bem tão precioso, que para alguns pensadores da Grécia Antiga foi o princípio de tudo, só terá relevância, com preocupação no âmbito mundial, quando a catástrofe estiver pronta. Todos os dias os avisos são dados, com a natureza se rebelando, pó enquanto são os outros seres que estão entrando em extinção. Quando chegar a vez do bicho homem, só assim, ele irá se preocupar, mas já será tarde demais.
Outros temas:
1. Prova de Redação do Enem 2006










2. Temas (Frases)
“Quem decide pode errar: quem não decide já errou”.
“O outro nome da paz é justiça”.
“A capacidade de ouvir o adversário da à medida do amor a liberdade”.
Lembre-se que o Ponto de vista é a mágica da redação. É a primeira frase para iniciar a delimitação do tema. Aquela que vem em primeiro lugar na sua mente. Está presente em seu pensamento após ler qualquer texto. É a primeira idéia que você tem do assunto. Supondo que você fosse dissertar sobre um tema simples e comum que todos usam para explicar ponto de vista. “A TELEVISÃO”.

O que geralmente chamamos de idéias são pontos de visão do tema, que inseridos em uma frase servem como frase inicial. A primeira frase para iniciar o primeiro parágrafo O Ponto de Vista. O Ponto de Vista depende de sua capacidade de leitura e absorção de idéias, conhecimentos. Quanto mais informação você tem melhor para desenvolver e expor suas idéias na forma escrita. É por isso que eu sempre afirmei para meus alunos e agora na internet me permitam finalizar com a minha eterna frase.
“Só se escreve sobre aquilo que se conhece. – Robson Moura”.
Vícios de Linguagem
BARBARISMO
É o emprego de vocábulos, expressões e construções alheias ao idioma. Os estrangeirismos que entram no idioma por um processo natural de assimilação de cultura assumem aspecto de sentimento político-patriótico que, aos olhos dos puristas extremados, trazem o selo da subserviência e da degradação do país.
Esquecem-se de que a língua, como produto social, registra, em tais estrangeirismos, os contactos de povos. Este tipo de patriotismo lingüístico (Leo Spitzer lhe dava pejorativamente o nome de "patriotite") é antigo e revela reflexos de antigas dissensões históricas. Bréal lembra que os filólogos gregos que baniam os vocábulos turcos do léxico continuavam, à sua moda, a guerra da independência. Entre nós o repúdio ao francesismo ou galicismo nasceu da repulsa, aliás, justa, dos portugueses aos excessos dos soldados de Juno quando Napoleão ordenou a invasão de Portugal.
O que se deve combater é o excesso de importação de línguas estrangeiras, mormente aquela desnecessária por se encontrarem no vernáculo vocábulos equivalentes.
CACÓFATO
Palavra de origem grega que significa "mau som", RESULTANTE DA aproximação das sílabas finais de uma palavra com as iniciais de outra, formando uma terceira de "som desagradável".
Exemplos:
Durante a Olimpíada de Atlanta, um repórter afirmou com muita ênfase: "Até hoje, o atletismo era o esporte que havia dado mais medalhas para o Brasil."
Na transmissão do jogo Brasil x Coréia, ouviu-se: "Flávio Conceição pediu a bola e Cafu deu."
Cacófatos mais conhecidos:
"Uma prima minha...", "Na boca dela...", "Na vez passada...", "Eu vi ela...", "Teu time nunca ganha", entre outros.
Segundo o gramático e filólogo Napoleão Mendes de Almeida "Só haverá cacofonia quando a palavra produzida for torpe, obscena ou ridícula. É infundado o exagerado escrúpulo de quem diz haver cacófato em 'por cada', 'ela tinha' e 'só linha'." No mesmo caso podemos incluir "uma mão" e "já tinha".
No meio empresarial, corre uma história muito curiosa. Dizem que uma engenheira química, durante visita a uma indústria, recebeu a seguinte pergunta: "Que a senhora faria se este problema ocorresse em sua fábrica?" Ela respondeu secamente: "Eu mandaria um químico meu." A resposta causou constrangimento. Todos disfarçaram e continuaram a reunião. Lá pelas tantas, nova pergunta: "E neste caso?" Nova resposta: "Eu mandaria um outro químico meu." Foram tantos "químico meu" que um diretor mais preocupado perguntou: "Mas...foi a fábrica toda?" Ela deve ter voltado para casa sem saber o porquê de tanto sucesso.
REDUNDÂNCIA
Palavra ou expressão desnecessária, por indicar idéia que já faz parte de outra passagem do texto.
Exemplos:
Você sabe o que significa "elo"? Além de sinônimo de argola, figurativamente elo pode significar "ligação, união". Então "elo de ligação" é outro belíssimo caso de redundância. Basta dizer que alguma coisa funciona como elo, e não que funciona como "elo de ligação".
O mesmo raciocínio se aplica em casos como o de "criar mil novos empregos". Pura redundância. Basta dizer "criar mil empregos".
Se é consenso, é geral. É redundante dizer "Há consenso geral em relação a isso". Basta dizer que há consenso.
Prefiro mais é errado. A força do prefixo (pre) dispensa o advérbio (mais). Diga sempre: prefiro sair sozinha; prefiro comer carne branca. Nada mais!
Outros exemplos de redundância:
"Acabamento final" (O acabamento vem no fim mesmo)
"Criar novas teorias" (O que se cria é necessariamente novo)

"Derradeira última esperança" (Derradeira é sinônimo de última)
"Ele vai escrever a sua própria autobiografia" (Autobiografia é a biografia de si mesmo)
"Houve contatos bilaterais entre as duas partes" (Basta: "bilaterais
entre as partes")
"O nível escolar dos alunos está se degenerando para pior" (É impossível degenerar para melhor)
"O concurso foi antecipado para antes da data marcada" (Será que dá para antecipar para depois?)
"Ganhe inteiramente grátis" (Se ganhar só pode ser grátis, imagine inteiramente grátis. Parece que alguém pode ganhar alguma coisa parcialmente grátis)

"Por decisão unânime de toda a diretoria" (Boa foi a decisão unânime só da metade da diretoria!)
"O juiz deferiu favoravelmente" (Se não fosse favoravelmente, o juiz tinha indeferido)
"Não perca neste fim de ano, as previsões para o futuro" (Ainda estamos para ver as previsões para o passado!)
SOLECISMO
Colocação inadequada de algum termo, contrariando as regras da norma culta em relação à sintaxe (parte da gramática que trata da disposição das palavras na frase e das frases no período).
Exemplos:
Me esqueci (em lugar de: Esqueci-me).
Não falou-me sobre o assunto (em lugar de: Não me falou sobre o assunto)
Eu lhe abracei (por: Eu o abracei)
A gente vamos (por: A gente vai)
Tu fostes (por: Tu foste)
ALGUMAS MANEIRAS DE FALAR OU ESCREVER ERRADO (TAUTOLOGIA)
A tautologia é um dos vícios de linguagem que consiste em dizer ou escrever a mesma coisa, por formas diversas, meio parecida com pleonasmo ou redundância. O exemplo clássico é o famoso subir para cima ou descer para baixo. Mas há ainda muitos outros.
Observe a lista abaixo. Se vir alguma que já usou, procure não utilizar mais.
- Acabamento final;
- Quantia exata;
- Nos dias 8, 9 e 10, inclusive;
- Superávit positivo;
- Todos foram unânimes;
- Habitat natural;
- Certeza absoluta;
- Quantia exata;
- Sugiro, conjecturalmente;
- Nos dias , e inclusive;
- Como prêmio extra;
- Juntamente com;
- Em caráter esporádico;
- Expressamente proibido;
- Terminantemente proibido;
- Em duas metades iguais;
- Destaque excepcional;
- Sintomas indicativos;
- Há anos atrás;
- Vereador da cidade;
- Outra alternativa;
- Detalhes minuciosos / pequenos detalhes;
- A razão é porque;
- Interromper de uma vez;
- Anexo (a) junto a carta;
- De sua livre escolha;
- Superávit positivo;
- Vandalismo criminoso;
- Palavra de honra;
- Conviver junto;
- Exultar de alegria;
- Encarar de frente;
- Comprovadamente certo;
- Fato real;
- Multidão de pessoas;
- Amanhecer o dia;
- Criar novos empregos;
- Retornar de novo;
- Freqüentar constantemente;
- Empréstimo temporário;
- Compartilhar conosco;
- Surpresa inesperada;
- Completamente vazio;
- Colocar algo em seu respectivo lugar;
- Escolha opcional;
- Continua a permanecer;
- Passatempo passageiro;
- Atrás da retaguarda;
- Planejar antecipadamente;
- Repetir outra vez / de novo;
- Sentido significativo;
- Voltar atrás;
- Abertura inaugural;
- Pode possivelmente ocorrer;
- A partir de agora;
- Última versão definitiva;
- Obra-prima principal;
- Gritar/ Bradar bem alto;
- Propriedade característica;
- Comparecer em pessoa;
- Colaborar com uma ajuda / auxílio;
- Matriz cambiante;
- Com absoluta correção/ exatidão;
- Demasiadamente excessivo;
- Individualidade inigualável;
- A seu critério pessoal;
- Abusar demais;
- Preconceito intolerante;
- Medidas extremas de último caso;
- De comum acordo;
- Inovação recente;
- Velha tradição;
- Beco sem saída;
- Discussão tensa;
- Imprensa escrita;
- Sua autobiografia;
- Sorriso nos lábios;
- Goteira no teto;
- General do Exército;
(Só existem generais no Exército)

- Brigadeiro da Aeronáutica;
(Só existem brigadeiros na Aeronáutica)
- Almirante da Marinha;
(Só existem almirantes na Marinha)
- Manter o mesmo time;
- Labaredas de fogo;
- Erário público;
(Os dicionários ensinam que erário é o tesouro público, por isso,
basta dizer somente erário)
- Despesas com gastos;
- Monopólio exclusivo;
- Ganhar grátis;
- Países do mundo;
- Viúva do falecido;
- elo de ligação;
- criação nova;
- exceder em muito;
- Expectativas, planos ou perspectivas para o futuro.


VÍCIOS DE LINGUAGEM
DEFINIÇÃO
São alterações defeituosas que sofre a língua em sua pronúncia e escrita devidas à ignorância do povo ou ao descaso de alguns escritores. São devidas, em grande parte, à suposta idéia da afinidade de forma ou pensamento.
Os vícios de linguagem são: barbarismo, anfibologia, cacofonia, eco, arcaísmo, vulgarismo, estrangeirismo, solecismo, obscuridade, hiato, colisão, neologismo, preciosismo, pleonasmo.
BARBARISMO
É o vício de linguagem que consiste em usar uma palavra errada quanto à grafia, pronúncia, significação, flexão ou formação. Assim sendo, divide-se em: gráfico, ortoépico, prosódico, semântico, morfológico e mórfico.
Gráficos: hontem, proesa, conssessiva, aza, por: ontem, proeza, concessiva e asa.
Ortoépicos: interesse, carramanchão, subcistir, por: interesse, caramanchão, subsistir.
Prosódicos: pegada, rúbrica, filântropo, por: pegada, rubrica, filantropo.
Semânticos: Tráfico (por tráfego) indígena (como sinônimo de índio, em vez de autóctone).
Morfológicos: cidadões, uma telefonema, proporam, reavi, deteu, por: cidadãos, um telefonema, propuseram, reouve, deteve.
Mórficos: antidiluviano, filmeteca, monolinear, por: antediluviano, filmoteca, unlinear.
OBS.: Diversos autores consideram barbarismo palavras, expressões e construções estrangeiras, mas, nesta apostila, elas serão consideradas "estrangeirismos."
CASO 1
DESINTERIA ou DISENTERIA?
A grafia correta é disenteria. Significados:
1. Síndrome decorrente de inflamação intestinal, que inclui dor abdominal e defecações freqüentes, às vezes com sangue e muco.
2. Disenteria amebiana: A produzida por Entamoeba histolytica.
3. Disenteria bacilar: Doença infecciosa produzida por bactérias do gênero Shigella.
Origem - Do latim dysenteria.
Análise fonética - Di-sen-te-ri-a: palavra paroxítona; en = dígrafo; i-a = hiato; dez letras e nove fonemas.
Análise morfológica - Substantivo primitivo, simples, comum, abstrato, feminino: o disenteria, uma disenteria.
Plural - Disenterias.
Barbarismo - A grafia desinteria constitui barbarismo: vício de linguagem que consiste em alterar, indevidamente, a grafia das palavras.

CASO 2
ESTRUPAR ou ESTUPRAR?
A grafia correta é estuprar. Significados:
VERBO TRANSITIVO DIRETO
1. Cometer estupro contra; violar, ofender, deflorar, desflorar.
Origem - Do latim estuprare.
Análise fonética - Es-tu-prar: palavra oxítona; st e pr = encontros consonantais; oito letras e oito fonemas.
Regência - Verbo transitivo direto: exige complemento sem preposição.
Derivadas - De estuprar, vêm estuprado, estuprada, estuprador e estupro.
Barbarismo - As grafias estrupar, estrupado, estrupada, estrupador e estrupo constituem barbarismo: vício de linguagem que consiste em alterar, indevidamente, a grafia das palavras.
Conjugação - Verbo regular, conjugado em todos os tempos e modos. Veja o presente do indicativo e do subjuntivo.

Eu estupro Que eu estupre
Tu estupras Que tu estupres
Ele estupra Que ele estupre
Nós estupramos Que nós estupremos
Vós estuprais Que vós estupreis
Eles estupram Que eles estuprem
Formas nominais - Estuprando, estuprado, estuprada.

AMBIGÜIDADE OU ANFIBOLOGIA
É o vício de línguagem que consiste em usar diversas palavras na frase de maneira a causar duplo sentido na sua interpretação.
Ex.: Não se convence, enfim, o pai, o filho, amado. O chefe discutiu com o empregado e estragou seu dia. (nos dois casos, não se sabe qual dos dois é autor, ou paciente).
CASO 1
SEU, SUA, DELE, DELA
Quando os possessivos seu, sua, seus, suas derem margem à ambigüidade, devem ser trocados por dele, dela, deles, delas.
Construções certas e erradas:
|e| Você sabe que eu gosto de seu pai, mas recuso-me a seguir a sua opinião.
|c| Você sabe que não gosto de seu pai, mas recuso-me a seguir a opinião dele.
|e| Você e sua mãe me fazem feliz. Sem o seu apoio, eu não sou ninguém.
|c| Você e sua mãe me fazem feliz. Sem o apoio dela, eu não sou ninguém.
|e| Tenho verdadeira admiração por sua mãe, mas sinto que sua admiração por mim é fraca.
|c| Tenho verdadeira admiração por sua mãe, mas sinto que a admiração dela por mim é fraca.
|e| Sinto que você e seu pai me apóiam. Mas preciso acreditar mais no seu empenho.
|c| Sinto que você e seu pai me apóiam. Mas preciso acreditar mais no empenho dele.

CASO 2
ESPERANDO BEBÊ

Frase ambígua - "Depois dos exames, a médica disse-lhe que estava esperando bebê".
Duplo sentido - Nessa construção, não se sabe quem estava esperando bebê. A paciente (que foi submetida a exames) ou a médica?
Correção:
|c| Depois dos exames, a médica informou que a paciente estava esperando bebê.
|c| Submetida a exames, a paciente recebeu da médica a informação de que estava esperando bebê.
|c| Depois de ser submetida a exames, a paciente foi informada pela médica de que estava esperando bebê.
|c| Depois dos exames, a média disse à paciente: "você está esperando bebê".
|c| Depois dos exames, a média disse-lhe: "você está esperando bebê".

CACOFONIA
Vício de linguagem caracterizado pelo encontro ou repetição de fonemas ou sílabas que produzem efeito desagradável ao ouvido. Constituem cacofonias:
A coli
Ex.: Meu Deus não seja já.
O eco
Ex.: Vicente mente constantemente.
o hia
Ex.: Ela iria à aula hoje, se não chovesse
O cacófato
Ex.: Tem uma mão machucada: A aliteração - Ex.: Pede o Papa paz ao povo. O antônimo é a "eufonia".
ECO:
Espécie de cacofonia que consiste na seqüência de sons vocálicos, idênticos, ou na proximidade de palavras que têm a mesma terminação. Também se chama assonância.
Ex.: É possível a aprovação da transação sem concisão e sem associação.
Na poesia, a "rima" é uma forma normal de eco. São expressivas as repetições vocálicas a curto intervalo que visam à musicalidade ou à imitação de sons da natureza (harmonia imitativa); "Tíbios flautins finíssimos gritavam" (Bilac).








CASO 1
BOCA DELA

Expressão que encerra cacofonia (som desagradável proveniente das sílabas finais de uma palavra com as iniciais da seguinte).
Análise fonética - Bo-ca: palavra paroxítona; quatro letras e quatro fonemas. De-la: palavra paroxítona; quatro letras e quatro fonemas.
Análise morfológica - Boca: substantivo primitivo, simples, comum, concreto, feminino. Dela: contração da preposição de com o pronome pessoal reto ela.
Construções certas e erradas:
|e| Logo no primeiro encontro, dei um beijo na boca dela.
|c| Logo no primeiro encontro, dei-lhe um beijo na boca.
|e| Sem querer, bati com a mão na boca dela.
|c| Sem querer, bati-lhe com a mão na boca.
|e| Ficava horas seguidas observando a boca dela.
|c| Ficava horas seguidas observando-lhe a boca.
Observação:
A construção "Dei um beijo na sua boca", tentativa de corrigir "Dei um beijo na boca dela", é uma frustração. Eliminamos um erro (cacofonia) e caímos em outro (ambigüidade). A solução é fazer uso do pronome lhe com valor de possessivo, como fizemos nos exemplos acima.
CASO 2
POR CADA

Expressão que deve ser evitada porque contém cacofonia (som desagradável proveniente das sílabas finais de uma palavra com as iniciais da seguinte). Talvez pela dificuldade de substituí-la, bons escritores já usaram essa expressão.
Análise fonética - Por: monossílabo átono; três letras e três fonemas. Cada: palavra paroxítona; quatro letras e quatro fonemas.
Análise morfológica - Por: preposição. Cada: pronome indefinido.
Construções certas e erradas:
|e| Pagaremos o dobro por cada onça que você matar.
|c| Cada onça que você matar, pagamos o dobro por ela.
|e| Vocês vão ganhar por cada folha digitada.
|c| Vocês vão ganhar por folha digitada.
|e| Não cometam nenhum erro; sou responsável por cada um de vocês.
|c| Não cometam nenhum erro; cada um de vocês está sob minha responsabilidade.
|e| Gosto de todos vocês, tenho admiração por cada um.
|c| Gosto de todos, cada um de vocês tem a minha admiração.
|e| Ainda em vida, você vai pagar por cada maldade que praticou.
|c| Ainda em vida, você vai pagar por todas maldades que praticou.

ARCAÍSMO:
Palavras, expressões, construções ou maneira de dizer que deixaram de ser usadas ou passaram a ter emprego diverso.
Na língua viva contemporânea: asinha (por depressa), assi (por assim) entonces (por então), vosmecê (por você), geolho (por joelho), arreio (o qual perdeu a significação antiga de enfeite), catar (perdeu a significação antiga de olhar), faria-te um favor (não se coloca mais o pronome pessoal átono depois de forma verbal do futuro do indicativo), etc.
VULGARISMO:
É o uso lingüístico popular em contraposição às doutrinas da linguagem culta da mesma região.
O vulgarismo pode ser fonético, morfológico e sintático.
Fonético:
A queda dos erres finais: anda, comê, etc. A vocalização do "L" final nas sílabas.
Ex.: mel = meu , sal = saú etc.
A monotongação dos ditongos.
Ex.: estoura = estóra, roubar = robar.
A intercalação de uma vogal para desfazer um grupo consonantal.
Ex.: advogado = adevogado, rítmo = rítimo, psicologia = pissicologia.
Morfológico e sintático:
Temos a simplificação das flexões nominais e verbais.
Ex.: Os aluno, dois quilo, os homê brigou.
Também o emprego dos pronomes pessoais do caso reto em lugar do oblíquo.
Ex.: vi ela, olha eu, ó gente, etc.
ESTRANGEIRISMO:
Todo e qualquer emprego de palavras, expressões e construções estrangeiras em nosso idioma recebe denominação de estrangeirismo. Classificam-se em: francesismo, italianismo, espanholismo, anglicismo (inglês), germanismo (alemão), eslavismo (russo, polaço, etc.), arabismo, hebraísmo, grecismo, latinismo, tupinismo (tupi-guarani), americanismo (línguas da América) etc...
O estrangeirismo pode ser morfológico ou sintático.
Estrangeirismos morfológicos:
Francesismo: abajur, chefe, carnê, matinê etc...
Italianismos: ravioli, pizza, cicerone, minestra, madona etc...
Espanholismos: camarilha, guitarra, quadrilha etc...
Anglicanismos: futebol, telex, bofe, ringue, sanduíche breque.
Germanismos: chope, cerveja, gás, touca etc...
Eslavismos: gravata, estepe etc...
Arabismos: alface, tarimba, açougue, bazar etc...
Hebraísmos: amém, sábado etc...
Grecismos: batismo, farmácia, o limpo, bispo etc...
Latinismos: index, bis, memorandum, quo vadis etc...
Tupinismos: mirim, pipoca, peteca, caipira etc...
Americanismos: canoa, chocolate, mate, mandioca etc...
Orientalismos: chá, xícara, pagode, kamikaze etc...
Africanismos: macumba, fuxicar, cochilar, samba etc...
Estrangeirismos Sintáticos:
Exemplos:
Saltar aos olhos (francesismo);
Pedro é mais velho de mim. (italianismo);
O jogo resultou admirável. (espanholismo);
Porcentagem (anglicanismo), guerra fria (anglicanismo) etc...
CASO 1
LISTA DE GALICISMOS
Significado:
1. Vício de linguagem que consiste em empregar, na Língua Portuguesa, palavras ou construções próprias da Língua Francesa. O mesmo que francesismo.
2. Expressão ou construção afrancesada.
Origem - Do francês gallicisme.
Análise fonética - Ga-li-cis-mo: palavra paroxítona; sm = encontro consonantal; nove letras e nove fonemas.
Análise morfológica - Substantivo primitivo, simples, abstrato, comum, masculino: o galicismo, um galicismo.
Lista - Segue uma lista dos galicismos mais usados na nossa língua.
FRANCÊS PORTUGUÊS
avalanche avalancha
boite boate
ballet balé
baton batom
bibelot bibelô
bidet bidê
brevet brevê
bouquet buquê
boutique butique
buffet bufê
cabine cabina
champagne champanha
chalet chalé
camionette camioneta (ê)
carnet carnê
chic chique
cognac conhaque
complot complô
coupon cupom, cupão
crepon crepom
crochet crochê
dossier dossiê
édredon edredom
escroc escroque
filet filé
gaffe gafe
garage garagem
garçon garçom, garção
glacé glacê
guichet guichê
guidon guidom, guidão
hachure hachura
maçon maçom
madame madama
mayonnaise maionese
manicure manicura
maquette maqueta (ê)
maquillage maquiagem (melhor) ou maquilagem
marron marrom
matinée matinê
omelette omeleta (melhor) ou omelete
pedicure pedicura
pioerrot pierrô
pivot pivô
popeline popelina
purée purê
raquette raqueta (ê)
rendez-vous rendevu
revanche desforra (ó)
rouge ruge
sabotage sabotagem
toilette toalete
vitrine vitrina






CASO 2
AVALANCHE ou AVALANCHA?

Avalancha é a grafia correta na Língua Portuguesa, e não avalanche. Significados:
1. Massa de neve e gelo que desce, rápida e violenta, pela encosta das altas montanhas.
2. Desmoronamento violento e rápido de uma montanha.
3. Alude (apesar de defendida pelos puristas, tem uso muito restrito).
4. Figurado: Invasão súbita de gente ou de animais.
Análise fonética - A-va-lan-cha: palavra paroxítona; an e ch = dígrafos; nove letras e sete fonemas.
Análise morfológica - Substantivo primitivo, simples, comum, abstrato, feminino: a avalancha, uma avalancha.
Galicismo - O emprego de avalanche no lugar de avalancha constitui galicismo: vício de linguagem que consiste em empregar, na Língua Portuguesa, palavras ou construções próprias da Língua Francesa. O mesmo que francesismo.
|e| Mesmo pela tevê, amedronta-me a violência das avalanches.
|c| Mesmo pela tevê, amedronta-me a violência das avalanchas.
|e| De repente, houve uma avalanche de pessoas no local, causando tumulto.
|c| De repente, houve uma avalancha de pessoas no local, causando tumulto.


SOLECISMOS:
São os erros que atentam contra as normas de concordância, de regência ou de colocação.
Exemplos:
Solecimos de regência:
Ontem assistimos o filme (por: Ontem assistimos ao filme).
Cheguei no Brasil em 1923 (por: Cheguei ao Brasil em 1923).
Pedro visava o posto de chefe (correto: Pedro visava ao posto de chefe).
Solecismo de concordância:
Haviam muitas pessoas na festa (correto: Havia muitas pessoas na festa)
O pessoal já saíram? (correto: O pessoal já saiu?).
Solecismo de colocação:
Foi João quem avisou-me (correto: Foi João quem me avisou).
Me empresta o lápis (Correto: Empresta-me o lápis).
OBSCURIDADE:
Vício de linguagem que consiste em construir a frase de tal modo que o sentido se torne obscuro, embaraçado, ininteligível. Em um texto, as principais causas da obscuridade são: o abuso do arcaísmo e o neologismo, o provincianismo, o estrangeirismo, a elipse, a sínquise (hipérbato vicioso), o parêntese extenso, o acúmulo de orações intercaladas (ou incidentes) as circunlocuções, a extensão exagerada da frase, as palavras rebuscadas, as construções intrincadas e a má pontuação.
Ex.: Foi evitada uma efusão de sangue inútil (Em vez de efusão inútil de sangue).
NEOLOGISMO:
Palavra, expressão ou construção recentemente criadas ou introduzidas na língua. Costumam-se classificar os neologismos em:
Extrínsecos: que compreendem os estrangeirismos.
Intrínsecos: (ou vernáculos), que são formados com os recursos da própria língua. Podem ser de origem culta ou popular.
Os neologismos de origem culta subdividem-se em:
Científicos ou técnicos: aeromoça, penicilina, telespectador, taxímetro (redução: táxi), fonemática, televisão, comunista, etc...
Literários ou artísticos: olhicerúleo, sesquiorelhal, paredro (= pessoa importante, prócer), vesperal, festival, recital, concretismo, modernismo etc...
OBS.: Os neologismos populares são constituídos pelos termos de gíria. "Manjar" (entender, saber do assunto), "a pampa", legal (excelente), Zico, biruta, transa, psicodélico etc...
PRECIOSISMO:
Expressão rebuscada. Usa-se com prejuízo da naturalidade do estilo. É o que o povo chama de "falar difícil", "estar gastando".
Ex.: "O fulvo e voluptoso Rajá celeste derramará além os fugitivos esplendores da sua magnificência astral e rendilhara d’alto e de leve as nuvens da delicadeza, arquitetural, decorativa, dos estilos manuelinos."
OBS.: O preciosismo também pode ser chamado de PROLEXIDADE.
PLEONASMO:
Emprego inconsciente ou voluntário de palavras ou expressões involuntárias, desnecessárias, por já estar sua significação contida em outras da mesma frase.
O pleonasmo, como vício de linguagem, contém uma repetição inútil e desnecessária dos elementos.
Exemplos:
Voltou a estudar novamente.
Ele reincidiu na mesma falta de novo.
Primeiro subiu para cima, depois em seguida entrou nas nuvens.
O navio naufragou e foi ao fundo. Neste caso, também se chama perissologia ou tautologia.
CASO 1
EIS AQUI
Eis aqui é expressão redundante. Eis (advérbio) é sinônimo de aqui está.
Análise fonética - Eis: palavra oxítona; ei = ditongo decrescente oral; três letras e três fonemas. A-qui: palavra oxítona; qu = dígrafo; quatro letras e três fonemas.
Análise morfológica - Eis: advérbio. Aqui: advérbio de lugar.
Construções certas e erradas:
|e| Eis aqui os objetos que desapareceram.
|c| Eis os objetos que desapareceram.
|c| Aqui estão os objetos que desapareceram.
|e| Eis aqui a solução para os nossos problemas financeiros.
|c| Eis a solução para os nossos problemas financeiros.
|c| Aqui está a solução para os nossos problemas financeiros.
|e| Eis aqui a relação dos que estão em dia com o clube.
|c| Eis a relação dos que estão em dia com o clube.
|c| Aqui está a relação dos que estão em dia com o clube.
CASO 2
VOLTAR PARA TRÁS e VOLTAR ATRÁS

Voltar atrás - É expressão correta no sentido de mudar de idéia ou de opinião; desfazer (o que fora feito); arrepender-se, desistir.
Exemplos:
1. Ela disse que ia pedir demissão, mas voltou atrás.
2. Disse que não aceitava receber comissão, mas depois voltou atrás.
3. Ela tem mania de voltar atrás nas decisões que toma.
Voltar para atrás - É expressão redundante; deve ser evitada.
Exemplos:
1. Não me siga; volte para trás! (errado)
2. Não me siga; volte! (certo)
3. Siga em passo acelerado e não volte para trás. (errado)
4. Siga em passo acelerado e não volte. (certo)

As atividades abaixo poderão ser utilizadas em todos os anos do Ensino Médio




Letras de músicas com comentários gramaticais


DEIXO (Sérgio Passos e Jorge Papapá)
Música Deixo
Autores Sérgio Passos e Jorge Papapá
Intérprete Ivete Sangalo
Comentários João Batista Gomes (batista@linguativa.com.br)

Eu me lembro sempre onde quer que eu vá
Só um pensamento em qualquer lugar
Só penso em você
Em querer te encontrar
Só penso em você
Em querer te encontrar

Lembro daquele beijo que você me deu
E que até hoje está gravado em mim
E quando a noite vem
Fico louco pra dormir
Só pra ter você nos meus sonhos
Me falando coisas de amor


Sinto que me perco no tempo
Debaixo do meu cobertor
Eu faria tudo pra não te perder
Assim
Mas o dia vem e deixo você ir
Deixo você ir
Deixo você ir
Deixo você ir
Deixo você ir


COMENTÁRIO GRAMATICAL
1. ONDE e AONDE
O verbo ir ( deslocar-se de um lugar para outro) exige preposição "a". Por isso, a construção correta é "Eu me lembro sempre aonde quer que eu vá". A alteração de "onde" para "aonde", convenhamos, respeitaria a norma culta da língua escrita e não faria nenhum mal ao ritmo.

2. QUERER TE ENCONTRAR
Vejamos a construção completa: "Só penso em querer te encontrar". Temos três orações, assim classificadas:
a) "Só penso" = principal.
b) "em querer" = subordinada substantiva objetiva indireta reduzida de infinitivo.
c) "te encontrar" = subordinada substantiva objetiva direta reduzida de infinitivo.
Depois de entendida a estrutura do período, podemos afirmar: a melhor posição do pronome "te" é após "encontrar". Mas é importante reconhecer que esse modelo de colocação pronominal adotado pelos autores combina com o falar cotidiano do povo brasileiro.
3. LEMBRO DAQUELE BEIJO
O verbo lembrar-se (ter lembrança; recordar-se) é transitivo indireto (exige complemento regido pela preposição "de"). A construção correta é, pois, "Lembro-me daquele beijo que você me deu". Além de correta, a construção faria par com o primeiro verso do poema: "Eu me lembro sempre..."
4. ME FALANDO
Falar coisas de amor é uma necessidade do ser humano. E para dar provas de que é "humano" e "brasileiro", convém não começar frase com pronome pessoal átono. A construção correta é "Falando-me coisas de amor".
5. PRA ou PARA?
Não se pode ignorar: há muito, o brasileiro de todos os níveis faz a contração da preposição "para". O uso das formas "pra", "pro", "pras", "pros", embora condenada pelos puristas, tem uso generalizado.
6. TE ou VOCÊ?
O que a norma culta da língua exige é uniformidade. Uma vez iniciada uma frase, ou um poema, deve-se primar pelo paralelismo. Na primeira estrofe do poema, os autores usam o pronome "você": "Só penso em você". Ainda na mesma estrofe, verifica-se a falta de paralelismo: "Em querer te encontrar". Já que a intenção dos autores é fazer uma letra popular, o pronome adequado é "você". Vejamos o poema inteiro com um tratamento uniforme:

Eu me lembro sempre onde quer que eu vá
Só um pensamento em qualquer lugar
Só penso em você
Em querer encontrá-la
Só penso em você
Em querer encontrá-la

Lembro daquele beijo que você me deu
E que até hoje está gravado em mim
E quando a noite vem
Fico louco pra dormir
Só pra ter você nos meus sonhos
Me falando coisas de amor


Sinto que me perco no tempo
Debaixo do meu cobertor
Eu faria tudo pra não a perder
Assim
Mas o dia vem e deixo você ir

Deixo você ir
Deixo você ir
Deixo você ir
Deixo você ir

AMIGO APAIXONADO (Victor Chaves)
Música Amigo apaixonado
Autor Victor Chaves
Intérpretes Victor e Leo
Comentários João Batista Gomes (batista@linguativa.com.br)


Pensando bem, eu gosto mesmo de você
Pensando bem, quero dizer
Que amo ter te conhecido
Nada melhor que eu deixar você saber
Pois é tão triste esconder
Um sentimento tão bonito

Hoje mesmo vou te procurar
Falar de mim
Sei que nem chegou a imaginar
Que eu pudesse te amar tanto assim


Refrão:
Sempre fui um grande amigo seu
Só que não sei mais se assim vai ser
Sempre te contei segredos meus
Estou apaixonado por você

Esse amor entrou no coração
Agora diz o que é que a gente faz
Pode dizer sim ou dizer não
Ser só seu amigo não dá mais

COMENTÁRIO GRAMATICAL
1. TE ou VOCÊ?
A letra (como quase todas) exibe a mistura de "te" e "você". Logo no primeiro verso, o autor faz opção pelo tratamento "você": "Pensando bem, eu gosto mesmo de você". Se houvesse senso de paralelismo, todo o resto do poema combinaria com o tratamento inicial. Vejamos uma versão com tratamento uniforme. As adaptações aparecem em vermelho.
Pensando bem, eu gosto mesmo de você
Pensando bem, quero dizer
Que amo tê-la conhecido
Nada melhor que eu deixar você saber
Pois é tão triste esconder
Um sentimento tão bonito

Hoje mesmo vou procurá-la
Falar de mim
Sei que nem chegou a imaginar
Que eu pudesse amá-la tanto assim

Refrão:
Sempre fui um grande amigo seu
Só que não sei mais se assim vai ser
Sempre lhe contei segredos meus
Estou apaixonado por você

Esse amor entrou no coração
Agora diz o que é que a gente faz
Pode dizer sim ou dizer não
Ser só seu amigo não dá mais
2. MESMO
O autor usou acertadamente o vocábulo "mesmo" duas vezes, com valor de advérbio. No verso 1, "mesmo" equivale a "realmente", "de verdade". No primeiro verso da segunda estrofe, "mesmo" tem valor de "ainda".
3. O QUE É QUE A GENTE FAZ
Na construção, a expressão "é que" é expletiva, ou seja, apenas realça a construção. As palavras ou expressões expletivas não constituem defeito, mas qualidade da frase. É recurso estilístico usado por todos os autores.
O emprego de "a gente" no lugar de "nós" faz parte da tradição oral. O que se condena, quando ocorre, é a silepse. Muitos escrevem "O que é que a gente fazemos", aplicando uma concordância ideológica que agride a norma culta da língua.
4. PENSANDO BEM
A oração reduzida de gerúndio "pensando bem", usada duas vezes na primeira estrofe, sugere condição (equivale a "se eu pensar bem"). Classificação: oração subordinada adverbial condicional reduzida de gerúndio.
5. SEI QUE...
Os dois versos seguintes exibem os verbos SABER e IMAGINAR com os complementos representados por uma oração subordinada:
Sei que nem chegou a imaginar
Que eu pudesse te amar tanto assim
A oração "que nem chegou a imaginar" é substantivo objetiva direta (completa o sentido de "sei").
A oração "que eu pudesse te amar tanto assim" é substantivo objetiva direta (completa o sentido de "imaginar").


Fontes de Pesquisa

www.linguativa.com.br
www.educarede.org.br
www.colegiosaofrancisco.com.br
www.graudez.com.br
www.klickeducação.com.br

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Temas para dissertação

Fonte:Mundo Vestibular
POSSÍVEIS TEMAS DE REDAÇÃO
• Por Redação
• Publicado 30/01/2008
• Redação
• Nota:
REDAÇÃO
Redação - Aprenda a escrever bons textos para o vestibular.
Veja todos os artigos por Redação
Por: Renato Amaral -
O mundo está passando por uma séria recessão provocada pela volatilidade dos fluxos internacionais de capital especulativo. O dinheiro hoje está num país e puff! Como num passe de mágica e com algumas tecladas num computador, pode ir parar em outro país que o especulador julgar mais rentável ou mais seguro.
O Brasil, infelizmente, tornou-se joguete num cassino de péssimo gosto: durante o ano de 1998 perdeu cerca de US$ 40 bilhões em poucos meses em virtude do pânico trazido pela crise russa. Os grandes especuladores não têm pátria e são insensíveis ao sofrimento social que causam nos países emergentes.
Países inteiros como a Tailândia, Indonésia e Coréia foram devastados por investidores irracionalmente tomados por um espírito de rebanho. Houve um estouro da boiada rumo ao precipício. A saída maciça de dinheiro dessas nações culminou com um grave aumento das falências, do desemprego, da miséria e provocou até mesmo ondas de suicídios.
Os temas de redação da maioria dos vestibulares deverão centrar-se em torno da instabilidade econômica e social que o planeta atravessa. Podemos prever os seguintes temas:
. A fragilidade econômica dos países emergentes;
. A única certeza é a incerteza;
. Convivendo com a dúvida;
. Sobrevivendo às crises;
. Buscando esperanças em meio ao sofrimento;
. Instabilidade psíquico-social;
. A dívida social;
O desemprego;
. A violência urbana;
. A possível volta de um nacionalismo exacerbado como reação à fuga de dólares;
. O movimento sem-terra e a violência no campo;
. A falência do paradigma de fluxo irrestrito de capitais internacionais;
. Transição econômica;
. Encruzilhada política: opção por um Estado social-democrata enorme, esbanjador, paternalista e ineficiente ou por um Estado liberal-burguês pequeno, econômico, eficiente e ágil;
. Ponto de inflexão global.
Sim, tais temas têm alta probabilidade de cair nas provas de todo o Brasil. Leia tudo o que puder nos jornais e revistas sobre a recessão mundial, a fome no Nordeste, greves, fuga de capitais, etc. Assim você estará familiarizado com os assuntos mais prováveis.
Fique, contudo, preparado: algumas bancas examinadoras seguem uma lógica acadêmica própria e, ao que parece, pouco ligam para o mundo real. Costumam propor temas filosóficos distantes do cotidiano dos candidatos e, por isso mesmo, difíceis de ser desenvolvidos.
Para enfrentar esses temas mais pesados, leia livros básicos de filosofia para o segundo grau e intelectualize-se ao máximo. Não consigo imaginar prazer maior para um vestibulando do que ir bem numa redação quando a concorrência naufraga porque tudo o que faz é assistir a programas de baixo nível na TV.
Fique calmo na hora da redação porque isso permite arejar melhor os pensamentos. É até normal ficar com uma certa raiva da banca examinadora quando esta propõe um tema alucinado, mas canalize essa energia para vingar-se tirando nota dez... :-

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Quinhentismo

Quinhentismo

Literatura de Informação

Fonte:Profa Beatriz Literatura Por Profa. Beatriz
conteudo@algosobre.com.br

CONTEXTO HISTÓRICO
Depois de 1500 , o Brasil ficou praticamente isolado da política colonialista portuguesa . Nenhuma riqueza se oferecia aqui às necessidades mercantilistas da época . Só depois de 30 anos da descoberta é que a exploração começou a ser feita de forma sistemática e , assim mesmo , de maneira bastante lenta e gradativa .
O primeiro produto que atraiu a atenção dos portugueses para a nova terra foi o pau-brasil , uma madeira da qual se extraia uma tinta vermelha que tinha razoável mercado na Europa . Para sua exploração , não movimentaram grande volume de capital , cuidado que a monarquia lusitana , sempre em estado de falência , precisava tomar . Nada de vilas ou cidades , apenas algumas fortificações precárias , para proteção da costa . Esse quadro sofreria modificações profundas ao longo do século XVI .
Sem o estabelecimento de uma vida social mais ou menos organizada , a vida cultural sofreria de escassez e descontinuidade . A crítica literária costuma periodiza o início da história da literatura brasileira com o Barroso , em 1601. Como se vê , já no século XVII . Assim , uma pergunta se impõe : o que aconteceu no Brasil entre 1500 e 1600 , no âmbito da arte literária .
Esse período , denominado de "Quinhentismo ", apesar de não ter apresentado nenhum estilo literário articulado e desenvolvido , mostrou algumas manifestações que merecem consideração . Podemos destacar duas tendências literárias dentro do Quinhentismo brasileiro : a Literatura de Informação e a Literatura dos Jesuítas .
A LITERATURA DE INFORMAÇÃO
Durante o século XVI , sobretudo a partir da 2a. metade , as terras então recém-descobertas despertaram muito interesse nos europeus . Entre os comerciantes e militares , havia aqueles que vinham para conhecer e dar notícias sobre essas novas terras , como o escrivão Pero Vaz de Caminha , que acompanhou a expedição de Pedro Álvares Cabral , em 1500 .
Os textos produzidos eram , de modo geral , ufanistas , exagerando as qualidades da terra , as possibilidades de negócios e a facilidade de enriquecimento . Alguns mais realistas deixavam transparecer as enormes dificuldades locais , como locomoção , transporte , comunicação e orientação .
O envolvimento emocional dos autores com os aspectos sociais e humanos da nova terra era praticamente nulo . E nem podia ser diferente , uma vez que esses autores não tinham qualquer conhecimento sobre a cultura dos povos silvícolas . Parece ser inclusive exagerado considerar tais textos como produções literárias , mas a tradição crítica consagrou assim .
Seguem alguns trechos da famosa Carta que Pero Vaz de Caminha enviou ao Rei D. Manuel de Portugal , por ocasião da descoberta do Brasil .
"E neste dia , a hora de véspera , houvemos vista de terra , isto é principalmente d'um grande monte , mui alto e redondo , e d'outras serras mais baixas a sul dele de terra chã com grandes arvoredos , ao qual monte alto o capitão pôs nome o Monte Pascoal e à Terra de Vera Cruz .
A feição deles é serem pardos , maneira d'avermelhados , de bons narizes , bem feitos . Andam nus , sem nenhuma cobertura , nem estimam nenhuma cousa cobrir nem mostrar suas vergonhas . E estão acerca disso com tanta inocência como têm em mostrar o rosto .
Os outros dois , que o capitão teve nas naus , a quem deu o que já dito é , nunca aqui mais apareceram , de que tiro ser gente bestial e de pouco saber e por isso assim esquivos . Eles , porém , com tudo , andam muito bem curados e muito limpos e naquilo me aprece ainda mais que são como aves ou alimárias monteses que lhes faz o ar melhor pena e melhor cabelo que às mansas , porque os corpos seus são tão limpos e tão gordos e tão formosos , que não pode mais ser . E isto me fez presumir que não têm casas em moradas em que se acolham . E o ar , a que se criam , os faz tais . "
A LITERATURA DOS JESUÍTAS
A título de catequizar o "gentio"e , mais tarde , a serviço da Contra-Reforma Católica , os jesuítas logo cedo se fizeram presentes em terras brasileiras . Marcaram essa presença não só pelo trabalho de aculturação indígena , mas também através da produção literária , constituída de poesias de fundamentação religiosa , intelectualmente despojadas , simples no vocabulário fácil e ingênuo.
Também através do teatro , catequizador e por isso mesmo pedagógico , os jesuítas realizaram seu trabalho . As peças , escritas em medida velha , mesclam dogmas católicos com usos indígenas para que , gradativamente , verdades cristãs fossem sendo inseridas e assimiladas pelos índios . O autor mais importante dessa atividade é o Padre José de Anchieta . Além de autor dramático , foi também poeta e pesquisador da cultura indígena , chegando a escrever um dicionário da língua tupi-guarani .
Em suas peças , Anchieta explorava o tema religioso , quase sempre opondo os demônios indígenas , que colocavam as aldeias em perigo , aos santos católicos , que vinham salvá-las . Vejamos um trecho de uma de suas peças mais conhecidas , o Autor de São Lourenço .
Durante o século XVI a literatura portuguesa se espelhava nos clássicos: Virgílio, Homero; no Brasil não haviam sequer muitas pessoas que soubessem ler. A maioria das obras escritas no Brasil na época não foram feitas por brasileiros, mas sobre o Brasil por visitantes. Elas são chamadas Literatura de Informação. Apenas dois autores da época podem ser considerados autores brasileiros: Bento Teixeira, o primeiro poeta do Brasil, e José de Anchieta, iniciador do teatro barsileiro.
Pero Vaz de Caminha
Pero Vaz de Caminha (1450?-1500) era o escrivão da esquadra de Pedro Álvares Cabral e o autor da "certidão de nascimento" do Brasil. Em 1499 Caminha foi nomeado escrivão da feitoria que Cabral fundaria nas Índias. Quando Cabral chegou "acidentalmente" no Brasil, foi Caminha que escreveu ao rei de Portugal relatando a "descoberta". Do Brasil Caminha partiu para a Índia, onde morreu no final do mesmo ano nas lutas entre portugueses e muçulmanos. A Carta de Caminha ficou inédita por cerca de 300 anos, mas quando foi publicada, em 1817, ajudou a esclarecer várias questões sobre o descobrimento.
"Neste mesmo dia, a horas de véspera, houvemos vista de terra! A saber, primeiramente de um grande monte, muito alto e redondo; e de outras serras mais baixas ao sul dele; e de terra chã, com grandes arvoredos; ao qual monte alto o capitão pôs o nome de O Monte Pascoal e à terra A Terra de Vera Cruz! " Carta de Caminha
Pero de Magalhães Gândavo
Pero de Magalhães Gândavo ( ? - 1576?) foi um cronista que escreveu dois livros sobre o Brasil, sendo sua obra uma das melhores da Literatura de Informação. Professor de Latim, amigo de Camões (a quem dedicou uma de suas obras) e gramático, viveu algum tempo no Brasil e sobre o país escreveu Tratado da Terra do Brasil e História da Província Santa Cruz. Neles descreve a Geografia e a História das capitanias que visitou.
"Quezera escrever mais miudamente das particularidades desta província do Brasil, mas porque satisfizesse a todos com brevidade guardei-me de ser comprido; posto que os louvores da terra pedissem outro livro mais copioso e de maior volume, onde se compreendessem por extenso as excelências e diversidades das cousas que ha nella pera remédio e proveito dos homens que la forem viver." Tratado da Terra do Brasil
"A causa principal que me obrigou a lançar mão da presente historia, e sair com ella a luz, foi por não haver atégora pessoa quea emprendesse, havendo já setenta e tantos annos que esta Provincia he descoberta. A qual historia creio que mais esteve sepultada em tanto silencio, pelo pouco caso que os portuguezes fizerão sempre da mesma provincia, que por faltarem na terra pessoas de engenho, e curiosas que per melhor estillo, e mais copiosamente que eu a escrevessem." História da Província Santa Cruz
Bento Teixeira
Bento Teixeira (1560-1618) escreveu a primeira obra de literatura brasileira: Prosopopéia, inspirada em Os Lusíadas, quando tinha apenas 20 anos. Apesar de natural de Portugal, pode ser considerado um escritor brasileiro por que se mudou para cá ainda criança e escreveu no Brasil sobre o Brasil e para brasileiros.
José de Anchieta
O padre José de Anchieta (1534-1597) foi uma das grandes figuras do primeiro século de história do Brasil. Nascido nas Ilhas Canárias, domínio espanhol, tinha parentesco com Inácio de Loiola. De saúde frágil e dedicado aos estudos, Anchieta tornou-se jesuítas aos 17 anos de idade e naquele mesmo ano partiu para o Brasil. No Brasil Anchieta criou o teatro brasileiro: autos para a catequese dos índios. Também fez poesia em latim e escreveu tratados sobre o Brasil.
"Teme a Deus, juiz tremendo,
que em má hora te socorra,
em Jesus tão só vivendo,
pois deu sua vida morrendo
para que tua morte morra." Auto de São Lourenço
Discuta este artigo no fórum. (0Mensagens)
Fonte: Profa. Beatriz