quinta-feira, 26 de março de 2009

Orientações para trabalhos científicos

ORIENTAÇÕES PARA A ELABORAÇÃO DE TRABALHOS CIENTÍFICOS
Disciplina: Ciências.
Professoras: Cláudia Rosseto, Elcione Rodrigues, Marisa Mischek, Mônica Regina, Rosana Guerriero, Rosinês Camargo.
Norma Acadêmica aprovada pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão do Centro UNISAL por meio da Resolução CONSEPE/UNISAL 02/2005, atualizada em Agosto 2005.
Conselhos para apresentação de trabalhos acadêmicos da Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 14724, de agosto de 2002. (adaptação)
O Trabalho é dividido em três partes:
1 - Parte Introdutória
a) Capa
• Nome do autor deve ser colocado em cima, centralizado em letras comuns;
• Título do trabalho no centro da folha, centralizado, em negrito. Se houver subtítulo, deverá ser em letras minúsculas separadas do título por dois-pontos;
• Nome da instituição (colégio) em caixa alta no final da folha;
• Embaixo do nome da instituição e centralizado vem o local (cidade) em letras comuns;
• Embaixo, também centralizado, coloca-se o ano.
b) Folha de rosto
É a primeira folha após a capa. Identifica a finalidade do trabalho. A numeração das páginas do pré-texto começa a ser contada a partir dela, embora não traga o número impresso.
É composta:
• Pelo nome do autor, em cima, em letra comum e centralizado;
• Título do trabalho no centro da página, centralizado e negrito;
• Texto de identificação do trabalho (natureza, objetivo, e nome da instituição a que é submetido e a disciplina), embaixo e centralizado, alinhado no campo direito da folha;
• À direita, abaixo, vem o nome do professor orientador;
• Local (cidade);
• Ano.
Configuração da página de rosto e demais páginas:
• Tipo de papel: A4 - 210 x 297mm,
• Margens: superior 3 cm; inferior 2 cm; esquerda 3 cm; direita 2 cm,
• Tipo de fonte: Times New Roman ou Arial tamanho 12 para o texto, 10 para citações acima de 3 linhas.

c) Folha do sumário ou Índice
Para se fazer um sumário recomendamos seguir os recursos do Word. Quando o trabalho estiver totalmente pronto, isto é, digitado e revisado, então seguir as etapas.
d) Paginação
Contam-se as páginas a partir da Folha de Rosto, mas não se numeram. A numeração inicia-se na Introdução e deve ser colocada no canto superior da folha a 2 cm da margem direita.
2 - Desenvolvimento
a) Introdução
A primeira parte do trabalho propriamente dito é a introdução que esclarece o leitor a respeito do conteúdo do trabalho. Esta deve ser clara e sucinta, delimitar o assunto, a justificativa e a importância do tema, os objetivos da pesquisa e a metodologia utilizada.
b) Desenvolvimento
Item principal do texto, correspondente ao corpo do trabalho; exposição ordenada e detalhada do assunto, que visa comunicar o resultado da pesquisa.
Redação
• Busque uma redação clara, impessoal, objetiva.
• Se há, por exemplo, três assuntos a serem tratados, discorram sobre cada um, num parágrafo respectivo.
• Se a clareza assim o exigir, pode-se até mesmo enumerar cada uma deles.
• Evite saltar de um tema para outro.
• Os parágrafos não devem ser muito extensos e nem muito reduzidos.

c) Conclusão
Parte final do texto em que se apresentam sinteticamente as conclusões correspondentes aos objetivos ou hipóteses elaborados ao longo do trabalho, além de uma avaliação dos resultados obtidos e a indicação de possíveis recomendações. Não cabem agradecimentos, nem elogios e nenhum tipo de superlativo.
3 - Parte Referencial
a) Referências Bibliográficas
Roteiro mais simples:
SOBRENOME, Nome (deve ser abreviado). Título da Obra (grifado). Edição (da 2a edição em diante). Cidade: Editora, ano.
Ex.
CHAUÍ, M. Convite à filosofia. 2. ed. São Paulo: Ática, 1995.
ARANHA, M.L.A., MARTINS, M.H.P. Filosofando: Introdução à Filosofia (grifar apenas o primeiro título). 2.ed. São Paulo: Moderna, 1997.
(O título da obra deve ser redigido preferencialmente em negrito)
b) Anexos (opcional)
Texto ou documento que não é elaborado pelo autor, servindo de fundamentação, comprovação e ilustração para o trabalho. Os anexos são identificados por letras maiúsculas consecutivas, travessão e pelos respectivos títulos.

Redação Oficial

REDAÇÃO OFICIAL


É todo ato normativo e toda comunicação do Poder Público. Deve caracterizar-se pela impessoalidade, uso do padrão culto de linguagem, clareza, concisão, formalidade e uniformidade.
Outros procedimentos rotineiros também fazem parte da redação de comunicações oficiais, como as formas de tratamento e de cortesia, certos clichês de redação, a estrutura dos expedientes etc.


1. PECULIARIDADES DA REDAÇÃO OFICIAL

1.1. Impessoalidade
A redação oficial deve ser isenta da interferência da individualidade. O tratamento impessoal que deve ser dado aos assuntos que constam das comunicações oficiais decorre:
a) da ausência de impressões individuais de quem comunica;
b) da impessoalidade de quem recebe a comunicação; e
c) do caráter impessoal do próprio assunto tratado.

1.2. Linguagem
O texto oficial requer o uso do padrão culto da língua. Padrão culto é aquele em que:
a) se observam as regras da gramática formal,
b) se emprega um vocabulário comum ao conjunto dos usuários do idioma.
A obrigatoriedade do uso do padrão culto na redação oficial procede do fato de que ele está acima das diferenças lexicais, morfológicas ou sintáticas regionais, dos modismos vocabulares, das idiossincrasias lingüísticas, permitindo, por essa razão, que se atinja a pretendida compreensão por todos os cidadãos.
A linguagem técnica deve ser empregada apenas em situações que a exijam.

1.3. Formalidade
As comunicações oficiais devem ser sempre formais. Não só ao correto emprego deste ou daquele pronome de tratamento, mais do que isso, a formalidade diz respeito à polidez e à civilidade.

1.4. Padronização
A clareza de digitação, o uso de papéis uniformes e a correta diagramação do texto são indispensáveis à padronização.

1.5. Concisão
A concisão é uma qualidade do texto, principalmente o do oficial. Conciso é o texto que consegue transmitir um máximo de informações com um mínimo de palavras. A concisão é, basicamente, economia lingüística. Isso não quer dizer economia de pensamento, isto é, não se devem eliminar passagens substanciais do texto no afã de reduzi-lo em tamanho. Trata-se exclusivamente de cortar palavras inúteis, redundâncias, passagens que nada acrescentem ao que já foi dito.
Deve-se perceber a hierarquia de idéias que existe em todo texto de alguma complexidade: idéias fundamentais e idéias secundárias. Essas últimas podem esclarecer o sentido daquelas, detalhá-las, exemplificá-las; mas existem também idéias secundárias que não acrescentam informação alguma ao texto, nem têm maior relação com as fundamentais, podendo, por isso, ser dispensadas.

1.6. Clareza
A clareza deve ser a qualidade básica de todo texto oficial. Claro é aquele texto que possibilita imediata compreensão pelo leitor. A clareza não é algo que se atinja por si só: ela depende estritamente das demais características da redação oficial. Para ela concorrem:
a) a impessoalidade, que evita a duplicidade de interpretações que poderia decorrer de um tratamento personalista dado ao texto;
b) o uso do padrão culto de linguagem, em princípio, de entendimento geral e por definição avesso a vocábulos de circulação restrita, como a gíria e o jargão;
c) a formalidade e a padronização, que possibilitam a imprescindível uniformidade dos textos;
d) a concisão, que faz desaparecer do texto os excessos lingüísticos que nada lhe acrescentam.
É pela correta observação dessas características que se redige com clareza. Contribuirá, ainda, a indispensável releitura de todo texto redigido. A ocorrência, em textos oficiais, de trechos obscuros e de erros gramaticais provém principalmente da falta da releitura que torna possível sua correção.
A revisão atenta exige, necessariamente, tempo. A pressa com que são elaboradas certas comunicações quase sempre compromete sua clareza. Não se deve proceder à redação de um texto que não seja seguida por sua revisão. “Não há assuntos urgentes, há assuntos atrasados”, diz a máxima. Evite-se, pois, o atraso, com sua indesejável repercussão no redigir.


1.7. Pronomes de Tratamento
Os pronomes de tratamento apresentam certas peculiaridades. Embora se refiram à segunda pessoa gramatical (à pessoa com quem se fala, ou a quem se dirige a comunicação), levam a concordância para a terceira pessoa. É que o verbo concorda com o substantivo que integra a locução e não com o pronome. “Vossa Senhoria nomeará o substituto”; “Vossa Excelência conhece o assunto”.
Da mesma forma, os pronomes possessivos referidos a pronomes de tratamento são sempre os da terceira pessoa: “Vossa Senhoria nomeará seu substituto” (e não “Vossa ... vosso...”).
O gênero gramatical dos adjetivos referidos deve coincidir com o sexo da pessoa a que se refere, e não com o substantivo que compõe a locução. “Vossa Excelência está atarefado.”, “Vossa Senhoria deve estar satisfeito.” “Vossa Excelência está atarefada”, “Vossa Senhoria deve estar satisfeita”.
O emprego dos pronomes de tratamento obedece à secular tradição. São de uso consagrado:
Vossa Excelência, para as seguintes autoridades:

a) do Poder Executivo
Presidente da República
Vice-Presidente da República
Ministros de Estado
Governadores e Vice-Governadores de Estado e do Distrito Federal
Oficiais-Generais das Forças Armadas
Embaixadores
Secretários-Executivos de Ministérios
Secretários de Estado dos Governos Estaduais
Chefe da Casa Civil da Presidência da República
Chefe do Gabinete de Segurança Institucional
Chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República
Advogado-Geral da União e o Chefe da Corregedoria-Geral da União
Prefeitos Municipais

b) do Poder Legislativo
Deputados Federais e Senadores
Ministros do Tribunal de Contas da União
Deputados Estaduais e Distritais
Conselheiros dos Tribunais de Contas Estaduais
Presidentes das Câmaras Legislativas Municipais
c) do Poder Judiciário
Ministros dos Tribunais Superiores
Membros de Tribunais
Juízes
Auditores da Justiça Militar

O vocativo a ser empregado em comunicações dirigidas aos Chefes de Poder é Excelentíssimo Senhor, seguido do cargo respectivo:
Excelentíssimo Senhor Presidente da República,
Excelentíssimo Senhor Presidente do Congresso Nacional,
Excelentíssimo Senhor Presidente do Supremo Tribunal Federal.

No envelope, o endereçamento das comunicações dirigidas às autoridades tratadas por Vossa Excelência, terá a seguinte forma:

À Sua Excelência o Senhor
Fulano de Tal
Ministro de Estado da Justiça
70064-900 – Brasília. DF

À Sua Excelência o Senhor
Senador Fulano de Tal
Senado Federal
70165-900 – Brasília. DF

À Sua Excelência o Senhor
Fulano de Tal
Juiz de Direito da 10a Vara Cível
Rua ABC, no 123
01010-000 – São Paulo. SP

Em comunicações oficiais, está abolido o uso do tratamento digníssimo (DD). A dignidade é pressuposto para que se ocupe qualquer cargo público, sendo desnecessária sua repetida evocação.

Vossa Senhoria é empregado para as demais autoridades e para particulares. O vocativo adequado é:
Senhor Fulano de Tal,

No envelope, deve constar do endereçamento:
Ao Senhor
Fulano de Tal
Rua ABC, no 123
12345-000 – Curitiba. PR

Fica dispensado o emprego do superlativo ilustríssimo para as autoridades que recebem o tratamento de Vossa Senhoria e para particulares. É suficiente o uso do pronome de tratamento Senhor.


Doutor não é forma de tratamento, e sim título acadêmico. Evite usá-lo indiscriminadamente. Como regra geral, empregue-o apenas em comunicações dirigidas a pessoas que tenham tal grau por terem defendido tese de doutorado. É costume designar por doutor os bacharéis, especialmente os bacharéis em Direito e em Medicina. Para quem não tem o título de doutor, o tratamento Senhor confere a desejada formalidade às comunicações.

Vossa Magnificência, empregada por força da tradição, em comunicações dirigidas a reitores de universidade. Corresponde-lhe o vocativo: Magnífico Reitor,

Os pronomes de tratamento para religiosos, de acordo com a hierarquia eclesiástica, são:
Vossa Santidade, em comunicações dirigidas ao Papa. O vocativo correspondente é: Santíssimo Padre,
Vossa Eminência ou Vossa Eminência Reverendíssima, em comunicações aos Cardeais.
Vossa Excelência Reverendíssima é usado em comunicações dirigidas a Arcebispos e Bispos.
Vossa Reverendíssima ou Vossa Senhoria Reverendíssima para Monsenhores, Cônegos e superiores religiosos.
Vossa Reverência é empregado para sacerdotes, clérigos e demais religiosos.


1.8. Fechos para Comunicações
O fecho das comunicações oficiais possui, além da finalidade óbvia de arrematar o texto, a de saudar o destinatário. Os quinze modelos que vinham sendo utilizados foram simplificados para somente dois fechos diferentes para todas as modalidades de comunicação oficial:
a) para autoridades superiores, inclusive o Presidente da República:
Respeitosamente,

b) para autoridades de mesma hierarquia ou de hierarquia inferior:
Atenciosamente,


1.9. Identificação do Signatário
Excluídas as comunicações assinadas pelo Presidente da República, todas as demais comunicações oficiais devem trazer o nome e o cargo da autoridade que as expede, abaixo do local de sua assinatura. A forma da identificação deve ser a seguinte:

(espaço para assinatura)
NOME
Chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República

(espaço para assinatura)
NOME
Ministro de Estado da Justiça


Para evitar equívocos, recomenda-se não deixar a assinatura em página isolada do expediente. Transfira para essa página ao menos a última frase anterior ao fecho.



2. O PADRÃO OFÍCIO

Há dois tipos de expedientes que se diferenciam antes pela finalidade do que pela forma: o ofício e o memorando. Nos dois adota-se uma diagramação única.

2.1. Partes do documento no Padrão Ofício
O ofício e o memorando devem conter as seguintes partes:

a) tipo e número do expediente, seguido da sigla do órgão que o expede :
Exemplos:
Mem. 123/2002-MF
Of. 123/2002-MME

b) local e data em que foi assinado, por extenso, com alinhamento à direita:
Exemplo:
Brasília, 15 de março de 2007.

c) assunto: resumo do teor do documento
Exemplos:
Assunto: Produtividade do órgão em 2006.
Assunto: Necessidade de aquisição de novos computadores.

d) destinatário: o nome e o cargo da pessoa a quem é dirigida a comunicação. No caso do ofício deve ser incluído também o endereço.

e) texto: nos casos em que não for de mero encaminhamento de documentos, o expediente deve conter a seguinte estrutura:

– introdução, que se confunde com o parágrafo de abertura, na qual é apresentado o assunto que motiva a comunicação. Evite o uso das formas: “Tenho a honra de”, “Tenho o prazer de”, “Cumpre-me informar que”, empregue a forma direta;

– desenvolvimento, no qual o assunto é detalhado; se o texto contiver mais de uma idéia sobre o assunto, elas devem ser tratadas em parágrafos distintos, o que confere maior clareza à exposição;

– conclusão, em que é reafirmada ou simplesmente reapresentada a posição recomendada sobre o assunto.
Os parágrafos do texto devem ser numerados, exceto nos casos em que esses estejam organizados em itens ou títulos e subtítulos.


Já quando se tratar de mero encaminhamento de documentos a estrutura é a seguinte:

– introdução: deve iniciar com referência ao expediente que solicitou o encaminhamento. Se a remessa do documento não tiver sido solicitada, deve iniciar com a informação do motivo da comunicação, que é encaminhar, indicando a seguir os dados completos do documento encaminhado (tipo, data, origem ou signatário, e assunto de que trata), e a razão pela qual está sendo encaminhado, segundo a seguinte fórmula:

“Em resposta ao Aviso nº 12, de 1º de fevereiro de 2007, encaminho, anexa, cópia do Ofício nº 34, de 3 de abril de 2007, do Departamento Geral de Administração, que trata da requisição do servidor Fulano de Tal.”
ou
“Encaminho, para exame e pronunciamento, a anexa cópia do telegrama no 12, de 10 de fevereiro de 2007, do Presidente da Confederação Nacional de Agricultura, a respeito de projeto de modernização de técnicas agrícolas na região Nordeste.”

– desenvolvimento: se o autor da comunicação desejar fazer algum comentário a respeito do documento que encaminha, poderá acrescentar parágrafos de desenvolvimento; em caso contrário, não há parágrafos de desenvolvimento em aviso ou ofício de mero encaminhamento.

f) fecho

g) assinatura do autor da comunicação; e

h) identificação do signatário


2.2. Forma de diagramação

Os documentos do Padrão Ofício devem obedecer à seguinte forma de apresentação:

a) deve ser utilizada fonte do tipo Times New Roman de corpo 12 no texto em geral, 11 nas citações, e 10 nas notas de rodapé;

b) para símbolos não existentes na fonte Times New Roman poder-se-ão utilizar as fontes Symbol e Wingdings;

c) é obrigatório constar a partir da segunda página o número da página;

d) os ofícios, memorandos e anexos poderão ser impressos em ambas as faces do papel. Neste caso, as margens esquerda e direita terão as distâncias invertidas nas páginas pares (“margem espelho”);

e) o início de cada parágrafo do texto deve ter 2,5 cm de distância da margem esquerda;

f) o campo destinado à margem lateral esquerda terá, no mínimo, 3,0 cm de largura;

g) o campo destinado à margem lateral direita terá 1,5 cm;

h) deve ser utilizado espaçamento simples entre as linhas e de 6 pontos após cada parágrafo, ou, se o editor de texto utilizado não comportar tal recurso, de uma linha em branco;

i) não deve haver abuso no uso de negrito, itálico, sublinhado, letras maiúsculas, sombreado, sombra, relevo, bordas ou qualquer outra forma de formatação que afete a elegância e a sobriedade do documento;

j) a impressão dos textos deve ser feita na cor preta em papel branco. A impressão colorida deve ser usada apenas para gráficos e ilustrações;

l) todos os tipos de documentos do Padrão Ofício devem ser impressos em papel de tamanho A-4, ou seja, 29,7 x 21,0 cm;
n) dentro do possível, todos os documentos elaborados devem ter o arquivo de texto preservado para consulta posterior ou aproveitamento de trechos para casos análogos;

o) para facilitar a localização, os nomes dos arquivos devem ser formados da seguinte maneira: tipo do documento + número do documento + palavras-chave do conteúdo
Ex.: “Of. 123 - relatório produtividade ano 2006”


2.3. Ofício

Definição e Finalidade
Ofício é a comunicação que é expedida exclusivamente para tratar assuntos oficiais entre órgãos da Administração Pública ou a particulares.

Forma e Estrutura
Quanto à sua forma, o ofício segue o modelo do padrão ofício, com acréscimo do vocativo, que invoca o destinatário, seguido de vírgula.
Exemplos:
Excelentíssimo Senhor Presidente da República
Senhora Ministra
Senhor Chefe de Gabinete
Devem constar do cabeçalho ou do rodapé do ofício as seguintes informações do remetente:
– nome do órgão ou setor;
– endereço postal;
– telefone e endereço de correio eletrônico.

2.4. Memorando

Definição e Finalidade
O memorando é a modalidade de comunicação entre unidades administrativas de um mesmo órgão, que podem estar hierarquicamente em mesmo nível ou em níveis diferentes. Trata-se, portanto, de uma forma de comunicação eminentemente interna.
Sua característica principal é a agilidade. A tramitação do memorando em qualquer órgão deve pautar-se pela rapidez e pela simplicidade de procedimentos burocráticos. Para evitar desnecessário aumento do número de comunicações, os despachos ao memorando devem ser dados no próprio documento e, no caso de falta de espaço, em folha de continuação.

Forma e Estrutura
Quanto à sua forma, o memorando segue o modelo do padrão ofício, com a diferença de que o seu destinatário deve ser mencionado pelo cargo que ocupa.
Exemplos:
Ao Sr. Chefe do Departamento de Administração
Ao Sr. Subchefe para Assuntos Jurídicos

2.5. Correio Eletrônico

Definição e finalidade
O correio eletrônico (“e-mail”), por seu baixo custo e celeridade, transformou-se na principal forma de comunicação para transmissão de documentos.

Forma e Estrutura
Um dos atrativos de comunicação por correio eletrônico é sua flexibilidade. Assim, não interessa definir forma rígida para sua estrutura. Entretanto, deve-se evitar o uso de linguagem incompatível com uma comunicação oficial.

O campo assunto do formulário de correio eletrônico deve ser preenchido de modo a facilitar a organização documental tanto do destinatário quanto do remetente.

A mensagem que encaminha algum arquivo deve trazer informações mínimas sobre seu conteúdo.

Sempre que disponível, deve-se utilizar recurso de confirmação de leitura. Caso não seja disponível, deve constar pedido de confirmação de recebimento.

Valor documental
Nos termos da legislação em vigor, para que a mensagem de correio eletrônico tenha valor documental, isto é, para que possa ser aceita como documento original, é necessário existir certificação digital que ateste a identidade do remetente, na forma estabelecida em lei.



3. DIFICULDADES DA NORMA CULTA


3.1. Ortografia

A correção da grafia é requisito elementar de qualquer texto, e ainda mais importante quando se trata de textos oficiais. Muitas vezes, uma simples troca de letras pode alterar não só o sentido da palavra, mas de toda uma frase.
Com relação aos erros de grafia, pode-se dizer que são de dois tipos: os que decorrem do emprego inadequado de determinada letra por desconhecimento de como escrever uma palavra, e aqueles causados por lapso de digitação.
Assim, toda revisão que se faça em determinado documento ou expediente deve sempre levar em conta a correta escrita.

Errado: Ele trabalhou como adido de embaixada.
Certo: Ele trabalhou como adido à embaixada.

Errado: Ele vai torcer para o clube do irmão.
Certo: Ele vai torcer pelo clube do irmão.

Errado: Vultuosa quantia foi gasta na campanha daquele vereador.
Certo: Vultosa quantia foi gasta na campanha daquele vereador.

Errado: A estadia do deputado no Rio de Janeiro será breve.
Certo: A estada do deputado no Rio de Janeiro será breve.

Errado: Se eu ver o deputado, falarei com ele.
Certo: Se eu vir o deputado, falarei com ele.

Errado: Quero falar consigo.
Certo: Quero falar com você/com o senhor.


Errado: Este texto foi desclassificado porque está inteligível.
Certo: Este texto foi desclassificado porque está ininteligível.

Errado: Não tenho qualquer vínculo com meus ex-chefes.
Certo: Não tenho nenhum vínculo com meus ex-chefes.

Errado: Ao meu ver, essas crianças precisam de mais carinho e amor.
Certo: A meu ver, essas crianças precisam de mais carinho e amor.

Errado: Ele passou muito rápido e desapercebido por todos nós.
Certo: Ele passou muito rápido e despercebido por todos nós.

Errado: Por que você não troca seu candidato? Ao invés de votar em Mário, vote em Valter.
Certo: Por que você não troca seu candidato? Em vez de votar em Mário, vote em Valter.

Errado: Os que desejarem maiores informações deverão se encaminhar à sala da coordenação.
Certo: Os que desejarem melhores / mais informações deverão se encaminhar à sala da coordenação.

Errado: Pediu-me que o ajudasse a descriminar as despesas.
Certo: Pediu-me que o ajudasse a discriminar as despesas.


3.2. SINTAXE

É a parte da Gramática que estuda a palavra em relação às outras, que com ela se unem para exprimir o pensamento. É a parte mais importante da Gramática, porque contribui de modo fundamental para a clareza da exposição e para a ordenação do pensamento.
Os problemas mais freqüentemente encontrados na construção de frases dizem respeito à má pontuação, à ambigüidade da idéia expressa, à elaboração de falsos paralelismos, erros de comparação etc. Decorrem, em geral, do desconhecimento da ordem das palavras na frase. A seguir, citam-se alguns desses deslizes muito recorrentes na construção de frases, registrados em documentos oficiais.


3.2.1. Problemas com o Sujeito
O sujeito é o ser de quem se fala ou que executa a ação enunciada na oração. Ele pode ter complemento, mas não ser complemento. Devem ser evitadas, portanto, construções como:
Errado: É tempo do Congresso votar a emenda.
Certo: É tempo de o Congresso votar a emenda.

Errado: Apesar das relações entre os países estarem cortadas, (...).
Certo: Apesar de as relações entre os países estarem cortadas, (...).

Errado: Não vejo mal no Governo proceder assim.
Certo: Não vejo mal em o Governo proceder assim.

Errado: Antes destes requisitos serem cumpridos, (...).
Certo: Antes de estes requisitos serem cumpridos, (...).

Errado: Apesar da Assessoria ter informado em tempo, (...).
Certo: Apesar de a Assessoria ter informado em tempo, (...).


3.2.2. Frases Fragmentadas
A fragmentação de frases “consiste em pontuar uma oração subordinada ou uma simples locução como se fosse uma frase completa”. Embora seja usada como recurso estilístico na literatura, a fragmentação de frases devem ser evitada nos textos oficiais, pois muitas vezes dificulta a compreensão. Ex.:

Errado: O programa recebeu a aprovação do Congresso Nacional. Depois de ser longamente debatido.
Certo: O programa recebeu a aprovação do Congresso Nacional, depois de ser longamente debatido.
Certo: Depois de ser longamente debatido, o programa recebeu a aprovação do Congresso Nacional.

Errado: O projeto de Convenção foi oportunamente submetido ao Presidente da República, que o aprovou. Consultadas as áreas envolvidas na elaboração do texto legal.
Certo: O projeto de Convenção foi oportunamente submetido ao Presidente da República, que o aprovou, consultadas as áreas envolvidas na elaboração do texto legal.




3.2.3. Erros de Paralelismo
Uma das convenções estabelecidas na linguagem escrita “consiste em apresentar idéias similares numa forma gramatical idêntica”, o que se chama de paralelismo. Assim, incorre-se em erro ao conferir forma não paralela a elementos paralelos.

Errado: Pelo aviso circular recomendou-se aos Ministérios economizar energia e que elaborassem planos de redução de despesas.
Certo: Pelo aviso circular, recomendou-se aos Ministérios que economizassem energia e (que) elaborassem planos para redução de despesas.
Certo: Pelo aviso circular, recomendou-se aos Ministérios economizar energia e elaborar planos para redução de despesas.

Errado: No discurso de posse, mostrou determinação, não ser inseguro, inteligência e ter ambição.
Certo: No discurso de posse, mostrou determinação, segurança, inteligência e ambição.
Certo: No discurso de posse, mostrou ser determinado e seguro, ter inteligência e ambição.

Errado: O Presidente visitou Paris, Bonn, Roma e o Papa.
Certo: O Presidente visitou Paris, Bonn e Roma. Nesta última capital, encontrou-se com o Papa.

Errado: O projeto tem mais de cem páginas e muita complexidade.
Certo: O projeto tem mais de cem páginas e é muito complexo.
Certo: O projeto é muito extenso e complexo.

Errado: Ou Vossa Senhoria apresenta o projeto, ou uma alternativa.
Certo: Vossa Senhoria ou apresenta o projeto, ou propõe uma alternativa.

Errado: O interventor não só tem obrigação de apurar a fraude como também a de punir os culpados.
Certo: O interventor tem obrigação não só de apurar a fraude, como também de punir os culpados.

Errado: O novo procurador é jurista renomado, e que tem sólida formação acadêmica.
Certo: O novo procurador é jurista renomado e tem sólida formação acadêmica.
Certo: O novo procurador é jurista renomado, que tem sólida formação acadêmica.


3.2.4. Erros de Comparação
A omissão de certos termos, ao se fazer a comparação – omissão própria da língua falada – deve ser evitada na língua escrita, pois compromete a clareza do texto: nem sempre é possível identificar, pelo contexto, qual o termo omitido.

Errado: O salário de um professor é mais baixo do que um médico.
Certo: O salário de um professor é mais baixo do que o salário de um médico.
Certo: O salário de um professor é mais baixo do que o de um médico.

Errado: O alcance do Decreto é diferente da Portaria.
Certo: O alcance do Decreto é diferente do alcance da Portaria.
Certo: O alcance do Decreto é diferente do da Portaria.

Errado: O Ministério da Educação dispõe de mais verbas do que os Ministérios do Governo.
Certo: O Ministério da Educação dispõe de mais verbas do que os outros Ministérios do Governo.
Certo: O Ministério da Educação dispõe de mais verbas do que os demais Ministérios do Governo.


3.2.5. Ambigüidade
Ambígua é a frase ou oração que pode ser tomada em mais de um sentido. Como a clareza é requisito básico de todo texto oficial, deve-se atentar para as construções que possam gerar equívocos de compreensão.

Ambíguo: O Ministro comunicou a seu secretariado que ele seria exonerado.
Claro: O Ministro comunicou exoneração dele a seu secretariado.
Claro: O Ministro comunicou a seu secretariado a exoneração desse.

Ambíguo: O Deputado saudou o Presidente da República, em seu discurso, e solicitou sua intervenção no seu Estado, mas isso não o surpreendeu.
Claro: Em seu discurso o Deputado saudou o Presidente da República. No pronunciamento, solicitou a intervenção federal em seu Estado, o que não surpreendeu o Presidente da República.

Ambíguo: Roubaram a mesa do gabinete em que eu costumava trabalhar.
Claro: Roubaram a mesa do gabinete no qual eu costumava trabalhar.
Claro: Roubaram a mesa do gabinete na qual eu costumava trabalhar.

Ambíguo: Sendo indisciplinado, o Chefe admoestou o funcionário.
Claro: O Chefe admoestou o funcionário por ser esse indisciplinado.


3.2.6. Concordância
A concordância é o processo sintático segundo o qual certas palavras se acomodam, na sua forma, às palavras de que dependem.

Errado: Se houverem dúvidas favor perguntar.
Certo: Se houver dúvidas favor perguntar.

Errado: Já fazem dez dias que esta Casa Legislativa encontra-se em recesso.
Certo: Já faz dez dias que esta Casa Legislativa encontra-se em recesso.

Errado: Fazem cinco meses que a PF iniciou a apuração de irregularidades.
Certo: Faz cinco meses que a PF iniciou a apuração de irregularidades.

Errado: Vão fazer cinco anos que ingressei no Serviço Público.
Certo: Vai fazer cinco anos que ingressei no Serviço Público.

Errado: Depois das últimas chuvas, podem haver centenas de desabrigados.
Certo: Depois das últimas chuvas, pode haver centenas de desabrigados.

Errado: Devem haver soluções urgentes para estes problemas.
Certo: Deve haver soluções urgentes para estes problemas.

Errado: Aconteceu, naquela época, fatos terríveis.
Certo: Aconteceram, naquela época, fatos terríveis.

Errado: Vossas Excelências apoiastes a decisão.
Certo: Vossas Excelências apoiaram a decisão.

Errado: Ainda não chegou os documentos comprobatórios.
Certo: Ainda não chegaram os documentos comprobatórios.

Errado: Podemos passar-lhe bastante informações sobre o caso.
Certo: Podemos passar-lhe bastantes informações sobre o caso.

Errado: Se houver dificuldades, qualquer que sejam, avise-nos.
Certo: Se houver dificuldades, quaisquer que sejam, avise-nos.

Errado: Obedeceram-se aos severos regulamentos.
Certo: Obedeceu-se aos severos regulamentos.

Errado: Tratavam-se de questões fundamentais.
Certo: Tratava-se de questões fundamentais.

Errado: Discutiu-se na semana passada os acordos que têm de ser assinados nos próximos dias.
Certo: Discutiram-se na semana passada os acordos que têm de ser assinados nos próximos dias.


3.2.7. Pontuação
Os sinais de pontuação, ligados à estrutura sintática, têm as seguintes finalidades:
a) assinalar as pausas e as inflexões da voz (a entoação) na leitura;
b) separar palavras, expressões e orações que, segundo o autor, devem merecer destaque;
c) esclarecer o sentido da frase, eliminando ambigüidades.


No clube que freqüentamos, há um mês houve um incêndio.
No clube que freqüentamos há um mês, houve um incêndio.

O carro estava percorrendo a estrada solitária, à noite.
O carro estava percorrendo a estrada, solitária à noite.

Ele foi criticado, quando lutava pelos amigos.
Ele foi criticado, quando lutava, pelos amigos.

A frase a seguir pode ter seu sentido alterado apenas com a colocação da vírgula.

“Se o homem soubesse o valor que tem a mulher andaria se rastejando à sua procura.”

Constitui erro crasso usar a vírgula entre termos que mantêm entre si estreita ligação sintática – p. ex., entre sujeito e verbo, entre verbos ou nomes e seus complementos.

Errado: O Presidente da República, indicou, sua posição no assunto.
Certo: O Presidente da República indicou sua posição no assunto.

Errado: O deputado assistiu, ao pronunciamento do Presidente, em Fortaleza.
Certo: O deputado assistiu ao pronunciamento do Presidente em Fortaleza.



3.2.8. SEMÂNTICA

A semântica estuda o sentido das palavras, expressões, frases e unidades maiores da comunicação verbal, os significados que lhe são atribuídos.
Deve-se verificar sempre o contexto em que as palavras estão sendo utilizadas e procurar sinônimos, ou termos mais precisos para as palavras repetidas.
A redação oficial não pode alhear-se às transformações lingüísticas – produto da dinâmica social – nem incorporá-las acriticamente. As novidades vocabulares devem sempre ser usadas com critério, evitando-se aquelas que podem ser substituídas por vocábulos já de uso consolidado sem prejuízo do sentido que se lhes quer dar.
Não se concebe que, em nome de suposto purismo, a linguagem das comunicações oficiais fique imune a empréstimos de outras línguas. O importante é usar o estrangeirismo de forma consciente, buscar o equivalente português quando houver, ou conformar a palavra estrangeira ao espírito da língua portuguesa.


Expressões a Evitar e Expressões de
Uso Recomendável

A linguagem dos textos oficiais deve sempre pautar-se pelo padrão culto formal da língua. Não é aceitável, portanto, que desses textos constem coloquialismos ou expressões de uso restrito a determinados grupos, que comprometeriam sua própria compreensão pelo público.
Quanto a determinadas expressões que devem ser evitadas, mencionem-se aquelas que formam cacófatos, ou seja, “o encontro de sílabas em que a malícia descobre um novo termo com sentido torpe ou ridículo”.
A seguir há uma lista de expressões cujo uso ou repetição deve ser evitado, indicando com que sentido devem ser empregadas e sugerindo alternativas vocabulares a palavras que costumam constar com excesso dos expedientes oficiais.

à medida que / na medida em que
À medida que (locução proporcional) – à proporção que, ao passo que, conforme: Os preços deveriam diminuir à medida que diminui a procura.
Na medida em que (locução causal) – pelo fato de que, uma vez que: Na medida em que se esgotaram as possibilidades de negociação, o projeto foi integralmente vetado.
Evite os cruzamentos – bisonhos, canhestros – *à medida em que, *na medida que...

a partir de
A partir de deve ser empregado preferencialmente no sentido temporal: A cobrança do imposto entra em vigor a partir do início do próximo ano.
Evite repeti-la com o sentido de ‘com base em’, preferindo considerando, tomando-se por base, fundando-se em, baseando-se em.

assim
Use após a apresentação de alguma situação ou proposta para ligá-la à idéia seguinte. Alterne com: dessa forma, desse modo, diante do exposto, diante disso, conseqüentemente, portanto, por conseguinte, assim sendo, em conseqüência, em vista disso, em face disso.

através de / por intermédio de
Através de quer dizer de lado a lado, por entre: A viagem incluía deslocamentos através de boa parte da floresta.
Evite o emprego com o sentido de meio ou instrumento; nesse caso empregue por intermédio, por, mediante, por meio de, segundo, servindo-se de, valendo-se de:
O projeto foi apresentado por intermédio do Departamento.
O assunto deve ser regulado por meio de decreto.
A comissão foi criada mediante portaria do Ministro de Estado.

bem como
Evite repetir; alterne com e, como (também), igualmente, da mesma forma. Evite o uso, polêmico para certos autores, da locução bem assim como equivalente.

causar
Evite repetir. Use também originar, motivar, provocar, produzir, gerar, levar a, criar.

constatar
Evite repetir. Alterne com atestar, apurar, averiguar, certificar-se, comprovar, evidenciar, observar, notar, perceber, registrar, verificar.

dado / visto / haja vista
Os particípios dado e visto têm valor passivo e concordam em gênero e número com o substantivo a que se referem:
Dados o interesse e o esforço demonstrados, optou-se pela permanência do servidor em sua função.
Dadas as circunstâncias...
Vistas as provas apresentadas, não houve mais hesitação no encaminhamento do inquérito.
Já a expressão haja vista, com o sentido de uma vez que ou seja considerado, veja-se, é invariável:
O servidor tem qualidades, haja vista o interesse e o esforço demonstrados.

de forma que, de modo que/de forma a, de modo a
De forma (ou maneira, modo) que nas orações desenvolvidas: Deu amplas explicações, de forma que tudo ficou claro.
De forma (maneira ou modo) a nas orações reduzidas de infinitivo: Deu amplas explicações, de forma (maneira ou modo) a deixar tudo claro. São descabidas na língua escrita as pluralizações orais vulgares *de formas (maneiras ou modos) que...

detalhar
Evite repetir; alterne com particularizar, pormenorizar, delinear, minudenciar.

devido a
Evite repetir; utilize igualmente em virtude de, por causa de, em razão de, graças a, provocado por.


dirigir
Quando empregado com o sentido de encaminhar, alterne com transmitir, mandar, encaminhar, remeter, enviar, endereçar.

em face de
Sempre que a expressão em face de equivaler a diante de, é preferível a regência com a preposição de; evite, portanto, face a, frente a.

enquanto
Conjunção proporcional equivalente a ao passo que, à medida que. Evitar a construção coloquial enquanto que.

especialmente
Use também principalmente, mormente, notadamente, sobretudo, nomeadamente, em especial, em particular.


inclusive
Advérbio que indica inclusão; opõe-se a exclusive. Evite-se o seu abuso com o sentido de ‘até’; nesse caso utilize o próprio até ou ainda, igualmente, mesmo, também, ademais.

informar
Alterne com comunicar, avisar, noticiar, participar, inteirar, cientificar, instruir, confirmar, levar ao conhecimento, dar conhecimento; ou perguntar, interrogar, inquirir, indagar.

no sentido de
Empregue também com vistas a, a fim de, com o fito (objetivo, intuito, fim) de, com a finalidade de, tendo em vista ou mira, tendo por fim.

onde
Como pronome relativo significa em que (lugar): A cidade onde nasceu. O país onde viveu. Evite, pois, construções como “a lei onde é fixada a pena” ou “o encontro onde o assunto foi tratado”.
Nesses casos, substitua onde por em que, na qual, no qual, nas quais, nos quais.
O correto é, portanto: a lei na qual é fixada a pena, o encontro no qual (em que) o assunto foi tratado.

operacionalizar
Neologismo verbal de que se tem abusado. Prefira realizar, fazer, executar, levar a cabo ou a efeito, praticar, cumprir, desempenhar, produzir, efetuar, construir, compor, estabelecer.

posição / posicionamento
Posição pode ser alterado com postura, ponto de vista, atitude, maneira, modo. Posicionamento significa ‘disposição, arranjo’, e não deve ser confundido com posição.

relativo a
Empregue também referente a, concernente a, tocante a, atinente a, pertencente a, que diz respeito a, que trata de, que respeita.

ressaltar
Varie com destacar, sublinhar, salientar, relevar, distinguir, sobressair.

tratar (de)
Empregue também contemplar, discutir, debater, discorrer, cuidar, versar, referir-se, ocupar-se de.

Artigo de Opinião

É comum encontrarmos circulando no rádio, na TV, nas revistas, nos jornais, temas polêmicos que exigem uma posição por parte dos ouvintes, espectadores e leitores, por isso o autor geralmente apresenta seu ponto de vista sobre o tema em questão através do artigo de opinião. É importante estar preparado para produzir este tipo de texto, pois em algum momento e/ou circunstância poderá surgir oportunidades ou necessidades de expor idéias pessoais através da escrita. Nos gêneros argumentativos em geral, o autor tem a intenção de convencer seus interlocutores e para isso precisa apresentar bons argumentos, que consistem em verdades e opiniões. O artigo de opinião é fundamentado em impressões pessoais do autor do texto e, por isso, são fáceis de contestar. A partir da leitura de diferentes textos, o escritor poderá conhecer vários pontos de vista sobre um determinado assunto. Para produzir um bom artigo de opinião é aconselhável seguir algumas orientações. Observe: a) Após a leitura de vários pontos de vista, anote num papel os argumentos que achou melhor, eles podem ser úteis para fundamentar o ponto de vista que você irá desenvolver. b) Ao compor seu texto, leve em consideração o interlocutor: quem irá ler sua produção. A linguagem deve ser adequada ao gênero e ao perfil do público leitor. c) Escolha os argumentos, entre os que anotou, que podem fundamentar a idéia principal do texto de modo mais consciente e desenvolva-os. d) Pense num enunciado capaz de expressar a idéia principal que pretende defender. e) Pense na melhor forma possível de concluir seu texto: retome o que foi exposto, ou confirme a idéia principal, ou faça uma citação de algum escritor ou alguém importante na área relativa ao tema debatido. f) Crie um título que desperte o interesse e a curiosidade do leitor. g) Formate seu texto em colunas e coloque entre elas uma chamada (um importante e pequeno trecho do seu texto) h) Após o término, releia seu texto observando se nele você se posiciona claramente sobre o tema; se a idéia é fundamentada em argumentos fortes e se estão bem desenvolvidos; se a linguagem está adequada ao gênero; se o texto apresenta título e se é convidativo e por fim observe se o texto como um todo é persuasivo. Reescreva-o se necessário.
Por Marina CabralEspecialista em Língua Portuguesa e Literatura Equipe Brasil Escola
Redação - Brasil Escola

Paródia e Paráfrase - Prof. Hélio Consolaro

Paródia e paráfrase
Marina Ferreira / Tânia Pellegrini *
TEXTO 1
Índia
Índia, seus cabelos nos ombros caídos,
Negros como a noite que não tem luar;
Seus lábios de rosa para mim sorrindo
E a doce meiguice desse seu olhar
Índia da pele morena,
Sua boca pequena
Eu quero beijar.
Índia, sangue tupi,
Tem o cheiro da flor
Vem, que eu quero lhe dar
Todo meu grande amor.
Quando eu for embora para bem distante,
E chegar a hora de dizer-lhe adeus,
Fica nos meus braços só mais um instante,
Deixa os meus lábios se unirem aos seus.
Índia, levarei saudade
Da felicidade
Que você me deu.
Índia, a sua imagem,
Sempre comigo vai;
Dentro do meu coração,
flor do meu Paraguai!
(J. A. Flores, M. O. Guerrero e José Fortuna. Sucessos inesquecíveis de Cascatinha e Inhana. Phonodisc, 1987.)

TEXTO 2
Além, muito além daquela serra, que ainda azula no horizonte, nasceu Iracema.
Iracema, a virgem dos lábios de mel, que tinha os cabelos mais negros que a asa da graúna, e mais longos que seu talhe de palmeira.
O favo da jati não era doce como seu sorriso; nem a baunilha recendia no bosque como seu hálito perfumado.
Mais rápida que a ema selvagem, a morena virgem corria o sertão e as matas do Ipu, onde campeava sua guerreira tribo, da grande nação tabajara. O pé grácil e nu, mal roçando, alisava apenas a verde pelúcia que vestia a terra com as primeiras águas.
Um dia, ao pino do sol, ela repousava em um claro da floresta. 1...]
Rumor suspeito quebra a harmonia da sesta. Ergue a virgem os olhos, que o sol não deslumbra; sua vista perturba-se.
Diante dela e todo a contemplá-la, está um guerreiro estranho, se é guerreiro e não algum mau espírito da floresta. Tem nas faces o branco das areias que bordam o mar; nos olhos o azul triste das águas profundas. Ignotas armas e tecidos ignotos cobrem-lhe o corpo.
(José de Alencar. Iracema. São Paulo: Moderna, 1984. p. 11-2.)
TEXTO 3
A índia e o traficante
Noite malandra, um luar de espelho,
No meio da terra a índia colhe o brilho,
Som de suor, cheirada musical,
Palmeira que se verga em meio ao vendaval.
Sentia macia floresta,
Bolívia, montanha, seresta...
Índia “guajira” já colheu sua noite
Volta para a tribo meio injuriada,
Uma figueira numa encruzilhada
Felina, um olho de paixão danada,
Era Leão, famoso traficante,
Um outdoor, bandido elegante,
Que a levou para um apart-hotel
Que tem em Cuiabá.
Índia, na estrada, largou a tribo
Comprou um vestido, aprendeu a atirar,
Índia virada, alucinada pelo cara-pálida do Pantanal,
Índia “guajira” e o traficante
Loucos de amor, trocavam o seu mel,
Era um amor tipo 45,
E tiroteios rasgando vestidos,
Em quartos de motel.
Explode o amor, adiós para o pudor,
“Guajira” e o traficante passam a escancarar,
Rolam papéis, nos bares, nos bordéis,
Os dois de Bonnie and Clyde, assunto dos cordéis,
Maíra, pivete, amazônia,
Esqueceu Tupã, a sem-vergonha...
Dentro de um “Cessna”, bebendo “champagne”
Leão e seu bando a fazem sua chefona
Índia fichada, retrata falada,
A loto esperada pelos federais,
Mas ela gosta de fotografia
E vira capa dos jornais do dia,
Enquanto espera uma tonelada da pura alegria.
Índia, sujeira, foi dedurada
Por um sertanista que era amigo seu,
Índia traída — “mim tô passada” —
Ela lamentava num mau português.
A Índia, deu um ganho, num Landau negro,
Chapa oficial, que era da Funai,
Passou batido pela fronteira,
Uma rajada de metralhadora...
Morta no Paraguai!
(Eduardo Dusek e Luiz Carlos Góes. LP Dusek na sua. PolyGram, 1986.)
PARÁFRASE
Do grego para-phrasis (repetição de uma sentença), a paráfrase imita o original, in­clusive em extensão. Assim, parafrasear um texto é repeti-lo com outras palavras, mas sem alterar suas idéias.
Para produzir uma paráfrase, portanto, é preciso seguir as idéias do texto original, reproduzindo-as de outra maneira, mesmo que de forma resumida. O texto 1 (Índia) é
uma paráfrase do texto 2, de José de Alencar, produzido anteriormente àquele (no sécu­lo XIX), uma vez que repete a história de amor de uma índia meiga, bela e pura, compa­rando suas características físicas aos elementos da natureza. A diferença está na lingua­gem empregada — menos elaborada, na canção — e no foco narrativo (1ª e 3ª pessoas, respectivamente). Mantém-se, além da veneração pela mulher indígena, o amor poético daquele que vem de fora e lhe rouba o coração, partindo em seguida.
PARÓDIA
A paródia é uma recriação de caráter contestador: ela mantém algo da significação do texto primeiro, mas constrói todo um percurso de desvio em relação a ele, numa espé­cie de insubordinação crítica que incomoda.
Assim se comporta o texto 3, de Eduardo Dusek e Luiz Carlos Góes, que retoma o velho tema romântico do amor pela índia, interpretando-o às avessas: não há nenhum romantismo ou beleza, não há mais tribo, e Tupã foi esquecido. Nesse exercício há algo de novo, de desafiador. Com todas as inversões efetuadas, ocorre um desmonte das idealizações tão difundidas pela literatura do século XIX, dando lugar a uma situação presente bem afastada do nacionalismo romântico (outdoor, apart-hotel, champagne, avião, droga e submundo). Nesse parodiar, mantém-se o romance com o estrangeiro, no caso um traficante, e, em vez do abandono da índia, como na história original, ocorre seu assassi­nato. A referência ao filme Bonnie and Clyde (casal de assaltantes famoso na década de 1930 nos Estados Unidos), entre outras coisas, realça a realidade contemporânea, tão dominada pela cultura americana, e torna ainda mais distantes as raízes nacionais que Iracema representa.
* Redação - Palavra e Arte, Marina Ferreira e Tânia Pellegrini, São Paulo, Atual Editora, 1999 .

Gêneros e tipologia textuais

Tipos textuais
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
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Em linguística, tipos textuais refere-se à estrutura composicional dos textos. Hoje, admite-se cinto tipos texuais, a saber: narração, argumentação, exposição, descrição e injunção.
A narração está presente quando o texto fornece informações sobre o tempo e espaço do fato narrado. Além disso, é comum aparecerem nomes de pesonagens e um "clímax" em determinado momento. Há, portanto, o desenvolvimento da história, um momento de tensão, e a volta à estabilidade. Um exemplo clássico de narrativa são os contos de fada.
A argumetação está presente quando um determinado ponto de vista é defendido em um texto. São os chamados textos dissertativos.
A exposição, como o próprio nome indica, ocorre em textos que se limitam a apresentar uma determinada situação.
Nos textos descritivos existe a riqueza de detalhes e a constante presença de adjetivos. A descrição é muito recorrente em diversos gêneros texuais.
Os textos injutivos, por sua vez, são aqueles que indicam procedimentos a serem realizados. Nesses textos, as frases, geralmente, são no modo imperativo. Bons exemplos desse tipo de texto são as receitas e os manuais de instrução.
É muito importante não confundir tipo textual com gênero textual. Os tipos, como foi dito, aparecem em número limitado. Já os gêneros textuais são praticamente infinitos, visto que são textos orais e escritos produzidos por falantes de uma língua em um determinado momento histórico. O gêneros texuais, portanto, são diretamente ligados às práticas sociais. Alguns exemplos de gêneros textuais são carta, bilhete, aula, conferência, e-mail, artigos, entrevistas, discurso etc.
Assim, um tipo textual pode aparecer em qualquer gênero textual,da mesma forma que um único gênero pode conter mais de um tipo textual. Uma carta, por exemplo, pode ter passagens narrativas, descritivas, injuntivas e assim por diante.






Gêneros de textos
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
(Redirecionado de Gênero textual)
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Gênero de texto refere-se às diferentes formas de expressão textual. Nos estudos da Literatura, temos, por exemplo, poesia, crônicas, contos, prosa, etc.
Para a Linguística, os gêneros textuais englobam estes e todos os textos produzidos por usuários de uma língua. Assim, ao lado da crônica , do conto, vamos também identificar a carta pessoal, a conversa telefônica, o email, e tantos outros exemplares de gêneros que circulam en nossa sociedade.
Quanto a forma ou estrutra das sequências linguísticas encontradas em cada texto, podemos classificá-los dentro dos tipos textuais partir de suas estruturas e estilos composicionais.

segunda-feira, 23 de março de 2009

Texto

COMO DEFINIR TEXTOTexto é uma unidade lingüística concreta, percebida pela audição ( na fala) pela visão ( na escrita), que tem unidade de sentido e intencionalidade comunicativa.Discurso: é a atividade comunicativa capaz de gerar sentido desenvolvida entre interlocutores. Além dos enunciados verbais, engloba outros elementos do processo comunicativo que também participam da construção do sentido do texto.Um texto pode ser visual?Um texto pode ser formado apenas pela linguagem verbal ( por exemplo, um poema, um romance), apenas pela linguagem visual ( um desenho, uma pintura), como também pelas linguagens verbal e visual ( uma história em quadrinhos, um filme).Quando há o emprego dos dois tipos de linguagem, o sentido global do texto só se faz com o cruzamento das duas linguagens.TEXTUALIDADE : são as relações existentes entre palavras, frases e idéias, isto é, quando se forma um todo significativo, e não um aglomerado de palavras e frases desconexas. A coesão e a coerência contribuem para formar a textualidade.Coesão textual: são articulações gramaticais existentes entre palavra, orações, frases, parágrafos e partes maiores que garantam sua conexão seqüencial.Coerência textual: é o resultado da articulação das idéias de um texto; é a estruturação lógico-semântica que faz com que numa situação discursiva palavras e frases componham um todo significativo.Pode haver coerência sem coesão?Sim, há textos que se organizam por justaposição ou com elipses e, mesmo assim, podem ser considerados textos por seus leitores/ouvintes, pois constituem uma unidade de sentido.Um exemplo clássico de nossa música popular é a canção “ Águas de março, de Tom Jobim, que se constrói pela justaposição:É pau, é pedraÉ o fim do caminhoÉ um resto de tocoÉ um pouco sozinhoÉ um caco de vidroÉ a vida, é o solIntertextualidade: é a relação entre dois textos em que um cita o outro.Paródia: é um tipo de relação intertextual em que um dos textos cita o outro com o objetivo de fazer-lhe uma crítica ou inverter ou distorcer suas idéias.Ex.: Meus oito anos“Oh! Que saudades que eu tenhoDa aurora da minha vida,Da minha infância queridaQue os anos não trazem maisQue amor, que sonhos, que floresNaquelas tardes fagueirasÀ sombra das bananeiras,Debaixo dos laranjais!(Casimiro de Abreu)( Casimiro de Abreu)Meus oito anosOh que saudades que eu tenhoDa aurora de minha vidaDe minha infância queridaQue os anos não trazem maisNaquele quintal de terraDa rua de Santo AntônioDebaixo da bananeiraSem nenhum laranjais” (...)(Oswald de Andrade)Paráfrase: é um tipo de relação intertextual conservando as idéias originais.Alguns gêneros textuais1- O POEMA é, assim, um gênero textual que se constrói não apenas com idéias e sentimentos, mas também por meio do emprego do verso e seus recursos musicais - a sonoridade e o ritmo das palavras -, da função poética da linguagem e de palavras com sentido conotativo.*O QUE É POESIATalvez ninguém consiga dar uma resposta definitiva a essa pergunta. Entretanto, a poesia está em toda a parte: nas canções de ninar, nas cantigas de roda, nos trava-línguas, nas parlendas, nos provérbios, nas quadrinhas populares, nas propagandas, nas letras de música, nos livros...O conceito de poesia varia de acordo com a época, o movimento literário e vária também entre os escritores.O poeta francês Mallarmé, por exemplo, definiu poesia como a “suprema forma da beleza”. Para o americano Edgar Allan Poe, é a “criação rítmica da beleza”. Cassiano Ricardo diz: “Pouco importa, contudo, definir o que seja poesia. O que importa, literariamente, é que ela encontre o seu núcleo no poema, feito e trabalhado precisamente para consegui-la. Ela é indefinível, porém definidora”· O poeta Carlos Drummond de Andrade, em uma de suas crônicas, afirma que “Entre coisas e palavras – principalmente com palavras circulamos”.· As palavras, entretanto, não circulam entre nós como folhas soltas no ar. Elas são organizadas em textos, por meio dos quais podem criar significados capazes de transmitir sentimentos, idéias, desejos, emoções e pensamentos.· Muitas delas se combinam de tal forma que evidenciam terem sido selecionadas com a finalidade de compor imagens, sugerir formas, cores, odores, sons, permitir múltiplas leituras e interpretações. Isso é o que observamos quando lemos, ouvimos ou vemos um poema, uma forma de composição que se destaca também por uma espécie de melodia e de ritmo que emanam do modo como as palavras são arranjadas.2_ TEXTO TEATRAL : normalmente dispensa o narrador, contém os elementos básicos da narrativa: fatos, personagens, tempo e lugar, apresenta discurso direto como estrutura básica de construção do texto e desenvolvimento das ações; identifica o nome da personagem antes de sua fala, apresenta rubricas de interpretação e de movimento, o nível de linguagem é adequado à personagem e ao contexto, às vezes, apresenta divisão em atos. Exemplo : Fragmento do Auto da Compadecida “(João Grilo) Ah! Pancadinhas benditas! Oi, está tremendo? Que vergonha, tão corajoso antes, tão covarde! Que agitação é essa?(Encourado) Quem está agitado? É somente uma questão de inimizade. Tenho o direito de me sentir mal com aquilo que me desagrada.”3- O RELATOa. Narra um episódio marcante da vida pessoal;b. Há predomínio do tempo passado;c. Apresenta os elementos básicos da narrativa: seqüência de fatos, personagens, tempo e espaço;d. O narrador é o protagonista;e. Verbos e pronomes são empregados predominantemente na 1ª pessoa;f. Presença de trechos descritivos e, eventualmente, de diálogos;g. A linguagem empregada é compatível com os interlocutores, sendo normalmente culta.“Não me lembro do amanhecer do sexto dia. Tenho uma idéia nebulosa de que, durante toda a manhã, fiquei prostrado no fundo da balsa, entre a vida e a morte. Nesses momentos, pensava em minha família....”Trecho do livro “Relato de um náufrago”.4- Texto argumentativo oral:· o debate regrado: é um gênero argumentativo produzido oralmente numa situação em que dois ou mais debatedores expõem suas opiniões sobre um tema polêmico e tentam convencer os interlocutores;· os dabatedores expõem suas idéias e tentam convencer os interlocutores fazendo uso de agrupamentos, razões, explicações;· linguagem geralmente de acordo com a variedade padrão, mas podendo ser menos ou mais formal de acordo com a situação (perfil dos debatedores, presença do público, tema etc.);· geralmente são empregadas expressões como eu penso que, do meu ponto de vista, na minha opinião, concordo, discordo, concordo em parte, etc.Exemplo de um debate regrado – Revista Pais & Teens.“PAIS & TEENS – O que é ficar? Que tal cada um de vocês dar uma definição, dizer o que acha?Veruska – Eu acho que existem dois jeitos de ficar. Muita gente fica por ficar, e muita gente fica com sentimento. No meu ponto de vista, o ficar tem que ter um sentimento, nem que for por atração. Ou sentimento, nem que for por atração. Ou sentimento mais forte....Débora – Eu concordo com a Veruska, eu acho que ninguém deve ficar por ficar...Thiago – para mim ficar é simplesmente suprir a necessidade momentânea de conforto emocional ( risadas). Essa é a minha opinião...”(Pais & Teens, fev./mar./abr. 1997).5- Texto argumentativo escrito· Defende-se um ponto de vista sobre determinado assunto;· O ponto de vista é fundamentado em argumentos;· Estrutura básica: introdução ( idéia principal), desenvolvimento ( argumentos) e conclusão ( confirmação da idéias principal);· Linguagem de acordo com a variedade padrão;· O autor pode colocar-se de modo pessoal ( em 1ª pessoa) ou impessoal ( em 3ª pessoa acompanhada de palavra e expressões que introduzem opiniões impessoais: é provável que , é possível que, não se pode esquecer que, convém lembrar que, etc.).6- Notícia· Predomínio da narração, com presença dos elementos essenciais de um texto narrativo: fato, pessoas envolvidas, tempo em que ocorreu o fato, o lugar onde ocorreu, como e por que ocorreu o fato.· Estrutura-padrão composta de lead ( resumo do fato em poucas linhas e compreende, normalmente, o primeiro parágrafo da notícia. Contém informações mais importantes e deve fornecer ao leitor a maior parte das respostas às seis perguntas básicas: o quê, quem, quando, onde, como e por quê?).· Título; linguagem impessoal, clara, precisa, objetiva, direta, de acordo com a variedade padrão da língua.· Corpo: são os demais parágrafos da notícia, nos quais se faz o detalhamento do exposto no lead, por meio da apresentação ao leitor de novas informações, em ordem cronológica ou de importância.Observação. Outros textos jornalísticos como a reportagem, editorial, crítica, entrevista, etc. são encabeçados por um título que é a chave. Precisa causar impacto. Já o subtítulo completa e amplia o título.Legenda: é uma frase curta, enxuta, que normalmente cumpre duas funções: descreve a ilustração, empregando de preferência o verbo no presente, e também dá uma informação sobre o fato veiculado na notícia. Há jornais e revistas que têm por norma não colocar ponto no final do texto que compõe a legenda.7- Crônica: é um dos mais antigos gêneros jornalísticos. No Brasil, a crônica surgiu há uns 150 anos, com o Romantismo e o desenvolvimento da Imprensa. Aos poucos foi se tornando um texto mais curto esse afastando da finalidade de informar e comentar, substituída pela intenção de apresentar os fatos cotidianos de forma artística e pessoal. Sua linguagem tornou-se poética, ao mesmo tempo que ganhou certa gratuidade, em razão da ausência de vínculos com interesses práticos e com as informações presentes nas demais partes de um jornal.Entre os muitos cronistas que se destacam estão Machado de Assis, Olavo Bilac, França Júnior, Manuel Bandeira, Carlos Drummond de Andrade, Rubem Braga, Fernando Sabino, Paulo Mendes Campos, Lourenço Diaféria, Luís Fernando Veríssimo, Marcos Rey.Gênero híbrido que oscila entre a literatura e o jornalismo, a crônica é o resultado da visão pessoal e subjetiva do cronista ante um fato qualquer, colhido no noticiário do jornal ou no cotidiano. Quase sempre explora o humor; às vezes, diz as coisas mais sérias por meio de uma aparente conversa fiada; outras vezes, despretensiosamente, faz poesia da coisa banal e insignificanteRegistrando o circunstancial do nosso cotidiano mais simples, acrescentando, aqui e ali, fortes doses de humor, sensibilidade, ironia, crítica, poesia, o cronista, com graça e leveza, proporciona ao leitor uma visão mais abrangente, que vai além do fato; mostra-lhe, de outros ângulos, os sinais de vida que diariamente deixamos de escapar.A Crônica é quase sempre um texto curto, apressado ( geralmente o cronista escreve para o jornal alguns dias da semana ou tem uma coluna diária), redigido numa linguagem descompromissada, coloquial ,simples, muito próxima do leitor.A crônica apresenta poucas personagens e se inicia quando os fatos principais da narrativa estão por acontecer. Por essa razão, o espaço e o tempo da crônica são limitados: as ações ocorrem num único espaço e o tempo não dura mais do que alguns minutos ou, no máximo, algumas horas.A crônica admite narrador em 1ª e 3 ª pessoas, isto é, o narrador pode participar dos fatos e refletir sobre eles como personagem ou ser observador daquilo que narra com comenta. É comum também haver crônicas cujo narrador se ausenta; nesse caso, toda a crônica se estrutura no discurso direto de duas ou mais personagens.ExemploTrecho de “A última crônica”“A caminho de casa, entro num botequim da Gávea para tomar café junto ao balcão. Na realidade estou adiando o momento de escrever. A perspectiva me assusta. Gostaria de estar inspirado, de coroar com êxito mais um ano nesta busca do pitoresco ou de irrisório no cotidiano de cada um. Eu pretendia apenas recolher da vida diária algo de seu disperso conteúdo humano, fruto da convivência, que a faz mais digna de ser vivida. Visava ao circunstancial, ao episódico(...)No fundo do botequim um casal de pretos acaba de sentar-se, numa das últimas mesas de mármores ao longo da parede de espelhos. A compostura da humildade, na contenção de gestos e palavras, deixa-se acentuar pela presença de uma negrinha de sues três anos, laço na cabeça, toda arrumadinha no vestido pobre, que se instalou também à mesa: mal ousa balançar as perninhas curtas ou correr os olhos grandes de curiosidade ao redor. Três seres esquivos que compõem em torno à mesa a instituição tradicional da família, célula da sociedade. Vejo, porém, que se preparam para algo mais que matar a fome.Passo a observá-los. O pai, depois de contar o dinheiro que discretamente retirou do bolso, aborda o garçom, inclinado-se para trás na cadeira, e aponta no balcão um pedaço de bolso sob a redoma. A mãe limita-se a ficar olhando imóvel, vagamente ansiosa, como se aguardasse a aprovação do garçom. Este ouve,concentrado, o pedido do homem e depois se afasta para defende-lo. A mulher suspira, olhando para os lados, a reassegurar-se da naturalidade de sua presença ali. A meu lado o garçom encaminha a ordem do freguês. O homem atrás do balcão apanha a porção do bolo com a mão, larga-o no pratinho – um bolo simples, amarelo-escuro, apenas uma pequena fatia triangular.A negrinha, contida na sua expectativa,olha a garrafa de coca-cola e o pratinho que o garçom deixou à sua frente. Por que não começa a comer? Vejo que os três,pai, mãe e filha, obedecem em torno à mesa a um discreto ritual. A mãe remexe na bolsa de plástico preto e brilhante, retira qualquer coisa. O pai se mune de uma caixa de fósforos, e espera. A filha aguarda também, atenta como um animalzinho. Ninguém mais os observa além de mim.São três velinhas brancas, minúsculas, que a mãe espeta caprichosamente na fatia do bolo. E enquanto ela serve a coca-cola, o pai risca o fósforo e acende as velas. Como a um gesto ensaiado,a menininha repousa o queixo no mármore e sopra com força, apagando as chamas. Imediatamente põe-se a bater palmas, muito compenetrada, cantando num balbucio, a que os pais se juntam, discretos: “ parabéns pra você, parabéns pra você...” Depois a mãe recolhe as velas, torna a guarda-las na bolsa. A negrinha agarra finalmente o bolo com as duas mãos sôfregas e põe-se a come-lo. A mulher está olhando para ela com ternura – ajeita-lhe a fitinha no cabelo crespo, limpa o farelo de bolo que lhe cai no colo. O pai corre os olhos pelo botequim, satisfeito, como a se convencer intimamente do sucesso da celebração. De súbito, dá comigo a observa-lo, nossos olhos se encontram, ele se perturba, constrangido – vacila, ameaça abaixar a cabeça, mas acaba sustentando o olhar e enfim se abre num sorriso.Assim eu queria a minha última crônica: que fosse pura como esse sorriso.( Fernando Sabino. In: Para gostar de ler. São Paulo. Ática, 1979-1980. v. 5, p.40-2.)8- A crítica - resenhaBons jornais e revistas do país costumam veicular em sua seção cultural textos de avaliação crítica, chamados resenha crítica ou simplesmente crítica. O objetivo desse gênero textual é apresentar aos leitores um conjunto de informações a respeito de um objeto cultural – livro, disco, filme, peça de teatro, exposição de arte, show, etc. – e fazer uma avaliação de sua qualidadeExemplo do trecho de uma resenha critica sobre o CD Navegaita, de Flávio Guimarães.Blues revisionistaDisco de Flávio Guimarães traz diversidade musical sem render-se a fusões“Virtuose e pioneiro do blues no Brasil, Flávio Guimarães depurou este seu terceiro CD solo em quase dois anos de trabalho. Tomou parte das doze faixas do disco uma plêiade de intrumentistas formada por Chocolate ( berimbau), Paulo Moura (clarineta) e banda de Flávio, composta por Danny Vicent ( guitarra), Mário Fabre (bateria) e Sílvio Alemão (baixo). As músicas se sucedem em suaves variações, descortinando-se num horizonte sonoro novo: a quase mescla do blues com a música popular brasileira, em que entram desde maracatu até repente. Tais encontros não representam a fusão exata. São uniões de elementos diversos uns dos outros uns dos outros. Ouça-se Balada de Robert Johnson, parceria de Bráulio Tavares e do cantador Sebastião da Silva. A melodia modal é nordestina; o tema, a vida do bluesman andarilho. Flávio improvisa com sua gaita em cima do ostinato da viola de Sebastião, encarregado de cantar os versos. Aqui se entrecuzam o modalismo do blues e a do repente com o tema diabólico que freqüenta tanto a cultura do Sul americano como a do semi-árido nordestino. Mais que identidade de pontos comuns, Flávio sugere zonas de diálogo. O charme de Navegaita está em manter as digitais de cada gênero,sem deixar de fazê-los discutir amigavelmente. Exemplo raro de respeito às diferenças no ambiente da pura navegação sonora. – LUÍS ANTÔNIO GIRON. Navegaita, Flávio Guimarães ( Eldorado)(Bravo, nº 6)8- Texto argumentativo: o editorialAo informar os fatos à população, os jornais procuram noticiar de uma forma imparcial e objetiva, isto é, sem manifestar nas notícias sua opinião. Para as opiniões – tanto as do próprio jornal quanto as do leitor – existem seções específicas, como o editorial e as cartas dos leitores.O editorial, por veicular opiniões do jornal,caracteriza-se como um texto de natureza argumentativa. Sua linguagem é clara, objetiva e impessoal, com uso da variedade padrão formal da língua. Apresenta uma estrutura convencionalmente organizada em três partes: introdução, desenvolvimento e conclusão. A tese ou ponto de vista é fundamentada por comparação, exemplificações, depoimentos, pesquisas e dados estatísticos, citações, retrospectivas históricas, etc. Sua intenção é persuadir os leitores, esclarecer ou alterar seus pontos de vista, alertar a sociedade e, às vezes, até mobilizá-la.Exemplo de um trecho.Juventude ameaçadaO crescimento da aids, o aumento da criminalidade e a escala das drogas representam grave ameaça à juventude no limiar do novo milênio. O diagnóstico, sombrio, consta de recente relatório preparado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).Para muitos jovens, “especialmente os que crescem em zonas urbanas pobres, os anos da adolescência serão os mais perigosos da vida”, sublinha o documento. Segundo o texto da OMS, o crescimento da aids pode comprometer os progressos na área da saúde infanto-juvenil feitos nas últimas décadas.Gravidez precoce, aborto, doenças sexualmente transmissíveis, aids e drogas compõem a trágica equação que ameaça destruir o sonho brasileiro.Dados do Sistema Único de Saúde (SUS) indicam que 54% das adolescentes sem escolaridade já ficaram grávidas. Os casos de aids em adolescente causados por relações sexuais aumentaram 200% entre 1990 e 1996, passando de 47 para 41. os números, impressionantes, contrastam com as sucessivas campanhas de educação ou de deseducação sexual (...)”( O Estado de S. Paulo, 27/5/1998).Observação: em textos científicos e argumentativos, como a crítica, o editorial, a dissertação, quase sempre se procura escrever com impessoalidade, pois essa característica confere maior credibilidade ao texto, como se ele contivesse verdades universais e indiscutíveis. Os textos com marcas de pessoalidade, ao contrário, tende a ser contraditório, tende a ser considerado subjetivo e, portanto, menos confiável quanto ao ponto de vista que defende.9- Texto publicitário:Em casa, na rua, pelo rádio ou pela TV, a todo instante recebemos inúmeras mensagens publicitárias. Muitas vezes gostamos delas, e não é à toa que a publicidade brasileira é considerada uma das mais criativas do mundo.O texto publicitário é quase sempre constituído por imagens e texto, linguagem persuasiva, direta e clara, estrutura variável, mas geralmente composta por: título, que chama a atenção sobre o produto – texto, que amplia o argumento do título – assinatura, logotipo ou marca do anunciante. Apresenta um nível de linguagem de acordo com o público que se pretende atingir com verbos geralmente no modo imperativo ou no presente do indicativo, uso de recursos como figuras de linguagem, ambigüidade, jogos de palavras, provérbios, etc.10- ReportagemExemplo: ACABOU O VESTIBULARCresce o número de escolas que selecionam calouros com métodos alternativos.Bruno Paes Manso“Quase 3 milhões de formandos no 2º grau estão neste momento se preparando para disputar os exames vestibulares. Pelo menos um terço desses adolescentes está matriculado em cursinhos para compensar as falhas de sua formação colegial. Às voltas com apostilas e pilhas de exercícios, dormem mal e enfrentam um stress violento. Pois bem. Esse inferno juvenil já tem remissão. “Acabou o vestibular”. É com essa notícia para lá de boa que a Faculdade da Cidade, uma universidade privada carioca, abre o seu site na Internet. Em São Paulo, as Faculdade Metropolitanas Unidas seguem um caminho parecido...”Com reportagem de Rodrigo Cardoso, De São Paulo, e Cristine Prestes, de Porto Alegre.(Veja, ed. 1574.)Características da reportagem:· Normalmente, apresenta título, lead e, em seguida, desenvolve de modo mais aprofundado fatos que interessam ao público a que se destina o jornal ou a revista;· Costuma estabelecer conexões entre o fato central e fatos paralelos, por meio de citações, trechos de entrevistas, boxes informativos, dados estatísticos, fotografias;· Pode ter um caráter opinativo, questionando as causas e o efeitos dos fatos, interpretando-os, orientando os leitores;· Apresenta versões e opiniões diferentes sobre um mesmo fato;· Linguagem impessoal, objetiva, direta, de acordo com a variedade padrão da língua.11- O contoÉ tipo de narrativa concentrada, que elimina as análises minuciosas de personagens ou ambiente, assim como as complicações de enredo, e delimita o espaço e o tempo. Ele caracteriza-se, geralmente, por apresentar um enredo, cuja estrutura contém as seguintes partes: apresentação, complicação, clímax e desfecho.Exemplo: Rachel de QueirozTragédia cariocaA menina vestia calças compridas e um casacão de malha, informa, de mangas arregaçadas. Sentou-se no sofá, cruzou as pernas longas, pediu licença para se servir de um dos meus cigarros. O nariz arrebitado, a pele borrifada de sardas, o cabelo curto de rapazinho dão-lhe um ar de grande imaturidade – quinze, dezesseis anos não mais. Ela diz que tem dezessete e está grávida. Meu Deus, como é que estão casando meninas assim tão novas? Mas olhando a mão esquerda da moça, não lhe vejo aliança. E, antes que eu possa fazer qualquer pergunta, ela é que vai explicando....”(In: A palavra é... mulher. São Paulo: Scipione, 1990. p.86-9)12 – A descriçãoQuando produzimos textos, podemos descrever, isto é, caracterizar com palavras os objetos, os seres e os lugares. Nas narrativas ficcionais, por exemplo, a descrição das personagens, dos objetos e dos lugares em que ocorrem as ações torna a história mais verossímil a atrai a atenção dos leitores.A descrição caracteriza-se por meio de imagens ou de palavras, seres e lugares. Emprega adjetivos, locuções adjetivas e orações adjetivas. Estabelece comparações e faz referências às impressões sensitivas: cores, formas, cheiros, gostos, impressões táteis.Exemplo:“Não é sem freqüência que, à tarde, chegando à janela, eu vejo um casalzinho de brotos que vem namorar sobre a pequenina ponte de balaustrada branca que há no parque. Ela é uma menina de uns treze anos, o corpo elástico metido num blue jeans e num suéter folgadão, os cabelos puxados para trás num rabinho-de-cavalo que está sempre a balançar para todos os lados; ele, um garoto de, no máximo, dezesseis, esguio, com pastas de cabelos a lhe tombar sobre a testa e um ar de quem descobriu a fórmula da vida...( Para viver um grande amor. Rio de Janeiro: J. Olympio, 1973. p. 39)13-Carta argumentativa· Constitui um texto de natureza argumentativa, que tem por finalidade defender o ponto de vista do locutor e persuadir o interlocutor.· Apresenta formato constituído pelas seguintes partes: data, vocativo, corpo do texto ( assunto), expressão cordial de despedida e assinatura.· O corpo é constituído por três partes essenciais: exposição do ponto de vista do autor ( ou idéia principal); desenvolvimento (com argumentos) desse ponto de vista; conclusão.· Verbos geralmente no presente do indicativo.· Predomínio da 1ª ou da 3ª pessoa.· Formas verbais geralmente no presente do indicativo e às vezes no imperativo.· Ao assinar a carta, devem ser usadas apenas as iniciais, de forma a não se identificar.14- O texto dissertativo-argumentativoDissertar é o mesmo que desenvolver ou explicar um assunto, discorrer sobre ele. Assim, o texto dissertativo pertence ao grupo dos textos expositivos, juntamente com o texto de apresentação científica, o relatório, o texto didático, o artigo enciclopédico. Em princípio o texto dissertativo não está comprometido com a persuasão e, sim, com a transmissão de conhecimentos.Os textos argumentativos, ao contrário, tem por finalidade principal persuadir o leitor sobre o ponto de vista do autor a respeito do assunto em questão.Quando o texto, além de explicar, também persuade o interlocutor e modifica seu comportamento, temos um texto dissertativo-argumentativo.· Expõe uma idéia ou um ponto de vista sobre determinado assunto; pode também conceituar ou definir um objeto, seja ele concreto ou abstrato.· Convencionalmente, apresenta três partes essenciais: tese ( ou idéia principal), desenvolvimento – argumentos- e, conclusão.· Linguagem direta, clara, objetiva e impessoal.· Predomínio do padrão culto e formal da língua.· Verbos predominantemente no presente do indicativo.Observação: Devemos ter cuidado com o senso comum ao escrevermos um texto dissertativo, pois além da baixa informatividade, também pode comprometer a qualidade. O emprego de argumentos baseados no senso comum, isto é, em julgamentos que, embora não apresentem nenhuma base científica, acabam sendo tomados como verdades sociais.Ex.:“Muitas pessoas pobres, ficam muitas vezes indignadas ao ver, uma outra pessoa como ela, só que não passa fome como ela, ou seja, é rica e na maioria, ladrão, que rouba do povo e isso faz com que a população fique revoltada, e se manifestará em conflitos entre camadas sociais no qual um favelado odeie outro de uma classe superior e tendo oportunidade para acabar como o outro não vai perder a chance”.(Redação de aluno, 3º ano do ensino médio)15-Anedota : é um texto que quase sempre, o humor não está em si, mas na falta de sintonia entre o texto e o contexto discursivoExemplo de uma anedota contada por Ziraldo“Dois garotos brigavam furiosamente na rua.Um senhor passa por eles e separa a briga.­- Você não tem vergonha? Bater num menino bem menor que você, seu covarde!E o menino:- O senhor queria o quê? Que eu ficasse esperando ele crescer?(Mais anedotas do Bichinho da Maçã. 10. ed. São Paulo: Melhoramentos, 1993. p.27.)16-Contos de FadasQuem lê "Cinderela" não imagina que há registros de que essa história já era contada na China, durante o século IX d. C.. E, assim como tantas outras, tem-se perpetuado há milênios, atravessando toda a força e a perenidade do folclore dos povos, sobretudo, através da tradição oral.Pode-se dizer que os contos de fadas, na versão literária, atualizam ou reinterpretam, em suas variantes questões universais, como os conflitos do poder e a formação dos valores, misturando realidade e fantasia, no clima do "Era uma vez...".Por lidarem com conteúdos da sabedoria popular, com conteúdos essenciais da condição humana, é que esses contos de fadas são importantes, perpetuando-se até hoje. Neles encontramos o amor, os medos, as dificuldades de ser criança, as carências (materiais e afetivas), as auto-descobertas, as perdas, as buscas, a solidão e o encontro.Os contos de fadas caracterizam-se pela presença do elemento "fada". Etimologicamente, a palavra fada vem do latim fatum (destino, fatalidade, oráculo).Tornaram-se conhecidas como seres fantásticos ou imaginários, de grande beleza, que se apresentavam sob forma de mulher. Dotadas de virtudes e poderes sobrenaturais, interferem na vida dos homens, para auxiliá-los em situações-limite, quando já nenhuma solução natural seria possível.Podem, ainda, encarnar o Mal e apresentarem-se como o avesso da imagem anterior, isto é, como bruxas. Vulgarmente, se diz que fada e bruxa são formas simbólicas da eterna dualidade da mulher, ou da condição feminina.O enredo básico dos contos de fadas expressa os obstáculos, ou provas, que precisam ser vencidas, como um verdadeiro ritual iniciático, para que o herói alcance sua auto-realização existencial, seja pelo encontro de seu verdadeiro "eu", seja pelo encontro da princesa, que encarna o ideal a ser alcançado.Estrutura básica dos contos de fadas· Início - nele aparece o herói (ou heroína) e sua dificuldade ou restrição. Problemas vinculados à realidade, como estados de carência, penúria, conflitos, etc., que desequilibram a tranqüilidade inicial;· Ruptura - é quando o herói se desliga de sua vida concreta, sai da proteção e mergulha no completo desconhecido;· Confronto e superação de obstáculos e perigos - busca de soluções no plano da fantasia com a introdução de elementos imaginários;· Restauração - início do processo de descobrir o novo, possibilidades, potencialidades e polaridades opostas;· Desfecho - volta à realidade. União dos opostos, germinação, florescimento, colheita e transcendência.17- Lendas (do latim legenda/legen - ler)Nas primeiras idades do mundo, os seres humanos não escreviam, mas conservavam suas lembranças na tradição oral. Onde a memória falhava, entrava a imaginação para suprir-lhe a falta. Assim, esse tipo de texto constitui o resumo do assombro e do temor dos seres humanos diante do mundo e uma explicação necessária das coisas da vida.A lenda é uma narrativa baseada na tradição oral e de caráter maravilhoso, cujo argumento é tirado da tradição de um dado lugar. Sendo assim, relata os acontecimentos numa mistura entre referenciais históricos e imaginários. Um sistema de lendas que tratem de um mesmo tema central constituem um mito (mais abrangente geograficamente e sem fixação no tempo e no espaço).A respeito das lendas, registra o folclorista brasileiro Câmara Cascudo no livro Literatura Oral no Brasil:Iguais em várias partes do mundo, semelhantes há dezenas de séculos, diferem em pormenores, e essa diferenciação caracteriza, sinalando o típico, imobilizando-a num ponto certo da terra. Sem que o documento histórico garanta veracidade, o povo ressuscita o passado, indicando as passagens, mostrando, como referências indiscutíveis para a verificação racionalista, os lugares onde o fato ocorreu. (CASCUDO, 1978 , p. 51)A lenda tem caráter anônimo e, geralmente, está marcada por um profundo sentimento de fatalidade. Tal sentimento é importante, porque fixa a presença do Destino, aquilo contra o que não se pode lutar e demonstra o pensamento humano dominado pela força do desconhecido.O folclore brasileiro é rico em lendas regionais. Destacam-se entre as lendas brasileiras os seguintes títulos: "Boitatá", "Boto cor-de-rosa", "Caipora ou Curupira", "Iara", "Lobisomem", "Mula-sem-cabeça", "Negrinho do Pastoreio", "Saci Pererê" e "Vitória Régia".Nas primeiras idades do mundo, os homens não escreviam. Conservavam suas lembranças na tradição oral. Onde a memória falhava, entrava a imaginação para supri-la e a imaginação era o que povoava de seres o seu mundo.Todas as formas expressivas nasceram, certamente, a partir do momento em que o homem sentiu necessidade de procurar uma explicação qualquer para os fatos que aconteciam a seu redor: os sucessos de sua luta contra a natureza, os animais e as inclemências do meio ambiente, uma espécie de exorcismo para espantar os espíritos do mal e trazer para sua vida os atos dos espíritos do bem.A lenda, em especial as mitológicas, constitui o resumo do assombro e do temor do homem diante do mundo e uma explicação necessária das coisas. A lenda, assim, não é mais do que o pensamento infantil da humanidade, em sua primeira etapa, refletindo o drama humano ante o outro, em que atuam os astros e meteoros, forças desencadeadas e ocultas.A lenda é uma forma de narrativa antiqüíssima, cujo argumento é tirado da tradição. Relato de acontecimentos, onde o maravilhoso e o imaginário superam o histórico e o verdadeiro.Geralmente, a lenda está marcada por um profundo sentimento de fatalidade. Este sentimento é importante, porque fixa a presença do Destino, aquilo contra o que não se pode lutar e demonstra, irrecusavelmente, o pensamento do homem dominado pela força do desconhecido.De origem muitas vezes anônima, a lenda é transmitida e conservada pela tradição oral.18- Fábulas (do latim- fari - falar e do grego - Phao - contar algo)Narrativa alegórica de uma situação vivida por animais, que referencia uma situação humana e tem por objetivo transmitir moralidade. A exemplaridade desses textos espelha a moralidade social da época e o caráter pedagógico que encerram. É oferecido, então, um modelo de comportamento maniqueísta; em que o "certo" deve ser copiado e o "errado", evitado. A importância dada à moralidade era tanta que os copistas da Idade Média escreviam as lições finais das fábulas com letras vermelhas ou douradas para destacar.A presença dos animais deve-se, sobretudo, ao convívio mais efetivo entre homens e animais naquela época. O uso constante da natureza e dos animais para a alegorização da existência humana aproximam o público das "moralidades". Assim apresentam similaridade com a proposta das parábolas bíblicas.Algumas associações entre animais e características humanas, feitas pelas fábulas, mantiveram-se fixas em várias histórias e permanecem até os dias de hoje.leão - poder reallobo - dominação do mais forteraposa - astúcia e espertezacordeiro - ingenuidadeA proposta principal da fábula é a fusão de dois elementos: o lúdico e o pedagógico. As histórias, ao mesmo tempo que distraem o leitor, apresentam as virtudes e os defeitos humanos através de animais. Acreditavam que a moral, para ser assimilada, precisava da alegria e distração contida na história dos animais que possuem características humanas. Desta maneira, a aparência de entretenimento camufla a proposta didática presente.A fabulação ou afabulação é a lição moral apresentada através da narrativa. O epitímio constitui o texto que explicita a moral da fábula, sendo o cerne da transmissão dos valores ideológicos sociais.Acredita-se que esse tipo de texto tenha nascido no século XVIII a.C., na Suméria. Há registros de fábulas egípsias e hindus, mas atribui-se à Grécia a criação efetiva desse gênero narrativo. Nascido no Oriente, vai ser reinventado no Ocidente por Esopo (Séc. V a.C.) e aperfeiçoado, séculos mais tarde, pelo escravo romano Fedro (Séc. I a.C.) que o enriqueceu estilisticamente. Entretanto, somente no século X, começaram a ser conhecidas as fábulas latinas de Fedro.Ao francês Jean La Fontaine (1621/1692) coube o mérito de dar a forma definitiva a uma das espécies literárias mais resistentes ao desgaste dos tempos: a fábula, introduzindo-a definitivamente na literatura ocidental. Embora tenha escrito originalmente para adultos, La Fontaine tem sido leitura obrigatória para crianças de todo mundo.Podem-se citar algumas fábulas imortalizadas por La Fontaine: "O lobo e o cordeiro", "A raposa e o esquilo", "Animais enfermos da peste", "A corte do leão", "O leão e o rato", "O pastor e o rei", "O leão, o lobo e a raposa", "A cigarra e a formiga", "O leão doente e a raposa", "A corte e o leão", "Os funerais da leoa", "A leiteira e o pote de leite".O brasileiro Monteiro Lobato dedica um volume de sua produção literária para crianças às fábulas, muitas delas adaptadas de Fontaine. Dessa coletânea, destacam-se os seguintes textos: "A cigarra e a formiga", "A coruja e a águia", "O lobo e o cordeiro", "A galinha dos ovos de ouro" e "A raposa e as uvas".Gênero Narrativo: O Gênero Narrativo nada mais faz, a não ser narrar uma história, e assim o faz de diversas formas. As narrativas utilizam-se de diferentes linguagens: a verbal (oral ou escrita), a visual (por meio da imagem), a gestual (por meio de gestos) etc. É classificado assim, todo texto em que traz foco narrativo, enredo, personagens, tempo e espaço, conflito, clímax e desfecho.· Romance é um texto completo, com tempo, espaço e personagens bem definidos de caráter verossímil.Fábula é um texto de caráter fantasiástico que busca ser inverossímil (não tem nenhuma semelhança com a realidade). Os personagens principais são animais, e a finalidade é transmitir alguma lição de moral· Epopéia ou Épico é uma narrativa feito em versos, num longo poema que ressalta os feitos de um herói ou as aventuras de um povo. Um bom exemplo é Os Lusíadas (Camões, Luís), Ilíada e Odisséia (Homéro).· Novela é um texto caracterizado por ser intermediário entre a longevidade do romance e a brevidade do conto. O personagem se caracteriza existencialmente em poucas situações. Exemplos de novela são: O alienista (Machado de Assis) e A metamorfose (Kafka).· Conto texto narrativo breve, e de ficção, geralmente em prosa que conta situações rotineiras, anedotas e até folclores (conto popular).Caracteriza-se por personagens brevemente retratados. Inicialmente fazia parte da literatura oral, Boccaccio foi o primeiro a transformá-lo em escrita publicando Decamerão.· Crônica narrativa informal, ligada à vida cotidiana, com linguagem coloquial, breve e com toque de humor e crítica.Gênero Lírico: É na maioria das vezes expressa pela poesia. Entretanto é de suma importância ressaltar que nem toda poesia pertence ao gênero lírico. Exemplo:Beethoven Surdo - Olavo BilacSurdo, na universal indiferença, um dia,Beethoven, levantando um desvairado apelo,Sentiu a terra e o mar num mudo pesadelo...E o seu mundo interior cantava e restrugia.Torvo o gesto, perdido o olhar, hirto o cabelo,Viu, sobre a orquestração que no seu crânio havia,Os astros em torpor na imensidade fria,O ar e os ventos sem voz, a natureza em gelo.Era o nada, a eversão do caos no cataclismo,A síncope do som do páramo profundo,O silêncio, a algidez, a vácuo, o horror no abismo...E Beethoven, no seu supremo desconforto,Velho e pobre, caiu, como um deus moribundo,Lançando a maldição sobre o universo morto!A poesia acima pertence ao gênero épico, pois retrata a história de vida de Beethoven seguindo uma ordem cronológica de tempo. Nesta poesia o autor conhece o começo, meio e fim de toda a história e a conta em terceira pessoa do singular. Isso significa que nem toda poesia pertence ao gênero lírico, mas a grande parte se encaixa nesta definição.Esse gênero se preocupa principalmente com o mundo interior de quem escreve o poema: o eu-lírico. Os acontecimentos exteriores funcionam como estímulo para o poeta escrever. O que é fundamental em um poema é o trabalho com as palavras, que dá margem à compreensão da emoção, dos pensamentos, sentimentos do eu lírico e, muitas vezes, levam à reflexão. Portanto, sendo geralmente escrito na primeira pessoa do singular.Na poesia moderna encontram-se muitas manifestações poéticas que criticam a realidade social em que ela está inserida e onde está circulando. Um dos papéis mais importantes do poema é manter viva a experiência histórica da humanidade e registrar os preceitos das épocas que vão se transformando.No entanto, mesmo quando na poesia o escritor fala da sua experiência e/ou do seu tempo, ele o faz de uma forma diferenciada daquela que geralmente se encontra nos registros dos outros gêneros textuais; nesse caso, o poeta faz uso da memória da linguagem de um passado presente, que se alimenta, entre outras coisas, do inconsciente. A importância da palavra no poema é tão relevante que é possível aproveitar toda a riqueza fonética, morfológica e sintática da língua e, através dela, constroem-se várias maneiras de provocar sensações no íntimo do leitor.· Ode é um Texto de cunho entusiástico e melódico, em geral uma música.· Hino é um texto de cunho glorificador ou até santificador. Os hinos de países e as músicas religiosas são exemplos de hino.· Soneto texto em poesia com 14 versos, caracterizado em dois quartetos e três tercetos, com rima geralmente em A-B-A-B A-B-B-A C-D-C D-C-D.· Haicai ou Haiku é uma forma de poesia japonesa, sem rima constituídos normalmente por 3 versos na ordem de 5-7-5 sílabas.Gênero DramáticoÉ composto de textos que foram escritos para serem encenados em forma de peça de teatro. Para o texto dramático se tornar uma peça, ele deve primeiro ser transformado em um roteiro, para depois poder ser transformado em um texto do gênero espetacular.É muito difícil ter uma definição de texto dramático que o diferencie dos demais gêneros textuais, já que existe uma tendência atual muito grande em teatralizar qualquer tipo de texto. No entanto, a principal característica do texto dramático é a presença do chamado texto principal, composto pela parte do texto que deve ser dito pelos autores na peça e que, muitas vezes, é induzido pelas indicações cênicas, texto também chamado de secundário.Já que não existe narrador nesse tipo de texto, o drama é dividido entre as duas personagens locutoras, que entram em cena pela citação de seus nomes.Subclassificações dos Gêneros:Elegia é um texto de exaltação à morte de alguém, sendo que a morte é elevada como o ponto máximo do texto. Um bom exemplo é a grande peça Romeu e Julieta, de William Shakespeare.Epitalâmia é um texto relativo às noites nupciais líricas, ou seja, noites românticas com poemas e cantigas. Um bom exemplo de epitalâmia é a peça Romeu e Julieta nas noites nupciais.Sátira é um texto de caráter ridicularizador, podendo ser também uma crítica indireta a algum fato ou a alguém. Uma piada é um bom exemplo de sátira.Farsa é um texto onde os personagens principais podem ser duas ou mais pessoas diferentes e não serem reconhecidos pelos feitos dessa pessoa.
Postado por Valéria Nery às Domingo, Novembro 09, 2008
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