terça-feira, 26 de maio de 2009

Ilíada de Homero

Ilíada
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Dezembro de 2008 contém uma lista de fontes, mas estas não são citadas no corpo do texto
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Ilíada


Início da Ilíada em seu idioma original
Autor(a/as/es) Homero

Título em português
Ilíada
País Grécia

Idioma Língua grega antiga

Gênero(s) Poesia épica

Editora Várias
Lançado em século VIII a.C.

A Ilíada (do grego ΙΛΙΑΣ - ILIAS, na transliteração) é um poema épico grego que narra os acontecimentos ocorridos no período de pouco mais de 50 dias durante o décimo e último ano da Guerra de Tróia e cuja génese radica na cólera (μῆνις, mênis), de Aquiles. O título da obra deriva de um outro nome grego para Tróia, Ílion.
A Ilíada e a Odisséia são atribuídas a Homero, que se julga ter vivido por volta do século VIII a.C, na Jônia (lugar que hoje é uma região da Turquia), e constituem os mais antigos documentos literários gregos (e ocidentais) que chegaram nos nossos dias. Ainda hoje, contudo, se discute a sua autoria, a existência real de Homero, e se estas duas obras teriam sido compostas pela mesma pessoa.
Visão geral


Aquiles cura Pátroclo - Detalhe de vaso em técnica de cerâmica vermelha 500 a.C.
A Ilíada é constituída por 15.693 versos em hexâmetro dactílico, que é a forma tradicional da poesia épica grega, e foi elaborada num dialeto literário artificial do grego antigo que nunca foi de fato falado, composto de elementos de outros dialetos. Continha elementos do grego jônico, eólico e outros.
Considera-se que tenha a sua origem na tradição oral, ou seja, teria originalmente sido cantada pelos aedos, e só muito mais tarde os versos foram compilados numa versão escrita, no século VI a.C. em Atenas. O poema foi então posteriormente dividido em 24 Cantos, divisão que persiste até hoje. A divisão é atribuída aos estudiosos da biblioteca de Alexandria, mas pode ser anterior.
A Ilíada influenciou fortemente a cultura clássica, sendo estudada e discutida na Grécia (onde era parte da educação básica) e, posteriormente, no Império Romano. Sua influência pode ser sentida nos autores clássicos, como na Eneida, de Virgílio. É considerada como a "obra fundadora" da literatura ocidental e uma das mais importantes da literatura mundial.
Argumento
Aviso: Este artigo ou seção contém revelações sobre o enredo (spoilers).
A Ilíada passa-se durante o nono ano da guerra de Tróia e trata da ira de Aquiles. A ira é causada por uma disputa entre Aquiles e Agamenon, comandante dos exércitos gregos em Tróia, e consumada com a morte do herói troiano Heitor (ou Héctor), terminando com seu funeral. Embora Homero se refira a uma grande diversidade de mitos e acontecimentos prévios, que eram de amplo conhecimento dos gregos e portanto da sua platéia, a história da guerra de Tróia não é contada na íntegra. Dessa forma, o conhecimento prévio da mitologia grega acerca da guerra é relevante para a compreensão da obra.
A guerra de Tróia
Ver artigo principal: Guerra de Tróia


Helena de Tróia segundo Evelyn de Morgan, 1898
Os gregos antigos acreditavam que a guerra de Tróia era um fato histórico, ocorrido por volta de 1200 a.C. no período micênico, mas alguns estudiosos atuais têm dúvidas sobre se ela de fato ocorreu. Até a descoberta do sítio arqueológico na Turquia, na Anatólia, acreditava-se que Tróia era uma cidade mitológica. A Guerra de Tróia deu-se quando os aqueus atacaram a cidade de Tróia, buscando vingar o rapto de Helena, esposa do rei de Esparta, Menelau, irmão de Agamémnom. Os aqueus eram os povos que hoje conhecemos como gregos, que compartilhavam uma cultura e língua comuns, mas na época se definiam como vários reinos, e não como um povo uno. A lenda conta que a deusa (ninfa) do mar Tétis era desejada como esposa por Zeus e seu irmão Poseidon. Porém Prometeu profetizou que o filho da deusa seria maior que seu pai; então os deuses resolveram dá-la como esposa a Peleu, um mortal já idoso, intencionando enfraquecer o filho, que seria apenas um humano. O filho de ambos é o guerreiro Aquiles. Sua mãe, visando fortalecer sua natureza mortal, mergulhou-o, ainda bebê, nas águas do mitológico rio Estige. As águas tornaram o herói invulnerável, exceto no calcanhar, por onde a mãe o segurou para o mergulhar no rio (daí a famosa expressão “calcanhar de Aquiles”, significando ponto vulnerável). Aquiles tornou-se o mais poderoso dos guerreiros, porém, ainda era mortal. Mais tarde, sua mãe profetiza que ele poderá escolher entre dois destinos: lutar em Tróia e alcançar a glória eterna, mas morrer jovem, ou permanecer em sua terra natal e ter uma longa vida, mas sendo logo esquecido. Para o casamento de Peleu e Tétis todos os deuses foram convidados, menos Éris, ou Discórdia. Ofendida, a deusa compareceu invisível e deixou à mesa um pomo de ouro com a inscrição “à mais bela”. As deusas Hera, Atena e Afrodite disputaram o pomo e o título de mais bela. Zeus então ordenou que o príncipe troiano Páris, à época sendo criado como um pastor ali perto, resolvesse a disputa. Para ganhar o título de “mais bela”, Atena ofereceu a Páris poder na batalha, Hera o poder e Afrodite o amor da mulher mais bela do mundo. Páris deu o pomo a Afrodite, ganhando assim sua proteção, porém atraindo o ódio das outras duas deusas contra si e contra Tróia. A mulher mais bela do mundo era Helena, filha de Zeus e Leda. Leda era casada com Tíndaro, rei de Esparta. Helena possuía diversos pretendentes, que incluiam muitos dos maiores heróis da Grécia, e o seu pai adotivo, Tíndaro, hesitava tomar uma decisão em favor de um deles temendo enfurecer os outros. Finalmente um dos pretendentes, Odisseu (cujo nome latino era Ulisses), rei de Ítaca, resolveu o impasse propondo que todos os pretendentes jurassem proteger Helena e sua escolha, qualquer que fosse. Helena então se casou com Menelau, que se tornou o rei de Esparta. Quando Páris foi a Esparta em missão diplomática, se enamorou de Helena e ambos fugiram para Tróia, enfurecendo Menelau. Este apelou aos antigos pretendentes de Helena, lembrando o juramento que haviam feito. Agamémnom então assumiu o comando de um exército de mil barcos e atravessou o Mar Egeu para atacar Tróia. As naus gregas desembarcaram na praia próxima a Tróia e iniciaram um cerco que duraria 10 anos, custando a vida de muitos heróis, de ambos os lados. Finalmente, seguindo um estratagema proposto por Odisseu, o famoso Cavalo de Tróia, os gregos conseguiram invadir a cidade governada por Príamo e terminar a guerra.
Personagens principais
A Ilíada é um poema extenso e possui uma grande quantidade de personagens da mitologia grega e Homero assumia que seus ouvintes estavam familiarizados com esses mitos, o que pode causar confusão ao leitor moderno. Segue um resumo dos personagens que tomam parte na Ilíada:
Os Aqueus
Os gregos antigos não se definiam como “gregos” ou “Helênicos”, denominação posterior, mas como “aqueus”, compostos por diversos povos de diversos reinos que tinham uma língua e cultura razoavelmente compartilhada. Os aqueus também são chamados de “Dânaos” por Homero.
• Aquiles: príncipe de Ftia, líder dos mirmidões (mirmídones), herói e melhor de todos os guerreiros, filho da deusa marinha Tétis e do mortal rei Peleu. Sua ira é o tema central da Ilíada. Vinga a morte do amigo Pátroclo matando Heitor em um duelo um a um.
• Agamêmnon: Rei de Micenas e comandante supremo dos aqueus, sua atitude de tomar a escrava Briseide de Aquiles é o estopim do desentendimento entre eles.
• Pátroclo: Amigo de Aquiles. Alguns argumentam que há envolvimento íntimo entre Aquiles e Pátroclo, o que foi, no entanto, refutado por Sócrates, no Diálogo Fedro, citando passagens da Ilíada que dizem que Aquiles e Pátroclo dormiam em leitos separados, cada um com sua respectiva concubina. Foi morto por Heitor enquanto fingia ser Aquiles.
• Odisseu (Ulisses): Rei de Ítaca, considerado “astuto”, ou “ardiloso”. Freqüentemente faz o papel de embaixador entre Aquiles e Agamémnom. Foi ele que teve a idéia de fazer uma armadilha aos troianos. É o personagem principal de "Odisséia", também atribuído a Homero em que é narrada a volta de Ulisses à Ítaca
• Calcas Testorídes: Poderoso vidente que guia os aqueus. Foi ele que predisse que a guerra duraria 10 anos, que era preciso devolver Criseida ao pai e muitas outras coisas.
• Ájax, Nestor, Idomeneu: Reis e heróis gregos, que comandavam exércitos de seus reinos sob a supervisão geral de Agamenon.
• Diomedes: Príncipe de Argos, comandava a frota de navios de seu reino. Herói valente que participou ativamente do cerco, da pilhagem e do saque de Tróia
• Menelau: Rei de Esparta, marido de Helena e irmão mais novo de Agamémnom.
Os Troianos e seus aliados
• Heitor, ou Héctor: Príncipe de Tróia, filho de Príamo e irmão de Páris. É o melhor guerreiro Troiano, herói valoroso que combate para defender sua cidade e sua família. Líder dos exércitos troianos. Mata Pátroclo em uma batalha achando que ele era Aquiles porque usava sua armadura, escudo e espada sem mencionar a semelhança física entre os dois. Morto por Aquiles em um duelo.
• Príamo: rei de Tróia, já é idoso, portanto quem comanda de fato a luta é seu filho, Heitor.
• Páris: Príncipe de Tróia, sua fuga com Helena é a causa da guerra. É sua a flecha que finalmente mata Aquiles, acertando-o no calcanhar.
• Enéias: Primo de Heitor e seu principal tenente. É o personagem principal da Eneida, obra máxima do poeta latino Virgílio.
• Helena: Esposa de Páris, antes casada com Menelau, e pivô da guerra. Com a queda de Tróia volta para Esparta e para Menelau.
• Andrómaca: Esposa de Heitor, de quem tinha um filho bebê, Astíanax.
• Briseis: Prima de Heitor e Páris, capturada pelos Aqueus, se torna escrava de Aquiles e acaba se apaixonando por ele e vice-versa.
Os Deuses
Os deuses gregos tomam parte ativa na trama, envolvendo-se na batalha e ajudando ambos os lados. Notadamente temos Tétis (mãe de Aquiles) Apolo, Zeus, Hera, Atena, Poséidon, Afrodite e Ares.
Resumo da narração
No décimo ano do cerco a Tróia , há um desentendimento entre as forças dos aqueus, comandadas por Agamémnom. Ao dividirem os espólios de uma conquista, o comandante aqueu fica, entre outros prêmios, com uma moça chamada Criseida, enquanto que a Aquiles cabe outra bela jovem, Briseida. Criseida era filha de Crises, sacerdote do deus Apolo, e este pede a Agamémnom lhe restitua a filha em troca de um resgate. O chefe aqueu recusa a troca, e o pai ofendido pede ajuda a seu deus. Apolo passa então a castigar os aqueus com a peste. Quando forçado a devolver Criseida ao pai para aplacar o castigo divino, Agamémnom toma a Aquiles sua Briseida, como forma de compensação e afronta a Aquiles. Este, ofendido, se retira da guerra junto com seus valentes Mirmidões. Aquiles pede então a sua divina mãe que interceda junto a Zeus, rogando-lhe para que favoreça aos troianos, como castigo pela ofensa de Agamémnom. Tétis consegue a promessa de Zeus de que ajudará aos troianos, a despeito da preferência de sua esposa, Hera, pelo lado aqueu.
Então Zeus manda a Agamémnom, através de Oneiros, um sonho incitando-o a atacar Tróia sem as forças de Aquiles. Agamémnom resolve testar a disposição de seu exército. A tentativa por pouco não termina em revolta generalizada, incitada pelo insolente Tersites. A rebelião só é evitada graças à decisiva intervenção de Odisseu, que fustiga Tersites e lembra a profecia de Calcas de que Ílion cairia no décimo ano do cerco.
Os dois exércitos perfilam-se no campo de batalha, diante de Tróia. Páris, príncipe de Tróia, se adianta, mas logo recua ao ver Menelau, de quem roubara a esposa causando a guerra. Menelau o insulta e Páris responde propondo um duelo entre ambos. Os aqueus respondem com agressões, porém seu irmão Heitor, o maior herói troiano, reitera o desafio, propondo que o destino da guerra seja decidido numa luta entre Menelau e Páris. Menelau aceita, exigindo juramento de sangue sobre o pacto de respeitar o resultado do duelo. Enquanto os preparativos são feitos, Helena se junta a Príamo, rei de Tróia, no alto de uma torre para observar a contenda. Ela apresenta os maiores comandantes gregos, apontando-os para Príamo.
O duelo tem início e Menelau leva vantagem. Quando está para derrotar Páris, Afrodite intervém e o retira da batalha envolto em névoa, levando-o ao encontro de Helena. Agamémnom declara então que Menelau venceu a disputa e exige a entrega de Helena e pagamento do resgate. Porém Hera e Atena protestam junto a Zeus, pedindo a continuidade da guerra até a destruição de Tróia. Zeus cede em troca da não intervenção de Hera caso deseje destruir uma cidade protegida por ela. Atena então desce entre as tropas troianas e convence Pândaro, arqueiro troiano, a disparar contra Menelau, ferindo-o e rompendo o pacto com os gregos. O exército troiano avança, e Agamémnom incita os aqueus ao combate. Tem lugar então uma luta violenta, na qual os gregos começam a levar vantagem. Porém Apolo incita aos troianos, lembrando-os que Aquiles não participa da peleja.
Os troianos então avançam, retomando a vantagem sobre os gregos, a despeito dos grandiosos esforços de Diomedes, que, insuflado pela deusa Palas Atena, chega a ferir os deuses Afrodite e Ares, que defendem os troianos. Os gregos por sua vez parecem retomar a vantagem, o que faz com que Heitor então retorne à cidade para pedir a sua mãe que tente acalmar Palas com oferendas. Após falar com a mãe, encontra-se com sua esposa e seu filho em uma torre. O encontro, em que Heitor fala com a esposa e o filho sobre o seus futuros, é bastante triste, pois Heitor pressente que Tróia cairá. A seguir, convoca Páris e com ele volta à batalha.
Apolo combina com Atena uma trégua na batalha e para consegui-la incitam Heitor a desafiar um herói grego ao duelo. Ajax é o escolhido num sorteio e avança para o combate. O duelo é renhido e prossegue até a noite, quando é interrompido. Os aqueus então aproveitam para recolher seus mortos e preparar um baluarte.
Com a manhã, o combate recomeça, porém Zeus proíbe os outros deuses de interferir, enquanto que ele dispara raios dos céus, prejudicando aos aqueus. O combate prossegue desastroso para os gregos, que acabam por se recolher ao baluarte ao final do dia. Os troianos acampam por perto, ameaçadores.
Durante a noite Agamémnom se desespera, percebendo que havia sido enganado por Zeus. Porém Diomedes garante que os aqueus têm fibra e ficarão para lutar. Agamémnom acaba por ouvir os conselhos de Nestor, e envia a Aquiles uma embaixada composta por Odisseu, Ajax, dois arautos e o veterano Fenix presidindo, para oferecer presentes e pedir ao herói que retorne à batalha. Aquiles, porém, ainda irado, não cede.
Agamémnom então envia Odisseu e Diomedes ao acampamento troiano numa missão de espionagem. Heitor, por sua vez, envia Dolon espionar acampamento aqueu. Dólon é capturado por Odisseu e Diomedes, que extraem informações e o matam. A seguir invadem o acampamento troiano e massacram o rei Reso e doze guerreiros que dormiam, retirando-se de volta para o lado aqueu, onde são recebidos com festa.
Durante o dia o combate é retomado, e os troianos novamente são superiores, empurrados por Zeus. Heitor manda uma grande pedra de encontro a um dos portões e invade o baluarte grego, expulsando-os e os empurrando até as naus, de onde não haveria mais para onde recuar a não ser para o oceano. Há amargo combate, com os aqueus recebendo apoio agora de Poséidon enquanto Zeus favorece os troianos, com heróis realizando grandes feitos de ambos os lados.
Hera, então, consegue convencer Hipnos a adormecer Zeus. Os gregos, acuados terrivelmente, se aproveitam desse momento para recuperar alguma vantagem, e Ajax fere a Heitor. Porém Zeus acorda e, vendo os troianos dispersos e a momentânea vitória grega, reconhece a obra de Hera e a repreende. Hera diz que Poséidon é o único culpado, e Zeus a manda falar com Apolo e Íris para que estes instiguem os troianos novamente à luta. Então Zeus impede Poséidon de continuar interferindo, e os troianos retomam a vantagem. Os maiores heróis aqueus estão feridos.
Pátroclo, vendo o desastre dos aqueus, vai implorar a Aquiles que o deixe comandar os Mirmidões e se juntar à batalha. Aquiles lhe empresta as armas e consente que lidere os Mirmidões, mas recomenda que apenas expulse os troianos da frente das naus, e não os persiga. Pátroclo então sai com as armas de Aquiles (incluindo a armadura, o que faz com que aqueus e troianos achassem que Aquiles havia voltado à batalha) e combate os troianos junto às naus. Ao ver fugindo os troianos, Pátroclo desobedece a recomendação de Aquiles e os persegue até junto da cidade. Lá, Heitor, percebendo que é Pátroclo e não Aquiles, o confronta em duelo e acaba por matá-lo.
Há uma disputa pelas armas de Aquiles, e Heitor as ganha, porém Ajax fica com o corpo de Pátroclo. Os troianos então repelem os gregos, que fogem, acossados. Aquiles, ao saber da morte do companheiro, fica terrivelmente abalado, e relata o acontecido a Tétis. Sua mãe promete novas armas para o dia seguinte e vai ao Olimpo encomendá-las a Hefestos. Enquanto isso Aquiles vai ao encontro dos troianos que perseguem os aqueus e os detém com seus gritos, permitindo que os gregos cheguem a salvo com o cadáver. A noite interrompe o combate.
Na manhã seguinte Aquiles, de posse das novas armas e reconciliado com Agamémnom, que lhe restituíra Briseida, acossa ferozmente os troianos numa batalha em que Zeus permite que tomem parte todos os deuses. Trucidando diversos heróis, Aquiles termina por empurrar o combate até os portões de Tróia. Lá Heitor, aterrorizado, tenta fugir de Aquiles, que o persegue ao redor da cidade. Por fim Heitor é enganado por Atena, que o convence a se deter e enfrentar o maior herói aqueu. Ele pede a Aquiles que seja feito um trato, com o vencedor respeitando o cadáver do vencido, permitindo seu enterro digno e funerais adequados. Aquiles, enlouquecido de raiva, grita que não há pacto possível entre presa e predador. O terrível duelo acontece e Aquiles fere mortalmente Heitor na garganta, única parte desprotegida pela armadura. Morrendo diante de seus entes queridos, que assistiam de dentro das muralhas, Heitor volta a implorar a Aquiles que permita que seu corpo seja devolvido a Tróia para ser devidamente velado. Aquiles, implacável, nega e diz que o corpo de Heitor será pasto de abutres enquanto o de Pátroclo será honrado.
Aquiles amarra o corpo de Heitor pelos pés à sua biga e o arrasta diante da família e depois o traz até o acampamento grego. São feitos os jogos funerais de Pátroclo. Durante a noite, o idoso Príamo vem escondido ao acampamento grego pedir a Aquiles pelo corpo do filho. O seu apelo é tão comovente que Aquiles cede, chorando, com a ira arrefecida. Aquiles promete trégua pelo tempo necessário para o adequado funeral de Heitor. Príamo leva o cadáver de seu filho de volta para a cidade, onde são prestadas as honras fúnebres ao príncipe e maior herói de Tróia.


Corpo de Heitor sendo levado de volta à Tróia – Alto relevo romano em mármore, detalhe de um sarcófago
Resumo dos Cantos
• Canto I: É o décimo ano da guerra de Tróia. Aquiles e Agamémnom desentendem-se devido à disputa sobre uma jovem cativa, Briseida.
• Canto II: Odisseu impede uma revolta e os gregos preparam-se para um ataque a Tróia.
• Canto III: Páris desafia Menelau para um duelo, propondo decidir o destino da guerra. Menelau vence, mas Páris sobrevive, salvo por Afrodite.
• Canto IV: O pacto é quebrado pelos troianos e a guerra recomeça.
• Canto V: Diomedes, ajudado por Palas Atena, realiza grandes prodígios, ferindo Afrodite e Ares.
• Canto VI: Heitor retorna a Tróia para pedir que se tente apaziguar Palas Atena. Encontra-se com esposa e filho e retorna à batalha junto de seu irmão Páris.
• Canto VII: Heitor duela com Ajax. A luta empata, interrompida pela noite.
• Canto VIII: Os deuses retiram-se da batalha.
• Canto IX: Agamémnom tenta reconciliar-se com Aquiles, mas este recusa.
• Canto X: Diomedes e Odisseu saem em missão de espionagem e atacam o acampamento troiano.
• Canto XI: Páris fere Diomedes, e Pátroclo fica sabendo da desastrosa situação grega.
• Canto XII: Retirada grega até às naus.
• Canto XIII: Poséidon apieda-se dos gregos e os motiva.
• Canto XIV: Hera adormece Zeus, permitindo a reação grega.
• Canto XV: Zeus acorda e impede que Poséidon continue interferindo. Os troianos retomam a vantagem no combate.
• Canto XVI: Pátroclo pede a armadura a Aquiles e permissão para entrar na luta. Aquiles concede, porém Pátroclo é morto por Heitor.
• Canto XVII: Há uma disputa pelo corpo e armadura de Pátroclo. Heitor fica com a armadura e Ajax com o corpo.
• Canto XVIII: Aquiles fica sabendo da morte de Pátroclo, e sua mãe providencia-lhe uma nova armadura.
• Canto XIX: Aquiles, de armadura nova e reconciliado com Agamémnom, junta-se à guerra.
• Canto XX: Batalha furiosa, da qual participam livremente os deuses.
• Canto XXI: Aquiles chega aos portões de Tróia
• Canto XXII: Aquiles duela com Heitor e o mata. A seguir, desonra seu cadáver, arrastando-o ao acampamento grego.
• Canto XXIII: Pátroclo é velado adequadamente.
• Canto XXIV: Príamo pede o cadáver do filho a Aquiles que, comovido, cede. Heitor é devidamente velado em Tróia.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Como Sintetizar Um Texto

Como Sintetizar um Texto


Redação Por Eraldo Cunegundes
eraldocunegundes@terra.com.br
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A síntese de texto é um tipo especial de composição que consiste em reproduzir, em poucas palavras, o que o autor expressou amplamente. Desse modo, só devem ser aproveitadas as idéias essenciais, dispensando-se tudo o que for secundário.
Procedimentos:
1. Leia atentamente o texto, a fim de conhecer o assunto e assimilar as idéias principais;
2. Leia novamente o texto, sublinhando as partes mais importantes, ou anotando à parte os pontos que devem ser conservados;
3. Resuma cada parágrafo separadamente, mantendo a seqüência de idéias do texto original;
4. Agora, faça seu próprio resumo, unindo os parágrafos, ou fazendo quaisquer adaptações conforme desejar;
5. Evite copiar partes do texto original. Procure exercitar seu vocabulário. Mantenha, porém, o nível de linguagem do autor;
6. Não se envolva nem participe do texto. Limite-se a sintetizá-lo.
UFPB/89. Sem copiar frases, RESUMIR, o texto abaixo:
O QUINZE
Debaixo de um juazeiro grande, todo um bando de retirantes se arranchara: uma velha, dois homens, uma mulher nova, algumas crianças.
O sol, no céu, marcava onze horas. Quando Chico Bento, com seu grupo, apontou na estrada, os homens esfolavam uma rês e as mulheres faziam ferver uma lata de querosene cheia de água, abanando o fogo com um chapéu de palha muito sujo e remendado.
Em toda a extensão da vista, nenhuma outra árvore surgia. Só aquele juazeiro, devastado e espinhento, verdejava a copa hospitaleira na desolação cor de cinza da paisagem.
Cordulina ofegava de cansaço. A Limpa-Trilho gania e parava, lambendo os pés queimados.
Os meninos choramingavam, pedindo de comer.
E Chico Bento pensava:
- Por que, em menino, a inquietação, o calor, o cansaço, sempre aparecem com o nome de fome?
- Mãe, eu queria comer... me dá um taquinho de rapadura!
- Ai, pedra do diabo! Topada desgraçada! Papai, vamos comer mais aquele povo, debaixo desse pé de pau?
O juazeiro era um só. O vaqueiro também se achou no direito de tomar seu quinhão de abrigo e de frescura.
E depois de arriar as trouxas e aliviar a burra, reparou nos vizinhos. A rês estava quase esfolada. A cabeça inchada não tinha chifres. Só dois ocos podres, mal cheirosos, donde escorria uma água purulenta.
Encostando-se ao tronco, Chico Bento se dirigiu aos esfoladores:
- De que morreu essa novilha, se não é da minha conta?
Um dos homens levantou-se, com a faca escorrendo sangue, as mãos tintas de vermelho, um fartum sangrento envolvendo-o todo:
- De mal-dos-chifres. Nós já achamos ela doente. E vamos aproveitar, mode não dar para os urubus.
Chico Bento cuspiu longe, enojado:
- E vosmecês têm coragem de comer isso? Me ripuna só de olhar...
O outro explicou calmamente:
- Faz dois dias que a gente não bota um de-comer de panela na boca...
Chico Bento alargou os braços, num grande gesto de fraternidade:
- Por isso não! Aí nas cargas eu tenho um resto de criação salgada que dá para nós. Rebolem essa porqueira pros urubus, que já é deles! Eu vou lá deixar um cristão comer bicho podre de mal, tenho um bocado no meu surrão!
Realmente a vaca já fedia, por causa da doença.
Toda descarnada, formando um grande bloco sangrento, era uma festa para os urubus vê-la, lá de cima, lá da frieza mesquinha das nuvens. E para comemorar o achado executavam no ar grandes rondas festivas, negrejando as asas pretas em espirais descendentes.
Rachel de Queiroz
MODELO
Arranchados sob um juazeiro, em meio àquela desolação, um bando de retirantes tentava aproveitar uma vaca já em estado de putrefação, para combater-lhe a fome de dois dias. Quando Chico Bento, com o seu bando, aproxima-se também em busca de abrigo e, compadecendo-se daquela situação, divide com os miseráveis o resto de alimento que trazia, deixando o animal para os urubus.

Como

A Redação No Enem

A Redação no Enem
A Redação no Enem
Redação Por Victor Augusto
victorloureiro@algosobre.com.br

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Sem dúvidas, a redação é a parte primordial na avaliação do Enem. Ela ajuda muito na soma final da nota. Para chegar a este valor, somam-se as porcentagens obtidas na prova e na avaliação e divide-se por dois.

A redação é ainda mais importante para quem vai tentar uma bolsa de estudos com a nota do Enem. Enquanto a maioria das universidades utiliza apenas a parte objetiva da prova, o ProUni (Programa Universidade para Todos), do Governo Federal usa a média final. Por tanto, neste caso a redação corresponde a 50% da nota.

Nos últimos anos, a redação vem trazendo temas bem amplos, o que garante que ninguém fique sem escrever por não conhecer o assunto abordado. No ano de 2006, por exemplo, o tema foi “O poder de transformação a leitura”.

Não deixe a redação de lado e guarde um bem tempo de prova para desenvolvê-la. Você não tem nada a perder e pode ser bem recompensado.

Fonte: Revista do Enem (editora Digerati)
Abaixo alguns modelos de redação nota 10 no Enem.

Ler para compreender
Vivemos na era em que para nos inserir no mundo profissional devemos portar de boa formação e informação. Nada melhor para obtê-las do que sendo leitor assíduo, quem pratica a leitura está fazendo o mesmo com a consciência, o raciocínio e a visão crítica.

A leitura tem a capacidade de influenciar nosso modo de agir, pensar e falar. Com a sua prática freqüente, tudo isso é expresso de forma clara e objetiva. Pessoas que não possuem esse hábito ficam presas a gestos e formas rudimentares de comunicação.

Isso tudo é comprovado por meio de pesquisar as quais revelam que, na maioria dos casos, pessoas com ativa participação no mundo das palavras possuem um bom acervo léxico e, por isso, entram mais fácil no mercado de trabalho ocupando cargos de diretoria.

Porém, conter um bom vocabulário não torna-se (sic) o único meio de “vencer na vida”. É preciso ler e compreender para poder opinar, criticar e modificar situações.

Diante de tudo isso, sabe-se que o mundo da leitura pode transformar, enriquecer culturalmente e socialmente o ser humano. Não podemos compreender e sermos compreendidos sem sabermos utilizar a comunicação de forma correta e, portanto, torna-se indispensável a intimidade com a leitura.

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Quadro Negro
Se para Monteiro Lobato um país se faz de homens e livros, para os governantes diferente não poderia ser. O papel da leitura na formação de um indivíduo é de notória importância. Basta-nos observar a relevância da escrita até mesmo na marcação histórica do homem, que destaca, por tal motivo, a pré-história.

Em uma esfera mais prática, pode-se perceber que nenhum grande pensador fez-se uma exceção e não deixou seu legado através da escrita, dos seus livros, das anotações. Exemplos não são escassos: de Aristóteles a Nietzsche, de Newton a Ohm, sejam pergaminhos fossilizados ou produções da imprensa de Gutenberg, muito devemos a esses escritos. Desta forma, iniciarmos o nosso processo de transformação adquirindo tamanha produção intelectual que nos é disponibilizada.

A aquisição de idéias pelo ser humano apresenta um grande efeito colateral: a reflexão. A leitura é capaz de nos oferecer o poder de questionar, sendo a mesma freqüente em nossas vidas. Outrossim, é impossível que a nossa visão do mundo ao redor não se modifique com essa capacidade adquirida.

Embora a questão e a dúvida sejam de extrema importância a um ser pensante, precisam ter um curto prazo de validade. A necessidade de resposta nos é intrínseca e gera novas idéias, fechando, assim, um círculo vicioso, o qual nos integra e nunca terminamos de transformar e sermos transformados.

A leitura é a base para o desenvolvimento e a integração na sociedade e na vida, porquanto viver não é apenas respirar. Se Descartes estiver certo, é preciso pensar. Pensando, poderemos mudar o quadro negro do país e construir o Brasil de Monteiro Lobato: quadro negro apenas na sala de aula, repleto de idéias, pensamentos, autores, repleto de transformação e de vida.

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Quando o sol da cultura está baixo, até os mais ínfimos seres emitem luz
Marcel Proust, grande escritor e exemplo máximo de uma vida dedicada unicamente à leitura e à literatura, disse em seus escritos “cada leitor, quando lê, é um leitor de si mesmo”. O que Proust evidencia nessa frase deixa em aberto uma série de interpretações que podem ser realizadas a partir do hábito entusiástico e não visto como uma obrigação, pela leitura.

Estar em contato com o universo das palavras e nele encontrar uma atividade prazerosa, ao mesmo tempo que nos leva a absorver todo o conhecimento exterior, também nos conduz a uma busca de tudo que representa algo de nós mesmos nesse conhecimento que chega até nós. Em cada nova leitura, ocorre algo semelhante a uma lapidação de nossos desejos e predileções.

Os livros constituem um tipo de transporte de conhecimento diferente da televisão por exemplo, onde as informações são transmitidas a todo o momento, e para tal, só precisa de nossa permissão para a passagem de suas imagens através de nosso córtex. O nível de saber que podemos extrair de um livro possui o mesmo limite de nossa vontade de fazê-lo. E, ao contrário das informações “prontas” da televisão, temos a total liberdade de interpretação, o que confere o aperfeiçoamento de nosso senso crítico e o melhoramento de como nos posicionamos diante do mundo.

O hábito da leitura não possui caráter elitista e nem está associado ao poder aquisitivo. Em qualquer cidade, por menor que seja, há uma biblioteca, basta que tenhamos interesse em desvendar todo o mistério contido nela. Ao ler, nos tornamos mais cultos, mais seguros de nossas convicções, nos expressamos e escrevemos melhor. Medidas públicas devem ser realizadas para garantir essa acessibilidade e assim, seus respectivos países possam brilhar, iluminados pelo sol da cultura.

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Benefícios da leitura
Como a leitura pode transformação nossa realidade? A leitura é extremamente importante, não apenas por ser fundamental em nossa formação intelectual, mas também por permitir a todos um acesso a um mundo de informações, idéias e sonhos. Sim, pois ler é ampliar horizontes e deixar que a imaginação desenhe situações e lugares desconhecidos e isto é um direito de todos.

A leitura permite ao homem se comunicar, aprender e até mesmo desenvolver, trabalhar suas dificuldades. Em reportagem recente, uma grande revista de circulação nacional atribuiu à leitura, a importância de agente fundamental para a transformação social do nosso país. Através do conhecimento da língua, todos tem (sic) acesso à informação e são capazes de emitir uma opinião sobre os acontecimentos. Ter opinião é cidadania e essa parte pode ser a grande transformação social do Brasil.

Os benefícios da leitura são cientificamente comprovados. Pesquisas indicam que crianças que tem (sic) o hábito da leitura incentivado durante toda a vida escolar desenvolvem seu senso crítico e mantém seu rendimento escolar em um nível alto. O analfabetismo, um dos grandes obstáculos da educação no Brasil está sendo combatido com a educação de jovens e adultos, mas a tecnologia está afastando nossas crianças dos livros.

Permitir a uma criança sonhar com uma aventura pela selva ou imaginar uma incrível viagem espacial são algumas das mágicas da leitura. Ler amplia nosso conhecimento, desenvolve a nossa criatividade e nos desperta para um mundo de palavras e com elas construímos o que gostamos, o que queremos e o que sonhamos.

Portanto, garantir a todos o acesso à leitura deve ser uma política de Estado, mas cabe a nós dedicarmos um tempo do nosso dia a um bom livro, incentivar nossos amigos, filhos ou irmãos a se apegarem à leitura e acima de tudo utilizar nosso conhecimento para fazer de nossa cidade, estado ou país, um lugar melhor para se viver.

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Para saber mais:
http://www.enem.coc.com.br/redacao.asp
http://psu.terra.com.br/entrevista_enem.php
http://www.portrasdasletras.com.br/pdtl2/sub.php?op=redacao/temas/index

Texto dissertativo/argumentativo

Texto Dissertativo / Argumentativo
Texto Dissertativo / Argumentativo


Redação Por Noely Landarin
noelylandarin@yahoo.com.br
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Dissertar é o mesmo que desenvolver ou explicar um assunto, discorrer sobre ele. Assim, o texto dissertativo pertence ao grupo dos textos expositivos, juntamente com o texto de apresentação científica, o relatório, o texto didático, o artigo enciclopédico. Em princípio, o texto dissertativo não está preocupado com a persuasão e sim, com a transmissão de conhecimento, sendo, portanto, um texto informativo.
Os textos argumentativos, ao contrário, têm por finalidade principal persuadir o leitor sobre o ponto de vista do autor a respeito do assunto. Quando o texto, além de explicar, também persuade o interlocutor e modifica seu comportamento, temos um texto dissertativo-argumentativo.
O texto dissertativo argumentativo tem uma estrutura convencional, formada por três partes essenciais.
Introdução
Que apresenta o assunto e o posicionamento do autor. Ao se posicionar, o autor formula uma tese ou a idéia principal do texto.
Teatro e escola, em princípio, parecem ser espaços distintos, que desenvolvem atividades complementares diferentes. Em contraposição ao ambiente normalmente fechado da sala de aula e aos seus assuntos pretensamente “sérios” , o teatro se configura como um espaço de lazer e diversão. Entretanto, se examinarmos as origens do teatro, ainda na Grécia antiga, veremos que teatro e escola sempre caminharam juntos, mais do que se imagina.(tese)
Desenvolvimento
Formado pelos parágrafos que fundamentam a tese. Normalmente, em cada parágrafo, é apresentado e desenvolvido um argumento. Cada um deles pode estabelecer relações de causa e efeito ou comparações entre situações, épocas e lugares diferentes, pode também se apoiar em depoimentos ou citações de pessoas especializadas no assunto abordado, em dados estatísticos, pesquisas, alusões históricas.
O teatro grego apresentava uma função eminentemente pedagógica. Com sua tragédias, Sófocles e Eurípides não visavam apenas à diversão da platéia mas também, e sobretudo, pôr em discussão certos temas que dividiam a opinião pública naquele momento de transformação da sociedade grega. Poderia um filho desposar a própria mãe, depois de ter assassinado o pai de forma involuntária (tema de Édipo Rei)? Poderia uma mãe assassinar os filhos e depois matar-se por causa de um relacionamento amoroso (tema de Medeia e ainda atual, como comprova o caso da cruel mãe americana que, há alguns anos, jogou os filhos no lago para poder namorar livremente)?
Naquela sociedade, que vivia a transição dos valores místicos, baseados na tradição religiosa, para os valores da polis, isto é, aqueles resultantes da formação do Estado e suas leis, o teatro cumpria um papel político e pedagógico, à medida que punha em xeque e em choque essas duas ordens de valores e apontava novos caminhos para a civilização grega. “Ir ao teatro”, para os gregos, não era apenas uma diversão, mas uma forma de refletir sobre o destino da própria comunidade em que se vivia, bem como sobre valores coletivos e individuais.
Deixando de lado as diferenças obviamente existentes em torno dos gêneros teatrais (tragédia, comédia, drama), em que o teatro grego, quanto a suas intenções, diferia do teatro moderno? Para Bertold Brecht, por exemplo, um dos mais significativos dramaturgos modernos, a função do teatro era, antes de tudo, divertir. Apesar disso, suas peças tiveram um papel essencial pedagógico voltadas para a conscientização de trabalhadores e para a resistência política na Alemanha nazista dos anos 30 do século XX.
O teatro, ao representar situações de nossa própria vida – sejam elas engraçadas, trágicas, políticas, sentimentais, etc. – põe o homem a nu, diante de si mesmo e de seu destino. Talvez na instantaneidade e na fugacidade do teatro resida todo o encanto e sua magia: a cada representação, a vida humana é recontada e exaltada. O teatro ensina, o teatro é escola. É uma forma de vida de ficção que ilumina com seus holofotes a vida real, muito além dos palcos e dos camarins.
Conclusão
Que geralmente retoma a tese, sintetizando as idéias gerais do texto ou propondo soluções para o problema discutido. Mais raramente, a conclusão pode vir na forma de interrogação ou representada por um elemento-surpresa. No caso da interrogação, ela é meramente retórica e deve já ter sido respondida pelo texto. O elemento surpresa consiste quase sempre em uma citação científica, filosófica ou literária, em uma formulação irônica ou em uma idéia reveladora que surpreenda o leitor e, ao mesmo tempo, dê novos significados ao texto.
Que o teatro seja uma forma alternativa de ensino e aprendizagem, é inegável. A escola sempre teve muito a aprender com o teatro, assim como este, de certa forma, e em linguagem própria, complementa o trabalho de gerações de educadores, preocupados com a formação plena do ser humano. (conclusão)
Quisera as aulas também pudessem ter o encanto do teatro: a riqueza dos cenários, o cuidado com os figurinos, o envolvimento da música, o brilho da iluminação, a perfeição do texto e a vibração do público. Vamos ao teatro! (elemento-supresa)
(Teatro e escola: o papel do educador: Ciley Cleto, professora de Português).
Atenção: a linguagem do texto dissertativo-argumentativo costuma ser impessoal, objetiva e denotativa. Mais raramente, entretanto, há a combinação da objetividade com recursos poéticos, como metáforas e alegorias. Predominam formas verbais no presente do indicativo e emprega-se o padrão culto e formal da língua.
O Parágrafo
Além da estrutura global do texto dissertativo-argumentativo, é importante conhecer a estrutura de uma de suas unidades básicas: o parágrafo.
Parágrafo é uma unidade de texto organizada em torno de uma idéia-núcleo, que é desenvolvida por idéias secundárias. O parágrafo pode ser formado por uma ou mais frases, sendo seu tamanho variável. No texto dissertativo-argumentativo, os parágrafos devem estar todos relacionados com a tese ou idéia principal do texto, geralmente apresentada na introdução.
Embora existam diferentes formas de organização de parágrafos, os textos dissertativo-argumentativos e alguns gêneros jornalísticos apresentam uma estrutura-padrão. Essa estrutura consiste em três partes: a idéia-núcleo, as idéias secundárias (que desenvolvem a idéia-núcleo), a conclusão. Em parágrafos curtos, é raro haver conclusão.
A seguir, apresentarei um espelho de correção de redação. A faixa de valores dos itens analisados sofre alteração a cada concurso, os aspectos macroestruturais e microestruturais são variáveis na maneira como são expostos. No entanto, os espelhos não fogem ao padrão pré-determinado.
ESPELHO DA AVALIAÇÃO DA PROVA DISCURSIVA - MODELO CESPE/UnB
Aspectos macroestruturais nota obtida faixa de valores

APRESENTAÇÃO TEXTUAL
Legibilidade (0,00 a 2,00)
Respeito às margens e indicação de parágrafos (0,00 a 2,00)

ESTRUTURA TEXTUAL (dissertativa)
Introdução adequada ao tema/posicionamento (0,00 a 4,00)
Desenvolvimento (0,00 a 4,00)
Fechamento do texto de forma coerente (0,00 a 4,00)

DESENVOLVIMENTO DO TEMA
Estabelecimento de conexões lógicas entre os argumentos (0,00 a 4,00)
Objetividade de argumentação frente ao tema/posicionamento (0,00 a 4,00)
Estabelecimento de uma progressividade textual em relação à seqüência lógica do pensamento (0,00 a 4,0
Tipo de erro
Pontuação
Construção do período
Emprego de conectores
Concordância nominal
Concordância verbal
Regência nominal
Regência verbal
Grafia/acentuação
Repetição/omissão vocabular
Outros
Nota no conteúdo (NC) » NC = 5 : 28 x (soma das notas dos quesitos)
Número de linhas efetivamente ocupadas (TL)
Número de erros (NE)
NOTA DA PROVA DISCURSIVA (NPD): NPD=NC – 3 x NE : TL
A seguir, apresentarei a estrutura textual dissertativa, a partir dos dados do espelho de correção da prova discursiva, seguindo a orientação do professor Fernando Moura (Nas Linhas e Entrelinhas).
ESTRUTURA TEXTUAL DISSERTATIVA

1. Bases Conceituais
PARTE I – O conteúdo da redação
a) Apresentação Textual
Legibilidade e erro: escreva sempre com letra legível. Prefira a letra cursiva. A letra de imprensa poderá ser usada desde que se distinga bem as iniciais maiúsculas e minúsculas. No caso de erro, risque com um traço simples, o trecho ou o sinal gráfico e escreva o respectivo substituto.
Atenção: não use parênteses para esse fim.
- Respeito às margens e indicação dos parágrafos;
Para dar início aos parágrafos, o espaço de mais ou menos dois centímetros é suficiente. Observe as margens esquerda e direita na folha para o texto definitivo. Não crie outras. Não deixe “buracos” no texto. Na translineação, obedeça às regras de divisão silábica.
- Limite máximo de linhas;
Além de escrever seu texto em local devido (folha definitiva), respeite o limite máximo de linhas destinadas a cada parte da prova, conforme orientação da banca. As linhas que ultrapassarem o limite máximo serão desconsideradas ou qualquer texto que ultrapassar a extensão máxima será totalmente desconsiderado.
-Eliminação do candidato;
Seu texto poderá ser desconsiderado nas seguintes situações:
- ultrapassagem do limite máximo de linhas.
- ausência de texto: quando o candidato não faz seu texto na FOLHA PARA O TEXTO DEFINITIVO.
- fuga total ao tema: analise cuidadosamente a proposta apresentada. Estruture seu texto em conformidade com as orientações explicitadas no caderno da prova discursiva.
- registros indevidos: anotações do tipo “fim” , “the end”, “O senhor é meu pastor, nada me faltará” ou recados ao examinador, rubricas e desenhos.
b) Estrutura Textual Dissertativa
Não dê título ao texto, começa na linha 1 da folha definitiva o seu parágrafo de introdução.
Estrutura clássica do texto dissertativo
b.1) Introdução adequada ao tema / posicionamento
Apresenta a idéia que vai ser discutida, a tese a ser defendida. Cabe à introdução situar o leitor a respeito da postura ideológica de quem o redige acerca de determinado assunto. Deve conter a tese e as generalidades que serão aprofundadas ao longo do desenvolvimento do texto. O importante é que a sua introdução seja completa e esteja em consonância com os critérios de paragrafação. Não misture idéias.
b.2) Desenvolvimento
Apresenta cada um dos argumentos ordenadamente, analisando detidamente as idéias e exemplificando de maneira rica e suficiente o pensamento. Nele, organizamos o pensamento em favor da tese. Cada parágrafo (e o texto) pode ser organizado de diferentes maneiras:
- Estabelecimento das relações de causa e efeito: motivos, razões, fundamentos, alicerces, os porquês/ conseqüências, efeitos, repercussões, reflexos;
- Estabelecimento de comparações e contrastes: diferenças e semelhanças entre elementos – de um lado, de outro lado,em contraste, ao contrário;
- Enumerações e exemplificações: indicação de fatores, funções ou elementos que esclarecem ou reforçam uma afirmação.
b.3) Fechamento do texto de forma coerente
Retoma ou reafirma todas as idéias apresentadas e discutidas no desenvolvimento, tomando uma posição acerca do problema, da tese. É também um momento de expansão, desde que se mantenha uma conexão lógica entre as idéias.
c) Desenvolvimento do Tema
c.1) Estabelecimento de conexões lógicas entre os argumentos.
Apresentação dos argumentos de forma ordenada, com análise detida das idéias e exemplificação de maneira rica e suficiente do pensamento. Para garantir as devidas conexões entre períodos, parágrafos e argumentos, empregar os elementos responsáveis pela coerência e unicidade, tais como operadores de seqüenciação, conectores, pronomes. Procurar garantir a unidade temática.
c.2) Objetividade de argumentação frente ao tema / posicionamento
O texto precisa ser articulado com base nas informações essenciais que desenvolverão o tema proposto. Dispensar as idéias excessivas e periféricas. Planejar previamente a redação definindo antecipadamente o que deve ser feito. Recorrer ao banco de idéias é um passo importante. Listar as idéias que lhe vier à cabeça sobre o tema.. Estabelecer a tese que será defendida. Selecionar cuidadosamente entre as idéias listadas, aquelas que delimitarão o tema e defenderão o seu posicionamento.
c.3) Estabelecimento de uma progressividade textual em relação à seqüência lógica do pensamento.
O texto deve apresentar coerência seqüencial satisfatória. Quando se proceder à seleção dos argumentos no banco de idéias, deve-se classificá-los segundo a força para convencer o leitor, partindo dos menos fortes parta os mais fortes.
Caríssimos, é possível (e bem mais tranqüilo) desenvolver um texto dissertativo a partir da elaboração de esquemas. Por mais simples que lhes pareça, a redação elaborada a partir de esquema permite-lhes desenvolver o texto com seqüência lógica, de acordo com os critérios exigidos no comando da questão (número de linhas, por exemplo), atendendo aos aspectos mencionados no espelho de avaliação. A professora Branca Granatic oferece-nos a seguinte sugestão de esquema:
SUGESTÃO DE PRODUÇÃO DE TEXTO COM BASE EM ESQUEMAS
ESQUEMA BÁSICO DA DISSERTAÇÃO
1º parágrafo: TEMA + argumento 1 + argumento 2 + argumento 3
2° parágrafo :desenvolvimento do argumento 1
3° parágrafo: desenvolvimento do argumento 2
4° parágrafo: desenvolvimento do argumento 3
5° parágrafo: expressão inicial + reafirmação do tema + observação final.
EXEMPLO:
TEMA: Chegando ao terceiro milênio, o homem ainda não conseguiu resolver graves problemas que preocupam a todos.
POR QUÊ?
*arg. 1: Existem populações imersas em completa miséria.
*arg. 2: A paz é interrompida freqüentemente por conflitos internacionais.
*arg. 3: O meio ambiente encontra-se ameaçado por sério desequilíbrio ecológico.
Texto definitivo
Chegando ao terceiro milênio, o homem ainda não conseguiu resolver os graves problemas que preocupam a todos, pois existem populações imersas em completa miséria, a paz é interrompida freqüentemente por conflitos internacionais e, além do mais, o meio ambiente encontra-se ameaçado por sério desequilíbrio ecológico.
Embora o planeta disponha de riquezas incalculáveis – estas, mal distribuídas, quer entre Estados, quer entre indivíduos – encontramos legiões de famintos em pontos específicos da Terra. Nos países do Terceiro Mundo, sobretudo em certas regiões da África, vemos com tristeza, a falência da solidariedade humana e da colaboração entre as nações.
Além disso, nesta últimas décadas, temos assistido, com certa preocupação, aos conflitos internacionais que se sucedem. Muitos trazem na memória a triste lembrança das guerras do Vietnã e da Coréia, as quais provocaram grande extermínio. Em nossos dias, testemunhamos conflitos na antiga Iugoslávia, em alguns membros da Comunidade dos Estados Independentes, sem falar da Guerra do Golfo, que tanta apreensão nos causou.
Outra preocupação constante é o desequilíbrio ecológico, provocado pela ambição desmedida de alguns, que promovem desmatamentos desordenados e poluem as águas dos rios. Tais atitudes contribuem para que o meio ambiente, em virtude de tantas agressões, acabe por se transformar em local inabitável.
Em virtude dos fatos mencionados, somos levados a acreditar que o homem está muito longe de solucionar os graves problemas que afligem diretamente uma grande parcela da humanidade e indiretamente a qualquer pessoa consciente e solidária. É desejo de todos nós que algo seja feito no sentido de conter essas forças ameaçadoras, para podermos suportar as adversidades e construir um mundo que, por ser justo e pacífico, será mais facilmente habitado pelas gerações vindouras.
Se vocês seguirem a orientação dada pelo esquema, desde o 1º parágrafo, verão que não há como se perder na redação, nem fazer a introdução maior que o desenvolvimento, já que a introdução apresenta, de forma embrionária, o que será desenvolvido no corpo do texto. E lembre-se de que a conclusão sempre retoma a idéia apresentada na introdução, reafirmando-a, apresentando propostas, soluções para o caso apresentado. Com essa noção clara, de estrutura de texto, também é possível melhorar o seu desempenho nas provas de compreensão e interpretação de textos.

Orações Subordinadas

Orações Subordinadas


Gramática Por Algosobre
conteudo@algosobre.com.br
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Período composto por subordinação
No período composto por subordinação sempre aparecem dois tipos de oração: oração principal e oração subordinada.
O período:
Todos esperam sua volta
É um período simples, pois apresenta uma única oração. Nele podemos identificar:
Todos (suj.) esperam (v.t.dir.) sua volta. (obj. direto)
Se transformarmos o período simples acima em um período composto, teremos:
Todos esperam que você volte.
1ª oração: Todos esperam
2ª oração: que você volte
Nesse período, a 1ª oração apresenta o sujeito todos e o verbo transitivo direto esperam, mas não apresenta o objeto direto de esperam. Por isso, a 2ª oração é que tem de funcionar como objeto direto do verbo da 1ª oração.
Verificamos, então, que:
I. a 1ª oração não exerce, no período acima, nenhuma função sintática. Por esse motivo ela é chamada de oração principal.
II. a 2ª oração depende da 1ª, serve de termo (objeto direto) da 1ª e completa-lhe o sentido. Por esse motivo, a 2ª oração é chamada de oração subordinada.
Resumindo:
Oração principal: é um tipo de oração que no período não exerce nenhuma função sintática e tem associada a si uma oração subordinada.
Oração subordinada: é toda oração que se associa a uma oração principal e exerce uma função sintática (sujeito, objeto, adjunto adverbial etc.) em relação à oração principal.
As orações subordinadas classificam-se, de acordo com seu valor ou função, em:
Orações subordinadas substantivas
Inicialmente, diga-se que são aquelas orações subordinadas que exercem as seguintes funções: sujeito, objeto direto, objeto indireto, complemento nominal, predicado nominal e aposto, exemplos:
Insinuou nada conhecer.
Pediu que se fizesse silêncio
As orações subordinadas substantivas podem ser de seis espécies:
1ª. Subjetivas: são aquelas que exercem a função de sujeito em relação a outra oração. Exemplos:
Importa estudar continuamente
Sabe-se que a situação econômico-financeira ainda vai ficar pior.
Convém que não saias da classe.
Facilita encontrar o sujeito de uma oração interrogar o verbo da oração:
Importa o que?; o que se sabe?; o que convém?
2ª. Objetivas diretas: são aquelas que exercem a função de objeto direto de outra oração.
Informamos que os alunos sairão pela porta dos fundos.
Amaral não sabia como realizar o sorteio.
Responda se conhece o novo time do Flamengo.
Olha como tudo terminou bem!
Penso que eles viajarão amanhã cedo.
Temo que Marcos saia ferido.
Pedi que saíssem da sala.
Vi-o correr.
Observa-se que o objeto direto é identificado da seguinte maneira: quem confia, confia em alguma coisa; quem sabe, sabe de alguma coisa; quem espera, espera alguma coisa; e assim por diante.
As locuções tenho medo, estou com esperança e sou de opiniãoou ele é de opinião têm força transitiva direta, isto é, são equivalentes a verbos transitivos diretos: temer, esperar, opinar. Se estas expressões vierem acompanhadas de preposição de antes da conjunção que, as orações já não serão objetivas diretas, mas completivas nominais:
Tenho medo de que ele não resista ao interrogatório.
Estou com esperança de que ele saia vitorioso.
Estou com receio de que não ocorra o jogo.
3ª. Objetivas indiretas: são aquelas que exercem a função de objeto indireto de outra oração, isto é, ligam-se à oração principal mediante preposição. Exemplos:
Preciso de rever todas as provas.
Cláudia não gostou das provocações e insinuações.
O acidente obstou a que chegássemos mais cedo.
O jovem obedeceu a todos que lhe são superiores.
A identificação do objeto indireto é realizada mediante o seguinte procedimento: quem precisa, precisa de alguma coisa; quem gosta, gosta de alguma gosta; quem obedece, obedece a alguma coisa; e assim por diante.
4ª. Completivas nominais: são aquelas que completam o sentido de um substantivo, adjetivo ou advérbio. Exemplos:
Ivo tinha esquecido de que sua proposta não agradara.
Alencar estava esperançoso de que tudo se resolveria.
A opinião de que Luís desistirá do estudo é conclusão precipitada.
Assim como alguns verbos exigem objeto que lhes complete o sentido, há algumas palavras que necessitam de outras que lhes completem o sentido. Assim, pode-se à semelhança dos verbos, perguntar: acordo de que?; esperançoso de quê?; opinião de quê? (ou sobre o quê?); medo de quê? A reposta a estas perguntas constitui o complemento nominal.
5ª. Predicativas: são aquelas que funcionam como predicativo do sujeito. Exemplos:
O bom é que você não desconfia nunca.
O mal é você ficar de braços cruzados.
O certo é que Sérgio não se casará.
A falácia é que para ficar rico é preciso ficar pobre.
Não se deve confundir oração predicativa com oração subjetiva. Exemplos:
É certo que o Vasco não ganhará do Flamengo = subjetiva.
A oração grifada funciona como sujeito
O certo é que o Vasco não ganhará do Flamengo = predicativa
A oração grifada funciona como predicativo do sujeito.
6ª. Apositivas: são aquelas que funcionam como aposto. Exemplos:
Sua instrução foi única: estudar sempre
Pedi-lhe um favor: que me chamasse às sete horas.
O aposto é uma foram de adjunto adnominal, que é constituído de uma palavra ou expressão em aposição, exemplificando um ou vários termos expressos na oração. Note-se nos exemplos que estudar sempre explica a frase inicial, determina qual foi sua instrução; qual foi o favor pedido.
Orações subordinadas adjetivas
A oração que modifica um substantivo de outra oração é denominada oração subordinada adjetiva. Em geral, tais orações são introduzidas por pronome relativo. Exemplo:
O garoto que era risonho tornou-se um garoto sisudo.
Segundo a Nomenclatura Gramatical Brasileira, as orações subordinadas adjetivas exercem a função sintática de adjunto adnominal de um termo da oração principal.
As orações subordinadas adjetivas são de duas espécies: explicativas e restritivas.
As explicativas são aquelas que indicam qualidade inerente ao substantivo a que se referem. Justapõem-se a um substantivo já plenamente definido pelo contexto. Além disso, as orações adjetivas explicativas podem ser eliminadas sem prejuízo do sentido. Têm função meramente estilística. Exemplos:
O inverno suíço de 1987, que foi muito rigoroso, matou 100 pessoas.
O homem, que é um ser racional, tem perdido suas características mais preciosas.
O lírio, que é branco, já não é símbolo de candura.
As orações adjetivas explicativas são menos comuns que as restritivas.
As orações adjetivas restritivas delimitam o sentido do substantivo antecedente. São indispensáveis ao sentido total da oração. Exemplos:
Todo aluno que é estudioso é digno de aprovação.
Todo político que é honesto é capaz de causar revoluções administrativas.
Não acredito no médico do qual me falaste há pouco.
O professor cujas orientações não são diretivas tem conseguido resultados assustadores nos últimos tempos.
Orações subordinadas adverbiais
Um terceiro tipo de orações subordinadas são as adverbiais, isto é, aquelas que equivalem a advérbios em relação a outra oração.
Os adjuntos adverbiais são termos acessórios das orações; são determinantes. Os determinantes adverbiais acrescentam "ao predicado o esclarecimento de lugar, tempo, modo etc."
Almoçarei ao meio-dia.
Chegaram aqui as embarcações.
Ontem choveu.
Aquele homem caminha com dificuldade.
Tu te exprimes muito bem.
São, portanto, os adjuntos adverbiais expressões que acrescentam circunstâncias aos fatos expressos.
Recorde-se também que as orações reduzidas às vezes indicam circunstâncias que caracterizam e restringem o sentido do verbo:
Não te emprestarei dinheiro para gastares com bijuterias. (adverbial final reduzida de infinitivo)
Chegando ao teatro, comprei os ingressos. (subordinada adverbial temporal reduzida de gerúndio)
Terminado o jogo, voltei pra casa. (subordinada adverbial temporal reduzida de particípio)
As orações subordinadas adverbiais são dos seguintes tipos: causais, comparativas, consecutivas, concessivas, condicionais, conformativas, finais, proporcionais e temporais.
1ª. Causais: são aquelas que modificam a oração principal apresentando uma circunstância de causa, isto é, respondem à pergunta "por quê?" feita à oração principal. Exemplos:
Carlos saiu porque precisava.
Amadeu não saiu porque estava frio.
Nilo Lusa deixou o magistério porquanto sua saúde era precária.
São conjunções causais: porque, que, porquanto, visto que, por isso que, como, visto como, uma vez que, já que, pois que.
2ª. Comparativas: são aquelas que correspondem ao segundo termo de uma comparação. Exemplos:
Marisa é tão boa digitadora quanto Teresa
"A preguiça gasta a vida como a ferrugem consome o ferro"
São conjunções comparativas: como, mais do que, assim como, bem como, que nem (como), tanto quanto.
3ª. Consecutivas: são aquelas que são introduzidas por um termo intensivo que vem em seguida à oração principal, acrescentando-lhe idéias e explicações, ou completando-a, ou tirando uma conclusão. Exemplos:
O Plano de Estabilização Econômica foi tão cercado de flores de todos os lados que não percebemos suas conseqüências menos interessantes.
Onde estás, Eliana, que não te vejo!
Otávio bebia tanto que morreu afogado no seu próprio vômito.
Faça seu trabalho de tal modo que não venha a lastimar-se do resultado que dele possa advir.
São conjunções consecutivas: (tanto) que, (tão) que, (de tal forma) que.
4ª. Concessivas: são aquelas que se caracterizam pela idéia de concessão que transmitem à oração principal. Exemplos:
Ainda que faça frio, o jogo realizará.
Cristiano foi ao parque, embora estivesse chovendo.
Ainda que eu falasse a língua dos homens e falasse a língua dos anjos, sem amor eu nada seria.
São conjunções concessivas: embora, posto que, se bem que, ainda que, sempre que, desde que, conquanto, mesmo que, por pouco que, por muito que.
5ª. Condicionais: são aquelas que se caracterizam por transmitir idéias de condição à oração principal. Exemplos:
Se o filme for ruim, sairei do cinema.
Caso tivesse realizado as obras necessárias, não teria perdido a eleição.
São conjunções condicionais: se, salvo se, senão, caso, desde que, exceto se, contanto que, a menos que, sem que, uma vez que, sempre que.
6ª. Conformativas: são aquelas que indicam o modo como ocorreu a ação expressa na oração principal. Exemplos:
Conforme as últimas notícias, o mundo corre risco de uma guerra generalizada.
Realizei seus desejos como você me havia sugerido.
Escrevi carta burocrática, segundo o estilo oficial estabelece.
São conjunções conformativas: de modo que, assim como, bem como, de maneira que, de sorte que, de forma que, do mesmo modo que, segundo conforme.
7ª. Finais: são aquelas que indicam o fim ou finalidade à oração principal. Exemplos:
É preciso que haja políticos de concepções liberais extremadas para que os conservadores não reduzam os homens a títeres.
Acenei-lhe para que silenciasse
Antônio Carlos falou baixinho a fim de que não fosse percebida sua revolta.
São conjunções subordinativas finais: para que, a fim de que.
8ª. Proporcionais: são aquelas que transmitem idéia de proporcionalidade à idéia principal. Exemplos:
À proporção que o tempo passa, a agonia recrudesce.
O barulho de algazarra aumenta à medida que se aproxima das crianças.
São conjunções subordinativas proporcionais: à medida que, à proporção que, ao passo que.
9ª. Temporais: são aquelas que indicam relação de tempo naquilo que se refere à ação expressa pela oração principal. Exemplos:
Enquanto leio poesia, recupero o equilíbrio emocional.
Cada vez que eu penso, te sinto, te vejo...
São conjunções subordinadas temporais: quando, enquanto, agora que, logo que, desde que, assim que, tanto que, apenas, antes que, até que, sempre que, depois que, cada vez que.
Orações reduzidas
São denominadas orações reduzidas aquelas que apresentam o verbo numa das formas nominais, ou seja, infinitivo, gerúndio e particípio.
As orações reduzidas de formas nominais podem, em geral, ser desenvolvidas em orações subordinadas. Essas orações são classificadas como as desenvolvidas correspondentes.
As orações reduzidas não são introduzidas por conectivo.
No caso de se fazer uso de locução verbal, o auxiliar indica se se trata de oração reduzida ou não. Na frase:
Tendo de ausentar-se, declarou vacante seu cargo.
Temos aqui uma oração reduzida de gerúndio. Portanto, é condição para que a oração seja reduzida que o auxiliar se encontre representado por uma forma nominal.
Exemplos de orações reduzidas de infinitivo:
Substantivas subjetivas: são aquelas que exercem a função de sujeito do verbo de outra oração. Exemplos:
Não convém agires assim
É certo ter ocorrido uma disputa de desinteressados.
Urge partires imediatamente.
Substantivas objetivas diretas: são aquelas que exercem a função de objeto direto. Exemplos:
Ordenou saírem todos logo.
Respondeu estarem fechadas as matrículas.
As crianças fazem rir seus rivais.
O professor assegurou serem os exames para avaliar e não para derrotar os alunos.
Peça-lhes fazer silêncio.
Substantivas objetivas indiretas: são aquelas que funcionam como objeto indireto da oração principal. Exemplo:
Aconselho-te a sair imediatamente.
Substantivas predicativas: são aquelas que funcionam como adjetivo da oração principal. Exemplos:
O importante é não se deixar corromper pela desonestidade.
Seu desejo era adquirir um automóvel.
Substantivas completivas nominais: são aquelas que funcionam como complemento de um nome da oração principal. Exemplos:
Maíra estava disposta a sair da casa.
Tinha o desejo de espalhar os fatos verdadeiros.
Substantivas apositivas: são aquelas que funcionam como aposto da oração principal. Exemplos:
Fez uma proposta a sua companheira: viajarem pelo interior, no fim do ano.
Recomedou-lhe dois procedimentos: ler e refletir exaustivamente a obra de Manuel Bandeira.
Adverbiais: são aquelas que funcionam como adjunto adverbial da oração principal. Exemplos:
Chegou para poder colaborar. (final)
Alegraram-se ao receberem os campeões. (temporal)
Não obstante ser ainda jovem, conquistou posições invejáveis. (concessivas)
Não poderá voltar ao trabalho sem me avisar com antecedência. (condicional)
Não compareceu por se encontrar doente. (causal)
É alegre de fazer inveja. (consecutiva)
Adjetivas: são aquelas que funcionam como adjetivo da oração principal. Exemplos:
O aluno não era de deixar de ler suas redações.
Exemplos de orações reduzidas de gerúndio:
Subordinadas adjetivas: Parei um instante e vi o professor admoestando o garoto.
Adverbiais:
Retornando de férias, volte ao trabalho. (temporal)
João Batista, ainda trajando à moda antiga, apresentava-lhe galhardamente. (concessiva)
Querendo, você conseguirá obter resultados positivos nos exames. (condicional)
Desconfiando de suas palavras, dispensei-o. (causal)
Xavier, ilustre comerciante, enriqueceu-se vendendo carros. (modal ou conformativa)
Exemplos de orações reduzidas de particípio:
Subordinada adjetiva:
As notícias apresentadas pelo Canal X são superficiais.
Adverbiais:
Terminada a aula, os alunos retiraram-se da classe. (temporal)
Reconhecido seu direito, teriam tido outro comportamento. (condicional)
Acossado pela política, não se entregou. (concessiva)
Quebradas as pernas, não pôde correr. (causal)

Numeral e Pronome

Numeral
Entre as palavras que se relacionam, na frase, ao substantivo há também o numeral.
Exemplo:Comprou duas caixinhas de música.
Numeral é a palavra que se refere ao substantivo dando a idéia de número.
O numeral pode indicar:
*quantidade - Choveu durante quatro semanas.
*ordem - O terceiro aluno da fileira era o mais alto.
*multiplicação - O operário pediu o dobro do salário.
*fração - Comeu meia maça.
Classificação do Numeral
Cardinal - Indica uma quantidade determinada de seres.
Ordinal - Indica a ordem (posição) que o ser ocupa numa série.
Multiplicativo - Expressa a idéia de multiplicação, indicando quantas vezes a quantidade foi aumentada.
Fracionário - Expressa a idéia de divisão, indicando em quantas partes a quantidade foi dividida.

Numerais Cardinais Numerais Ordinais Numerais Multiplicativos Numerais Fracionários
um primeiro - -
dois segundo dobro meio
três terceiro triplo terço
quatro quarto quádruplo quarto
cinco quinto quíntuplo quinto
seis sexto sêxtuplo sexto
sete sétimo sétuplo sétimo
oito oitavo óctuplo oitavo
nove nono nônuplo nono
dez décimo décuplo décimo
onze undécimo undécuplo onze avos
doze duodécimo duodécuplo doze avos
treze décimo terceiro - treze avos
quatorze ou catorze décimo quarto - quatorze avos
quinze décimo quinto - quinze avos
dezesseis décimo sexto - dezesseis avos
dezessete décimo sétimo - dezessete avos
dezoito décimo oitavo - dezoito avos
dezenove décimo nono - dezenove avos
vinte vigésimo - vinte avos
trinta trigésimo - trinta avos
quarenta quadragésimo - quarenta avos
cinqüenta qüinquagésimo - cinqüenta avos
sessenta sexagésimo - sessenta avos
setenta septuagésimo - setenta avos
oitenta octogésimo - oitenta avos
noventa nonagésimo - noventa avos
cem centésimo cêntuplo centésimo
duzentos ducentésimo - ducentésimo
trezentos tricentésimo - trecentésimo
quatrocentos quadringentésimo - quadringentésimo
quinhentos qüingentésimo - qüingentésimo
seiscentos seiscentésimo - sexcentésimo
setecentos septingentésimo - septingentésimo
oitocentos octingentésimo - octingentésimo
novecentos noningentésimo - nongentésimo
mil milésimo - milésimo
milhão milionésimo - milionésimo
bilhão ou bilião bilionésimo - bilionésimo
Flexão do Numeral
Variam em gênero: os cardinais um, dois e os de duzentos a novecentos; todos os ordinais; os multiplicativos e os fracionários quando expressam uma idéia adjetiva em relação ao substantivo.
Exemplos:
um-uma.
dois-duas.
segundo-segunda.
septuagésimo-septuagésima.
João deu um salto duplo e um triplo e tomou uma dose quádrupla de vitaminas.
Comi meio abacate e meia banana.
Número do Numeral
Variam em número: os cardinais terminados em ão(bilhões de dólares foram perdidos com a crise), todos os ordinais(as primeiras pessoas passaram no teste), os multiplicativos com função de adjetivo(Tomei dois copos duplos de leite), os fracionários, dependendo do cardinal que os antecede(Gastou dois terços do salário).
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Pronome
Além do artigo, adjetivo e numeral há ainda outra palavra que, na frase, se relaciona ao substantivo: é o pronome.
Pronome é a palavra que substitui ou acompanha um substantivo, relacionando-o à pessoa do discurso.
As pessoas do discurso são três:
*Primeira pessoa-a pessoa que fala
*Segunda pessoa-a pessoa com quem se fala
*Terceira pessoa-a pessoa de quem se fala
Classificação do Pronome
Há seis tipos de pronomes: pessoais, possessivos, demonstrativos, indefinidos, interrogativos e relativos.
Pronomes pessoais
Os pronomes pessoais substituem os substantivos, indicando as pessoas do discurso. São eles: retos, oblíquos e de tratamento.

Pronomes pessoais retos e oblíquos:
Pessoas do discurso Pronomes Retos Pronomes oblíquos
primeira pessoa do singular
segunda pessoa do singular
terceira pessoa do singular eu
tu
ele/ela me, mim, comigo
te, ti, contigo
se, si, o, a, lhe, consigo
primeira pessoa do plural
segunda pessoa do plural
terceira pessoa do plural nós
vós
eles/elas nos, conosco
vos, convosco
se, si, os, os, lhes, consigo
Formas Pronominais
Os pronomes o, a, os, as, adquirem as seguintes formas:
- lo, la, los, las, quando associados a verbos terminados em r, s ou z. Ex.: encontrá-lo, fê-las...
-no, na, nos, nas, quando associados a verbos terminados em som nazal. Ex.: encontraram-no, põe-nas.
Pronomes pessoais de Tratamento
Os pronomes pessoais de tratamento representam a forma de se tratar as pessoas: trato cortês ou informal. Os mais usados são: Você, Senhor, Vossa Senhoria, Vossa Excelência, Vossa Alteza, Vossa Majestade, Vossa Magnificência...
Pronomes possessivos
Pronomes Possessivos são palavras que, ao indicarem a pessoa gramatical(possuidor), acrescentam a ela a idéia de posse de algo(coisa possuída).
Pronomes possessivos:
primeira pessoa do singular
segunda pessoa do singular
terceira pessoa do singular meu, minha, meus, minhas
teu, tua, teus, tuas
seu, sua, seus, suas
primeira pessoa do plural
segunda pessoa do plural
terceira pessoa do plural nosso, nossa, nossos, nossas
vosso, vossa, vossos, vossas
seu, sua, seus, suas
O pronome possessivo concorda em pessoa com o possuidor e em gênero e número com a coisa possuída.
Pronomes Demonstrativos
Pronomes Demonstrativos são palavras que indicam, no espaço ou no tempo, a posição de um ser em relação às pessoas do discurso.
Pronomes demonstrativos:
Variáveis Invariáveis
este, esta, estes, estas
esse, essa, esses, essas
aquele, aquela, aqueles, aquelas isto
isso
aquilo

Pronomes Indefinidos
Pronomes Indefinidos são palavras que se referem à Terceira pessoa do discurso, dando-lhe sentido vago ou expressando quantidade indeterminada.
Pronomes indefinidos:
Variáveis Invariáveis
algum, nenhum, todo, muito
pouco, certo, outro, quanto
tanto, vários, diversos
um, qual, bastante Algo, alguém
nada, ninguém
tudo, cada
outrem, quem mais
menos, demais
Pronomes Interrogativos
Pronomes Interrogativos são aqueles usados na formulação de perguntas diretas ou indiretas. Assim como os indefinidos, referem-se a Terceira Pessoa do Discurso.
São eles: que, quem, qual, quanto...
Pronomes Relativos
São pronomes relativos aqueles que representam nomes já mensionados anteriormente e com os quais se relacionam. Ex.:
A página que estou navegando é muito boa.
Pronomes relativos:
Variáveis Invariáveis
o qual, cujo, quanto que, quem, onde
Fonte: WWW.geocities.com/quaio/morfologia.htm

Numeral e Pronome

Boa noite a todos. Como podem ver, hoje a aula é "dobradinha". Aproveitando essa dobradinha, vou explicar aqui dois elementos gramaticais: Pronomes e Numerais. Vamos lá.
PRONOMES

Essa classe gramatical foi criada pela anta portuguesa pra substituir ou apontar elementos já tomados em uma frase. Pronome é uma palavra sem sentido completo, mas que sem ele a frase nem sempre terá sentido completo. Muito usado também nas redações comuns para evitar a repetição de termos, deixando o texto muito mais enxuto, mais claro e limpo, coeso. Exemplo: A menina caiu. A menina chorou. Para evitar esse tipo de repetição chula, trocaremos o segundo "menina" pelo pronome correspondente "ela". A menina caiu. Ela chorou. Ufa, bem melhor.

Pronomes também podem representar um apontamento ou uma posse. Exemplos: A caneta é minha. Aquela é a sua. Em amarelo está o de apontamento e o em vermelho está o de posse. Acho melhor parar com essa baboseira inteira e colocar a explanação das classificações de cada um pra vocês, desprovidos de cérebro funcional, entenderem melhor.

1.0 - PRONOMES PESSOAIS RETOS: Exercem a função do sujeito da oração. Não sabe o que é sujeito, né? Tenha dó! Sujeito é o cara, aquele quem pratica a ação ou omissão. Aquele que faz o verbo acontecer. É exatamente por causa disso que conjugamos os verbos usando esses pronomes pessoais retos. Quer um exemplo? Eu, tu, ele/ela, nós, vós, eles/elas. Pronto, aí estão todos eles. Aaaaahhh, você sabia deles, mas não sabia que eles eram sujeitos, né? Aprenda mais essa, paspalho! Exemplo: Eu vou pegar a bola. Ele é o cara. Tu és uma anta! Esse tipo de pronome, quando não tem a função de dar à frase o sentido completo que ela merece, retoma um termo anteriormente citado para não haver aquele lance de repetição. Nota-se que nem sempre o pronome é explícito, dependendo do contexto. Chamamos esse pronome de Pronome Oculto. Exemplo: Vou lavar a calçada. O verbo "vou" sempre pede a primeira pessoa do singular que é o pronome "Eu". Nesse caso ele não apareceu, mas existe.

2.0 - PRONOMES PESSOAIS OBLÍQUOS: Complementam o verbo. Simples assim. São eles: me, mim, comigo, te, ti, contigo, o/os, a/as, lhe/lhes, se, si, consigo, nos, conosco, vos, convosco. Exemplo: Amo-te, mato-me, eu vou convosco. Na maioria dos casos eles são usados como pronomes reflexivos, ou seja, complementam o verbo de modo que quem pratica a ação é o mesmo que a recebe. Exemplo: Você se bateu (você bateu em você). Eu me vangloriei (eu vangloriei eu [falando erroneamente mesmo pra você entender]). ATENÇÃO: É isso que mais pega!! O erro mais fatal e que merece um tiro é iniciar uma frase ou oração com pronome oblíquo! Quem faz isso merece tomar uma chifrada de touro! Merece ajoelhar no milho quente até virar pipoca. JAMAIS!! NUNCA!!! Dá pra entender?? Pronome pessoal oblíquo JAMAIS inicia oração. O que significa dizer que "Te amo." ou "Lhe trago." ou "Te bato." está TOTALMENTE ERRADO!!! Digno de lixo! Quem puser isso na prova eu rasgo inteira, taco fogo e piso em cima! É tão difícil assim colocar um maldito de um pronome pessoal reto no começo da frase ou oração? É TÃO DIFÍCIL COLOCAR "EU te amo" ou "EU lhe trago" ou "EU te bato"?? Pelo amor de Deus, se for difícil assim, se mata!! Não sei o porquê as pessoas tem essa péssima mania de escrever ou falar errado. Ô ódio! Entende-se frase por todo texto (pequeno ou grande) que possua sentido completo e oração tudo o texto (pequeno ou grande, sentido completo ou não) que tenha UM verbo ou locução verbal. Oração CORRETA: "Como-o". Frase CORRETA: "Eu amo você." ou "Amo-te." Tá claro? Se não tiver, pelo amor de Deus, deixe seu email que eu faço você entender tudo o que precisa pra JAMAIS na vida falar assim de novo!

3.0 - PRONOMES DE TRATAMENTO: São todos aqueles que são usados para pessoas importantes e/ou respeitáveis. Simplesmente isso. Exemplo: Vossa Senhoria, Vossa Mercê, Sua Majestade, Excelentíssimo Presidente, Excelso Sacerdote, Vossa Santidade, etc. Lembrando que quando você fala COM a pessoa, usa-se o VOSSA; ao passo que quando falamos DA pessoa, usa-se o SUA. Abaixo segue uma lista dos principais pronomes de tratamento:
Vossa Excelência' (V. Exª.) Usado para: presidente da República, senadores da República, ministros de Estado, governadores, deputados federais e estaduais, prefeitos, embaixadores, vereadores, cônsules, chefes das Casas Civis e Militares.
Vossa Magnificência (V. M.) Usado para: reitores de Universidade, pró-reitores e vice-reitores.
Vossa Senhoria (V. Sª.) Usado para: diretores de autarquias federais, estaduais e municipais.
Vossa Excelência (V. Exª) Usado Para: desembargadores de Justiça, procuradores, promotores.
Meritíssimo Juiz (M. Juiz) Usado para: juízes de Direito.
Vossa Excelência (V. Exª.) Usado para: Oficias Generais (Almirantes-de-Esquadra, Generais-de-Exército e Tenentes-Brigadeiros; Vice-Almirantes, Generais-de-Divisão e Majores-Brigadeiros; Contra-Almirantes, Generais-de-Brigada e Brigadeiros).
Vossa Senhoria (V. Sª.) Usado para: Demais patentes e graduações militares.
Vossa Santidade ( V. S.) Usado para: o Papa.
Vossa Eminência (V. Em.ª) Usado para: cardeais.
Vossa Excelência Reverendíssima (V. Ex.ª Revm.ª) Usado para: arcebispos e bispos.
Vossa Reverendíssima (V. Revmª) Usado para: abades, superiores de conventos, monsenhores, outras autoridades eclesiásticas e sacerdotes em geral.
Vossa Majestade Real & Imperial (V. M. R. & I.) Usado para: Monarcas que detenham títulos de imperador e rei ao mesmo tempo.
Vossa Majestade Imperial (V. M. I.) Usado para: Imperadores.
Vossa Majestade (V. M.) Usado para: Reis.
Vossa Alteza Real & Imperial (V. A. R. & I.) Usado para: Príncipes de casas reais e imperiais.
Vossa Alteza Imperial (V. A. I.) Usado para: Príncipes de casas imperiais.
Vossa Alteza Real (V. A. R.) Usado para: Príncipes e infantes de casas reais.
Vossa Alteza Sereníssima (V. A. S.) Usado para: Príncipes monarcas e Arquiduques.
Vossa Alteza (V. A.) Usado para: Duques.
Vossa Excelência (V. Exª.) Usado para: Duques com Grandeza, na Espanha.
Vossa Graça (V. G.) Usado para: Duques e Condes.
Vossa Alteza Ilustríssima (V. A. Ilmª.) Usado para: Nobres mediatizados, como Condes, na Alemanha.
O Mui Honorável (M. Hon) Usado para: Marqueses, na Grã-Bretanha.
O Honorável (Hon.) Usado para: Condes (The Right Hon.), Viscondes, Barões e filhos de Duques, Marqueses e Condes na Grã-Bretanha.
Vossa Senhoria (V. S.ª) Usado para: Pessoas importantes
Ilustrissimo (Ilmo.) Usado para pessoas comuns, no mesmo sentido de Senhoria
Doutor (Dr.) Usado para: Doutor.
Comendador (Com.) Usado para: Comendador.
Professor (Prof.) Usado para: Professor.
Padre (Pe.) Usado pra padres
(Fonte: WIKIPEDIA)
4.0 - PRONOMES DEMONSTRATIVOS: Como o próprio nome já diz, é a palavra que demonstra, que aponta uma esteja em algum lugar, citado ou não na frase. Exemplo: Aquela TV está ali. Esta perna está quebrada. Ajudando a precariedade da mente de todos vocês, mentecáptos, vou mastigar e deixar aqui os principais pronomes demonstrativos: este, esta, estes, estas, isto, esse, essa, esses, essas, isso, aquele, aquela, aquele, aquelas, aquilo. Agora vem a pergunta que qualquer tapado se faz: qual a diferença entre esses pronomes? Preste atenção: os VERMELHOS referem-se a termos próximos da demonstração na frase. Os AZUIS referem-se a termos medianos da demonstração na frase. E por fim, os ROXOS referem-se a termos longes da demonstração na frase. Falei grego agora, né? Por isso que eu digo que exemplo explica melhor do que o conceito. Vamos lá: Pedro, André e Tiago são amigos. Este é Palmeirense, enquanto esse é Santista e aquele São-paulino. Geralmente usa-se 2 elementos como demonstração. Nesse caso, usaria o ESTE e AQUELE, esquecendo o ESSE. Essa regra não vale só pra construção de frases, como também para a descrição da disposição de elementos a que a frase se refere. Exemplo: imaginemos que exista uma TV perto de mim. Então eu digo "Ligue ESTA televisão". Agora imaginemos que tem uma mesa no meio do caminho. Assim, digo "Tire ESSA mesa do meio". Pra finalizar, imagine que a porta está longe. Aí eu digo "Feche AQUELA porta". Deu pra entender? Se não entenderam, por favor me perguntem! Eu odeio todos vocês, mas eu odeio mais ainda quem não aprendeu. Então perguntem!

5.0 - PRONOMES POSSESSIVOS: Indicam a posse, o que pertence a alguém. Exemplo: Aquele lápis é meu. Aquela caneta é sua. É a mais fácil de se identificar. É aquela palavra bem egoísta, que individualiza, mesmo que essa individualização se dê para um grupo. São eles: meu, minha, teu, tua, seu, sua, dele, dela, nosso, nossa, vosso, vossa, deles, delas. Exemplos: Essa é a nossa tribo. Você é dela. Este é o vosso reino. ATENÇÃO: não confunda JAMAIS o SUA/VOSSA possessivo com o SUA/VOSSA de tratamento. É bem óbvio distingüir um de outro.


6.0 - PRONOMES INDEFINIDOS: São todos aqueles que têm a mesma função de pronomes retos, mas que são vagos ou não especifica a quem eles apontam. Algumas vezes também generalizam um todo. Exemplo: Todos são eleitores. Todos quem? Ah, todos. Ninguém vai passar. Não vai subir ninguém. Certa vez bati em alguém. Eles podem ser dividos em dois grupos: variáveis e invariáveis.
6.1 - Pronomes Indefinidos Variáveis: São aqueles que VARIAM em gênero e número. Exemplos: Todo, toda, algum, alguma, alguns, algumas, nenhum, nenhuma, certo, certa, muito, muita, outro, outra, pouco, pouca, tanto, tanta, qualquer, qualqueres, quaisquer, quaisqueres, bastante, bastantes.
6.2- Pronomes Indefinidos Invariáveis: São todos aqueles que NÃO VARIAM em gênero ou número. Exemplos: Tudo; algo; nada; alguém; outrem; ninguém; cada; mais; MENOS. Quer me deixar irritado é só falar MENAS perto de mim. Um sujeito que fala isso merece ser explodido.

Aqui acabamos o assunto que tange os Pronomes. Qualquer dúvida é só me contatarem. Agora vamos para o outro assunto.

NUMERAL

Juntamente com os artigos, os numerais também podem acompanhar o substantivo, indicando a ordem ou a quantidade que ele se encontra. Obviamente que um NUMERal está relacionado a um NÚMERO. Na minha opinião, é a classe gramatical mais ridícula para se estudar. São classificados em numeral cardinal, ordinal, multiplicativo e fracionário. Vejamos cada um deles.

1.0 - NUMERAL CARDINAL: São números normais, comuns, escritos preferencialmente por extenso em um texto, geralmente acompanhando um substantivo para exprimir a quantidade em que este se encontra. Exemplo: Eu quero dois pãezinhos. Me vê cinco latas de cerveja. Eu sou o número um.

2.0 - NUMERAL ORDINAL: Como o próprio nome sugere, esse numeral exprime a idéia de ORDEM, classificação. Muito fácil. Exemplo: Primeiro, segundo, terceiro. Eu cheguei em primeiro lugar. Ele é o décimo que me pergunta isso. Vou dizer pela milésima vez!

3.0 - NUMERAL MULTIPLICATIVO: É usado pra quantidades multiplicadas. Dã! Fácil, né? Vezes dois = dobro. Vezes três = triplo. E assim por diante. Exemplo: Minha altura equivale ao quíntuplo da dela. Eu tenho o sêxtuplo de inteligencia do que qualquer um aqui presente. Meu pé é o dobro menor que o seu.

4.0 - NUMERAL FRACIONÁRIO: Estão vendo o porquê que eu disse que é a matéria mais ridícula? É extremamente fácil! O nome dos numerais induzem ao acerto imediato! Essa classificação junta um numeral cardinal com outro ordinal para expressar idéia de fração. Mas fique ligado! Tem numerais fracionários que não terminam com ordinal, e sim com a terminação AVOS. Exemplos: Comi dois quartos daquele chocolate. Seu cérebro é um milésimo menor do que o dele. Um doze avos da casa é azulejada.


Com isso finalizamos as aulas de hoje. Só para reforçar aqui: não é certeza que todas as segundas, quartas e sextas eu estarei aqui com vocês; portanto, espíritos-de-porco, não me esperem. Assinem o RSS para saberem quando teve alguma aula minha, ok? Qualquer dúvida já sabem: respondo por comentário. Dúvidas públicas são melhores porque a sua dúvida pode ser a mesma do colega. Tchau.
Professor Evilásio Custódio.